quarta-feira, dezembro 29, 2004

nojo...

Não queria escrever mas... perante milhares de vidas que se perderam, a devastação de vilas e aldeias, entre os que foram e o sofrimento de quem fica... merda! Cabrões de merda! Ouvir ontem à noite uns sorridentes “tugas” que partiam de férias para bangkok, “já aconteceu, já não voltará a acontecer agora” “falei para o hotel está tudo bem”. Como é possível que nos tornemos assim tão idiferentes, tão egoistas, como é possível uma tamanha falta de humanidade.
Uma passagem de ano é uma altura de festejo, mas como é possível que se vá “celebrar” no local onde milhares continuam perdidos no mar, a dar à costa... filhos da puta! O minimo de humanismo pede-se que mudem o local das férias, eu também não vou ficar em casa a chorar. Mas esta falta paga-se e esses Portugueses e outros que vão a caminho do paraíso são suficientemente insensíveis ao ponto de serem inconscientes em relação ao que vão encontrar, ou será que no regresso tragam na bagagem apenas o egoísmo espelhado nas histórias “ Eu vi...” nos frames das máquinas fotográficas.
Na televisão enquanto passavam imagens de devastação, podia-se ler como a Madeira e o Brasil poderão ser alternativas ou “Sismo benéfico para turismo no Algrave “ para logo em seguida passar uma peça sobre o ano turistico algarvio e o que se pode agora esperar de 2005... há que aproveitar a janela de oportunidade, certo? É essa a máxima... os próprios programas informativos mostram uma avidez pelos números, pelo crescer, pelo seu impacto... afinal numeros são numeros, certo? E se acompanhados com uma banda sonora e um “promo”, melhores audiências.
Tudo isto provoca-me raiva, um incontido nojo e asco por esta merda de sociedade que nos tornámos! Filhos da puta!

segunda-feira, dezembro 27, 2004

bom 2005 para todos

"...no matter how cold the winter, there's a springtime ahead
i smile, but who am i kidding?
i'm just walking the miles, every once in a while i'll get a ride
i'm thumbing my way back to heaven thumbing my way back to heaven
i'm thumbing my way back to heaven..."


quinta-feira, dezembro 09, 2004

Código da Estrada… Novo???


Neste cantinho à beira mar plantado, que regista uma das piores taxas de sinistralidade, vergonhosa até, o novo Código da Estrada produz grandes alterações... grandes alterações nas multas e nos seus valores valores. Eu não sou contra (e sou já um cliente da DGV, estou sem carta), eu não sou contra o agravamento das leis, contra o seu endurecimento, o problema é que este código agrava as multas, não as leis. Por isso considero este novo código idiota, idiota por agravar as coimas, mas sem agravar a lei. O novo código da estrada, que deveria ter entrado em vigor em Setembro de 2003, enveredou pelo caminho mais fácil, a ida directa aos bolsos dos portugueses, mesmo que isso custe vidas mesmo ao lado.

Como é possível que o estacionamento indevido seja considerado muito-grave, mas no entanto não foi alterada a lei de forma a premitir apreensão imediata do veículo aquando de condução com efeitos de alcool. Porque permite o novo código da estrada, que um indíviduo que seja "apanhado" com um valor superior a 1,2 g/litro numa noite possa, no dia seguinte, ir a esquadra buscar o seu veículo, enquanto o processo decorre em tribunal.
E as medidas para combater a circulação de veículos sem seguro nas estradas? E as medidas para condenar os atropelamentos seguidos de fuga do condutor?

Uma pesquisa na net e por outros documentos, descobrimos que nos últimos 5 anos apenas foram condenados 11 condutores por atropelamento e consequente fuga e que desses apenas 3 cumpriram pena, ou que no mesmo período apenas 7 condutores ficaram sem carta de condução por comulação de infracções (ultrapassar o número de contra-ordenações que a lei permite).

Terão pensado os legisladores que o melhor caminho para a correcção da triste realidade em que vivemos poderia passar pela educação e não pelo castigo? Será preciso lembrar-lhes que o ideal é começar por prevenir, sempre em primeiro lugar, e só em último caso punir?

O novo Código da Estrada é novo... mas apenas para a carteira. As principais questões continuam na mesma, afinal isso implicaria pensar objectivamente sobre o problema e é sempre mais prático onde está 100 € aumentar um zero e onde está grave acrescentar muito.

terça-feira, dezembro 07, 2004

"ou faz em casa ou então trabalho manual!"

Ora aqui está a mais peculiar medida adoptada numa decisão em tribunal. Um gajo que foi proibido de frequentar casas de alterne e prostituição ou encontrar-se com profissionais do ramo.

Pá, a minha questão é: como é que o tipo justificou à mulher a decisão da juíza? (supondo que é casado, não sei...).

Outra duvida com que fiquei foi, após atenta consulta do CAE, verificar que essas profissões, de alternadeira ou de prostituta, ou mesmo de "salto para a vara", não constam. Ora, se não constam, não são actividades, se não são actividades, não existem. Ora, a questão é, como é que um tribunal proibe um homem de recorrer a serviços profissionais que não existem em locais que não existem, que praticam uma actividade que não existe? Isto existe em direito? Estamos na "Terra do Nunca" e o Procurador é o Peter Pan? Será o Capitão Gancho o advogado de defesa?

Já estou a imaginar hoje o o funcionário a ler a decisão do tribunal sobre o Pinto da Costa... "ao sr. Jorge Nuno Pinto da Costa foi-lhe fixado termo de identidade e residência, bem como proibição de sacar músicas da net, gravar DVD's do clube de vídeo e sodomizar criancinhas"!!!!!!


sexta-feira, dezembro 03, 2004

enganam-se os que pensam o contrário...

O Governo não se encontra em "período de gestão".
Antes pelo contrário...
iniciou funções o novo presidente do ISSS;
a nova direcção do ICN;
um novo presidente da FDTI...
espera-se muita actividade nos próximos dias.


proposição


Há viagens ocasionais e outras providenciais.




e tu, sonhas?


"Era uma noite maravilhosa, uma dessas noites que apenas são possíveis quando somos jovens, amigo leitor. O céu estava tão cheio de estrelas, tão luminoso, que quem erguesse os olhos para ele se veria forçado a perguntar a si mesmo: será possível que sob um céu assim possam viver homens irritados e caprichosos? A própria pergunta é pueril, muito pueril... oxalá o Senhos, amigo leitor, lha possa inspirar muitas vezes!..."

NOITES BRANCAS - Fédor DOSTOIEVSKI

Um livro para sonhadores e não só. O regresso ao transporte colectivo não representa apenas tristeza e infortúnio. Ganhei duas horas por dia, uma de manhã outra à noite, para ler... se bem que o cheiro a perfume da pessoa que se sentou hoje à minha frente me fez lembrar que "estás a cumprir pena ó cabr#%, não é para andares a curtir as viágens!!!"... continuando, voltei a ter fome de livros, sim porque a única altura que tinha para ler era entes de dormir e Sport TV, Lusomundo, FM2005, Commandos3, etc, são tentadores para momento de ócio e prazer solitário (e os tempos de outros prazeres soltiários foram-se tal como os 14 ou 16 anos da altura... eheheh - depravado!!!). Devo confessar que admiro o pessoal que consegue ler antes de dormir e não dormir durante as últimas duas folhas. Eu sempre que lia à noite tinha que reler na seguite... poís o que ficava era nada! Tirando Tolkien e Thomas Harris.
Neste momento estou a devorar Dostoievski, Noites Brancas...

"Novo sonho: nova felicidade! Volta a beber o veneno delicioso e requintado do sonho!"
...
"Meu Deus! Um minuto inteiro de felicidade! Afinal, não basta isso para encher a vida interira de um homem?..."

quinta-feira, dezembro 02, 2004

ou sim ou sopas... que é como quem diz, embrulha ó bife!!

Estou eu no restaurante habitual a almoçar – “ó chefe, é mais uma jola!” – quando dá a grande notícia da estação... a árvore de Natal em Belém, também falaram qualquer coisa sobre o nosso Primeiro, mas eu não apanhei bem poís estava a pedir o bagacinho.

- A maior da Europa pá, não é para todos... nem nos Estates eles têm uma maior! Sim porque nós quando pomos uma coisa na cabeça é em grande.
Não é que o gajo que estava na mesa ao lado solta um “poís...”, mas um daqueles com desdém. Passei-me!
- A MÁIOR da Europa ouviste pá? Maior... com direito a a inauguração oficial e tudo... pá!
- Poís. Coisinhas para que o povo fique contente, no entanto os idosos morrem de frio no inverno e ninguém faz nada.
- A maior da Europa! Engole...
- Sim, no entanto em questões de produtividade o português continua a revelar pouca apetencia e isso obviamente reflecte-se nos níveis de crescimento e desenvolvimento do país...
- Pá deixa-te disso, pá! Fizemos a maior árvore de natal da Europa, queres mais provas de produtividade, pá! Vê se acordas... pá!

Eu já estava completemente passado com este gajo, até pedi mais um bagacito que já me estavam a dar as securas e o tipo vem com conversas de Segurança Social hipotecada e Serviço Nacional de Saúde desajustado... -mudem de mecânico porra!!!- Eu nem queria começar com coisas, porque se falo no desfile de Pais Natais no Porto (pró Guinness World Records), mas o gajo começou lá com merdas e não soube ouvir os argumentos.
Dei-lhe duas galhetas... era vê-lo, concordou logo comigo e até me pagou o almoço.
Um tipo porreiro aquele...

kaput...

Quatro meses depois, o Presidente da República decide dissolver a Assembleia da República, em nome da estabilidade, a mesma que apenas quatro meses antes tinha servido de base exactamente para o oposto.

O que mudou em quatro meses? O que aconteceu em quatro meses para o Presidente decidir finalmente usar o seu poder constitucional? Porque algo teve de mudar e mudar muito, porque quatro meses não chegam para avaliar um governo.

Há quatro meses defendi a manutenção da maioria social-democrata e continuo a considerar que nessa altura era a medida correcta. Santana, apesar de MAU, era melhor que a alternativa.

O PS renovou-se, tem uma nova e reforçada liderança. Socrates vê-se à frente de um partido que sem mexer um dedo conta com metade das intensões de voto nas sondagens. É obra... a obra do PSD/PP. Mas curiosamente, o PS era o único a não querer eleições antecipadas (e muito inteligentemente). Basta observar as movimentações dos socialistas, que sendo oposição, nunca beliscaram muito o Governo para este não cair – deixaram essse trabalho com o Bloco.

O PSD teve em Santana uma presa de si mesmo. E cometeu dois erros fatais:
- Um comandante só será bom na medida da sua capacidade de escolher BONS imediatos. Santana falhou redondamente e cães de fila como Morais Sarmento e Gomes da Silva ganharam demsiado protagonismo (poder) enquanto outros o perderam (alguém se lembra de Arnaut com Santana).
- o show-off semana após semana de Santana era muito perigoso. Ele falava demasiadas vezes, dizia mais do que devia e muito cedo. Os epísodios com o minístro das finanças, em que um dizia que não podiam haver aumentos e o outro aparecia a prometer aumentos para todos... e lá tinha o ministro ter que se desmentir e fazer contas. Santana foi sendo grelhado em fogo lento por (quase) todos os corifeus da política e da comunicação social, mas também foi um dos principais fornecedores de lenha...

O que mudou em quatro meses? Para mim foi simples... Sampaio não queria ver Ferro como 1º. Estavamos a chegar ao prazo limite sobre o qual a sombra presidencial e da dissolução deixariam de assombrar o Governo. E Sampaio estava farto de ver tantas vezes este Governo nas páginas dos jornais por questões que não deviam.
Porém, parece certo e inequívoco um facto - se o Professor Cavaco, não tivesse escrito o que escreveu no último fim de semana, tudo seria diferente. Mesmo tudo.


E agora?

Santana Lopes devia demitir-se. Parece estranho, mas devia o fazer. O Presidente dissolveu a AR, o que na verdade é manter o Governo em funções por agora, mas com um atestado de incompetência. Um minímo de verticalidade a isso obriga e não andar pelas televisões qual bebé chorão a dizer que não concorda e a lamentar-se quem ninguém foi a seu berço fazer festinhas e só dar palmadas... Tiste. Mas ele não vai fazer isso.
Ele agora controla o partido, em todos os seus orgãos... ele vai a eleições, vai perder e terá quatro anos para procurar limpar a imagem.
Porque isto é mesmo assim. Guterres era odiado e agora é nome viável para Presidente. Durão era uma merda e agora até é um tipo porreiro e competente (até é o “presidente da Europa!!!”).

Socrates vai ser 1º... o que é mau.
Socrates é uma outra face de Santana, em postura, na forma de estar e pensar. A Solução deveria vir do próprio PSD (mas isso são sonhos). Para mais, ele nem queria, não para já.
Pese o recato de Sócrates, que veio informar o País que só não pediu publicamente a dissolução da Assembleia a Sampaio para não pressionar (!) o inquilino de Belém, há desde já uma ou outra conclusão a tirar, e uma delas é que as instituições funcionaram mal e divorciadas do mundo real. Ninguém, do sistema, ousou pedir formalmente a dissolução ou sequer lançar uma moção de censura no Parlamento. Ninguém.
Não se pense, porém, que está tudo definido ou que já são tudo favas contadas para Sócrates, porque isso, mais uma vez, é não conhecer o Dr. Lopes e os seus acólitos. Farão tudo, rigorosamente tudo, para lançar a confusão.

Estranhamente quem irá ganhar com isto tudo são os pequenos e nas pontas... PP e Bloco de Esquerda. O Bloco porque se o PS não conseguir chegar aos 50% volta a ganhar o peso que teve na primeira legislatura de Guterres. E mais estranho é o PP, que vai ganhar!!! O PP, ao contrário do PSD, é um partido que pode volta à campanha das feiras e dos beijos às velhinhas, é um partido que pode voltar a ser pequeno, sem nada perder – pois sempre o foram -. Para mais o PP chegou onde não pensava chegar e tirou mais proveito de todos – chegou à máquina do Estado, 1 em cada 3 boys que foi colocado por Durão/Santana/Porta é do PP, nada mal!!! – e tem ainda um trunfo, chama-se Santana e votos que podem fugir do PSD. E tirando a Ferreira Leite, quais os ministros que ficaram um uma imagem (minimante) positiva. Não foi Portas, de facto, quem estourou com esta legislatura; bem ou mal, cultivou com eficácia (quem se lembra hoje de Cardona?) a imagem de que os seus ministros eram mais competentes e trabalhadores que os dos PSD e vai pescar votos a um eleitorado PSD, puro e duro, que não se vai abster, não vai votar branco ou nulo, ou engolir um crocodilo chamado Santana, preferindo votar no PP. Não precisam de ser muitos votos, mas vão ser os suficientes para manter o PP na linha da frente, por mais uns anos.



Para final de super post (fosgasse que o gajo ficou grande) três notas mentais...

O Sampaio até tem sentido de humor... pá o tipo dissolveu a AR na véspera da Restauração da Independência.

Depois do caos Santana, a bandalheira PS.

E se serve de consolação: "A Ucrânia está pior".


Bem haja,

terça-feira, novembro 30, 2004

só faltam 59 dias...


A primeira coisa que um tuga faz quando entrega a carta na DGV é meter-se no carro e conduzir até casa, é à pintas... (ou será à parvo?).


Foi o que fiz... Prevaricador!!! Mas tenho atenuantes... contei com o meu irmão e já devia saber que ficaria "agarrado".
"Tens de ir comigo a Setúbal para depois conduzires até casa"
"OK."
Claro que esta foi a conversa, a realidade foi um pouco diferente, resultando numa subida da tensão arterial e dos níveis de irritabilidade.

No que importa é que já está, agora é aguentar até 28 de Janeiro... aguenta e não chora! E até tenho que ver isto pelo lado positivo, já que foram apenas dois meses e eu estava à espera de mais (seis na verdade).
Por agora, só se for uma destas...

quinta-feira, novembro 25, 2004

a expressão


... este país parece um filme ganha outra dimensão quando os tipos responsáveis pela segurança do Bibi são "Os Ninjas" (um grupo especial de intervenção).

Consta que o Walker, o Ranger do Texas está encarregue do Vale e Azevedo.

quarta-feira, novembro 24, 2004

há dias assim

Este é um daqueles dias em que tudo tem de correr bem... para mais é o dia do ano dedicado ao Santo com o nome mais pintas do catolicismo, Sto. André Dung-Lac!!! Com um nome destes, tem de ser um dia do "cenário".

terça-feira, novembro 23, 2004

momento eterno

"É saudade meu amigo... apenas e só. Saudades."

Simples palavra portuguesa. Nossa, só nossa. Sem tradução para nativos fora da escrita de Camões.

"Oh Captain! My Captain! Our fearful trip is done"

"Não há noutra lingua palavra que descreva este sentimento?"
Sentimento não. Saudade não é um sentimento. É uma forma de estar na vida, uma sôfrega ânsia de um momento passado, um desejo para com a ausência de uma pessoa. O apetitepara a sua presença na nossa vida.
Uma definição apenas possível para o próprio que procura interpretar a sua carência.
Está para lá do fisico... é quimico, está no espirito.
Saudade não é estar separado, é sim estar junto... uma vontade do evento. Uma forma de estar na vida.
Saudade da tua presença quando te vejo sair do carro e o motor continua ligado para me levar para longe. Saudade da tua voz quando pouso o auscultador.

"the trip has weather'd every rack, the prize we sought is won"

Saudade de ter o momento.
Saudade do terno momento.
Saudade do eterno momento.

o Designío escreve-se, os momentos aproximam-nos ao momento onde a saudade brilha. Timoneiro do prémio que se aproxima, sonho.

"the port is near, the bells i hear, the people all exulting"

Com saudade... eterno... teu.

e agora... SOM!!!


Isto de música é por fases. Tenho cd's que vão desde de hip-hop, ragga a gótico, metal-industrial ou mesmo clássico, no meio fica o bem e saudável rock.

Actualmente ando numa "onda" do novo som a lembrar um certo rock britânico dos anos 80's e 90's... Joy Divison, New Order (sem comparações). Puro e simples rock. bateria, baixo, guitarra, voz.
Não sendo um erudito (esse departamento é mais com o meu irmão e os seus grupos "conhecidos" que nunca ouvi falar... especialmente agora que anda na sua fase de compositor!!!), gosto de música e como tal devo falar do que gosto (o gelado de nata com doce d'ovos fica para o próximo post...). Já aqui tinha "postado" sobre os Snow Patrol e Franz Ferdinand, aqui ficam as minhas preferências do momento...


Bloc Party - EP


Interpol - Antics


Stills - Logic Will Break Your Heart


The Strokes - Room on Fire



Onda a abrir! Desatar aos pulos! Acordar a vizinhança! Ah! Como sabe bem...

depois do guarda abél, as hist´rias do túnel estão de volta!

Túnel quentinho
T.A.

O jogo tinha acabado há escassos minutos e o FC Porto acabava de sentir a primeira derrota no Estádio do Dragão e a primeira na SuperLiga. O golo de Cafú, contestado por alegado fora-de-jogo, foi muito criticado pelos portistas e a revolta fez-se sentir no túnel de acesso aos balneários, com os responsáveis da equipa da casa a não calarem a sua revolta com Lucílio Baptista. O relato da contestação foi feito pelo jornalista da Sport TV que esperava no local para a realização da habitual "flash interview".
Jornal O Jogo.

Post By ENRESINADOS


Marcelo, RTP, PT Multimédia e vetos presidenciais


Nos últimos tempos temos assistido a uma hecatombe de acontecimentos que ligam o Governo à comunicação social. Não que seja uma novidade neste país à beira mar plantado, sempre, mas sempre se tirou A para colocar B, se condicionou a política editorial (rádio, televisão e papel), apenas nunca de uma forma tão visivel, mas acima de tudo, de uma forma tão atabalhoada, tão incompetênte.

.
Pode-se até dizer que estamos perante uma verdadeira Regra dos Quatro.

Mesmo assim por cá nem é assim tão mau, Espanha ou Itália podem bem ser exemplos disso. E nem de agora:

«Porque deveríamos aceitar a liberdade de expressão? Porque deveria um Governo permitir que o critiquem? Se ele não aceita que o combatam com armas, porque aceitaria que o fizessem com ideias, que são muito mais letais que as armas?»

Esta frase até tem a sua componente cómica, já que foi dita pelo "mentor" dos mais acérrimos criticos deste Governo, fundador da extinta URSS, Vladimir Lenine.



E já que estou numa de Governo, na RTP on-line...

"Governo admite acção contra Tabaqueira se análises confirmarem pesticida"

Não seria o Estado passivel de estar no banco dos réus, ao lado da Tabaqueira. Como antigo Dono (accionista) dessa empresa, numa altura em que a mesma ocultou informação ciêntifica e técnica sobre o tabaco (base sobre a qual a Philip Morris foi condenada). E já agora, a dealdrina, uma substância potencialmente cancerígena, está proibida em Portugal desde 1974. A pergunta que o Estrado deve fazer não é se vai ou não processar a Tabaqueira, mas sim desde quando se verifica a presença de dealdrina no tabaco vendido por uma empresa por si controla até aos anos 90.


segunda-feira, novembro 22, 2004

para quem tiver tempo ou gosta de cinema


Um filme suberbo com o melhor actor por terras de nuestros hermanos e arredores.



O filme tem uma história lindíssima entre dois pescadores que passavam as segundas-feiras ao sol, vendo a beleza do mar e os barcos a passar, enquanto contavam histórias um ao outro sobre as suas vidas.
Tristemente perfeito.

Anda por estas alturas a passar no Lusomundo Premium.



Pagamento do IMI poderá ser ilegal

Na CTOC, por indicação do grande João, sempre atento :

Milhares de contribuintes já pagaram o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Só que as taxas definidas para o IMI de 2004 foram definidas pelas Assembleias Municipais até Setembro de 2003, numa altura em que o que vigorava era a Contribuição Autárquica.

Só em Novembro desse mesmo ano é que o IMI passou a vigorar, tendo o Estado fixado um intervalo de variação entre os 0,8 e os 1,2 por cento para as taxas a aplicar. Os municípios apressaram-se a escolher, na sua grande maioria, o valor mais alto e a remeter aos seus munícipes as cartas para pagamento. «Estamos em presença de uma cobrança ilegal de imposto», afirmou ao CM, Domingues de Azevedo, presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC).

Aquele responsável adiantou que «a forma de cobrança de imposto não está prevista na Lei, o que é uma razão consagrada pelo Código do Procedimento Tributário, para que os contribuintes possam alegar a nulidade daquele tributo». As taxas de IMI com montantes inferiores a 100 euros deveriam ser pagas até 30 de Abril.
Miguel Alexandre Ganhão

de regresso


Uma semana de férias passa muito rápido...
E porque raio não consigo "postar" em casa, porque raio o Blogger diz que a conta não existe?????
..., mas uma semana é uma semana. pequeno-almoço na cama, ouvir o debate do orçamento na SIC Noticias... genericamente, fazer nenhum.
Nenos guita na conta, mas sofás novos... já só falta o gás!!! eheheh!!!!
Uma carta da DGV e o regresso aos transportes públicos nos próximos dois meses.



E já lá vão SEIS meses, não é mor ;-)

quinta-feira, novembro 11, 2004

a outra Cardona, a do interesse público

No 'Os Estados da Nação'...

" O Diário da República, de 28 de Outubro (que apesar do Governo que temos ainda não tem manchetes) publicou no passado dia 28 de Outubro o seguinte:

"Aviso (extracto) n.º 9996/2004 (2.ª série). - Por despacho do director-geral de 6 de Outubro de 2004: Maria Celeste Ferreira Lopes Cardona, assessora jurista do quadro da Direcção-Geral dos Impostos - autorizada a passar à situação de licença sem vencimento de longa duração, com efeitos a 1 de Outubro de 2004. 18 de Outubro de 2004. - A Chefe de Divisão, Ângela Santos."

Pois bem... a ex-Sra Ministra da Justiça Celeste Cardona pode assim deixar (para já) o seu lugar de funcionária pública e ir a caminho da Caixa Geral de Depósitos. Tudo bem combinado, deixa o Parlamento, mete a licença sem vencimento e vai ganhar 3 mil e tal contos por mês.

E desta forma, tendo pedido licença sem vencimento (e sendo-lhe concedida, como foi) se for despedida recebrá uma choruda indemnização, o que não sucederia se em vez disso tivesse sido requisitada pela CGD à Direcção Geral dos Impostos.

É assim a defesa do interesse público!
"

Estanha-se que este caso particular não tenha seguido o procedimento normal, que é requisição... trata-se de uma diferênça bastante churuda, de alguns milhares de contos na conta final!!!

quarta-feira, novembro 10, 2004

Feijoada em PERIGO...

Aquisição de armas químicas pode dar cinco anos de prisão.
Governo prepara nova lei sobre armas químicas. Penas mais duras para quem produzir produtos tóxicos com o objectivo de fazer armas de guerra. Coimas podem chegar aos 300 mil euros.


Consumidores de cozido, rancho, feijoada e tripas à moda do Porto estão indignados com esta medida, prometendo uma manifestação junto à Residência Oficial do PM. "Isto não fica assim, faremos um protesto quimico em São Bento."

terça-feira, novembro 09, 2004

depois de Michael...

... Franz Ferdinand explodiram numa espécie de dance punk.

Após mais de uma dezena de cd's, novos ilustres (des)conhecidos, ou não...


Snow Patrol - Final Strawn
Entranha-se, primeira reacção.




Jack Johnson - On and On
Simples! Apenas o prazer de cantar.


E num registo diferente...


Jane Monheit - Taking a Chance on Love
Possivelmente mágico!

Neste momento nas colunas... off he goes!!!

quinta-feira, novembro 04, 2004

sound off



@ A Brito

quarta-feira, novembro 03, 2004

Concorrência critica

"Finanças dão depósitos de tesouraria ao BCP
Os milhões de euros de organismos públicos passam para o BCP. Concorrência critica

O ministério das Finanças concedeu ao Millennium bcp o direito de captar depósitos dos «organismos públicos» dependentes da Direcção-Geral do Tesouro (DGT). Serão centenas de milhões de euros mobilizados em depósitos e geridos via banco tutelado por Jardim Gonçalves e que, até ontem, passavam pela Caixa Geral de Depósitos, CGD. De fora do «negócio» acordado com o Estado estão os restantes bancos privados.

Os serviços de Bagão Félix, o ministro da Finanças, confirmaram o «protocolo» com o BCP e afirmam que «muito brevemente» serão assinados protocolos semelhantes com a generalidade da banca privada. Mas esta intenção não acalma o mercado. Altos quadros da banca comercial, concorrentes do BCP, já criticam o «documento» assinado com o BCP. «Candeia que vai à frente ilumina duas vezes», afirma um quadro bancário. Ou seja, quem chega primeiro ao mercado «tem todas as vantagens para tomar o grosso do negócio». Também os funcionários da DGT criticam o «acordo» com o BCP. «Está-se a tentar centralizar a tesouraria do Estado para um banco privado», acusam.

...

As Finanças confirmam a existência de um protocolo, mas recusam a sua divulgação (ver caixa). Garantem que o mesmo documento será estendido a «curto prazo» a outros bancos, mas alguns dirigentes da administração pública não escondem fortes criticas. Acusam o Governo de «entregar a uma entidade privada» boa parte da «centralização da tesouraria do Estado» e questionam «a eventual existência» de «comissões» por serviços prestados. «Seria compreensível que um negócio destes fosse alargado a instituições como o Montepio», afirmam, justificando o «carácter mais social dessas instituições
».
"

no Diário de Notícias

Esta é uma situação muito grave, mais do que a noticia em si pode transmitir. E já que trabalhei dois anos para um organismo público, julgo falar com conhecimento de causa.
Nem questiono a existência da Caixa Geral de Depósitos, cujo o único accionista é o Estado, mas sim o facto de há uns anos para cá os movimentos bancários feitos pelos organismos públicos deverem ser feitos Banco do Tesouro, um serviço da DGT ao qual os serviços acediam através de sistema de homebanking. O sistema funcionava, permitindo ao mesmo tempo à DGT uma aplicação e gestão eficaz dos excedentes de tesouraria, sem necessidade de recurso a crédito.

Com esta medida, acaba-se a boa gestão, pois a relação passa a ser entre o banco e o organismo sem que a DGT tenha acesso às contas dos organismos e aos tais excedentes e deitam-se os milhares de euros que custou a aplicação ao lixo e que teve como parceiro, creio, a Anderson Consulting.

Isto num País de Santanetes em que não se tem de explicar nada a ninguém...

terça-feira, novembro 02, 2004

Mais uma semana…


Após uma semana a chá e bolacha Maria, nada melhor que um fim-de-semana no norte para retemperar energias, o estômago e a alma. Não existe em Portugal paisagem mais bela que a do Douro, ir para norte da Covilhã em direção à Guarda e um verdadeiro elixir, com os seus tons avermelhados nos outono e na primavera e o verde e branco do inverno.

Hoje de manhã, o trânsito cortado na Vasco da Gama e as filas intermináveis devolveram-me à realidade... mas também se não fosse essa realidade, com daria valor ao resto.

terça-feira, outubro 26, 2004

The Lovers



1928 - Rene Magritte

segunda-feira, outubro 25, 2004

Recomendado...


Mais um bom filme brasileiro...
Carandiru

.

O filme baseia-se na experiência do Dr. Drauzio Varella como médico na prisão, culminando com o Massacre de 1992, que resultou no livro "Estação Carandiru".

"A 2 de Outubro de 1992 300 agentes da Polícia Militar de São Paulo irrompem pela prisão de Carandiru, pondo cobro a um motim, 111 pessoas foram mortas, nenhum deles era agente da PM.
Apenas três lados podem contar o que houve naquele dia: A polícia, Deus e os detidos; eu ouvi estes últimos. "
Drauzio Varella

quarta-feira, outubro 20, 2004

Diabo amarelo com olhos de fogo...

Fotografia: Joel Santos

Vês?

a pedido do Edmond...



Não tenho referencia do autor, mas é uma fotografia soberba.
A perfeição da forma.

para o meu amorzinho que está em casa doente...



O Amor cura muitos dos males deste mundo...
... infelizmente a gastroenterite não é um deles!


Prémios da semana...II


O prémio "isto precisa é de DOIS Salazar" vai para...

O ministro Morais Sarmento, porque todos concordamos que deve "haver limites à independência", quer dizer qualquer dia estamos perante "um modelo perverso" em que cada um pode formar a sua opinião e transmiti-la...
A Constituição da República Portuguesa aprovada em 1975 e
actualizada em 2004, essa malandra, tem o desplante de afirmar estas
barbaridades:

Art 2º: A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa”
(...)
Art. 38º:
(Liberdade de imprensa e meios de comunicação social)
1. É garantida a liberdade de imprensa.
(…)
6. A estrutura e o funcionamento dos meios de comunicação social do sector público devem salvaguardar a sua independência perante o Governo, a Administração e os demais poderes públicos, bem como assegurar a possibilidade de expressão e confronto das diversas correntes de opinião.


Quem se lembra do sketch do Herman Enciclopédia, em que o Jornalista que lê as noticias tem uma arma apontada à cabeça???
Já dizia o outro senhor....
"Um jornal pode ser muito mais que um jornal. Pode ser, sobretudo, um
organizador colectivo."

Lenine.

Prémios da semana...


O Prémio "se achavam que eu não podia ser mais estúpido enganaram-se" vai para...

O ministro Gomes da Silva... político tuga que sabe quando, como e onde afirmar, afinal "as cabalas existem independentemente da vontade subjectiva de as constituir".


terça-feira, outubro 19, 2004

No meio do stress de impostos e declarações electrónicas, a minha mente foi invadida de recordações do meu Avô. Aquela pessoa que me ensinou a jogar à bisca dos três, das horas infindáveis que passamos a jogar à sueca (sem nunca o conseguir vencer), de estar sempre a reclamar que não conseguia dormir (quando quem estava no quarto ao lado é que não conseguia... com o barulho do ressonar do “velho”). E de quando dava futebol na televisão, ele perguntar sempre “é o Benfica?” e eu ter de estar a explicar “não avô, o benfica foi ontem...”.

Não sei se já alguma vez tinha aqui escrito algo sobre o meu Avô, mas apeteceu-me. Não sei se por não conseguir disfarçar este sorriso estupido com que estou ou se por este nó que sinto na garganta...

Foi com ele que aprendi o significado de mortalidade. “Ninguém vive para sempre”.
Um grande Beijo Avô, onde quer que estejas.


em tempo de crise...

O jornal Público diz-nos que irá ser criado na Presidência do Conselho de Ministros o Gabinete de Informação e Comunicação (GIC), já aprovado pelo Conselho de Ministros e que custará, em 2005, cerca de dois milhões de euros, devendo ter entre 20 a 30 pessoas.
Com o objectivo de "elaborar planos de comunicação relativos às políticas públicas aprovadas e à acção governativa; estabelecer as relações com os meios de comunicação social; apoiar assessorias e outras estruturas de imprensa; planear e apoiar campanhas de informação a promover; organizar e apoiar conferências de imprensa dos membros do Governo, bem como sessões de informação e esclarecimento; elaborar conteúdos internos para plataformas de informação e comunicação governamentais; elaborar relatórios de imprensa; promover a formação profissional na área da informação e comunicação e tratar, arquivar e divulgar a informação produzida pelos órgãos de comunicação social"

Admiravelmente em tempos de crise, que não é para todos, e dadas as inerências desta "central" e dado que cada ministério já tem os seus acessores e gabinetes de imprensa/ comunicação, não passou pela cabeça emagrecer as já existentes estruturas!!!! è que em números, cada assessor da central irá custar ao herário público qualquer coisa como 66.667 euros/ano.

No comments.
... há que definir prioridades

segunda-feira, outubro 18, 2004

Conversas da treta

Vim agora do almoço e acabei de ter uma conversa da treta. Quem não tem uma boa conversa da treta? Às vezes são as que sabem melhor pois nem sempre apetece ter aquelas conversas filosóficas e místicas, por sentirmos o raciocínio preguiçoso. Mas para mim tem de ser uma boa conversa da treta. Não ter uma má conversa da treta. E isso tem-se quando somos abordado pela mesma pessoa munida das mesmas frases. Cada vez que encontro aquele espécime tenho de levar com a conversa do género: "Bem, estou cá com um sono que só me apetecia estar em casa" ou o pensamento do dia "foda-se, ainda hoje é segunda-feira e nunca mais chega o fim-de-semana"; e a discussão meteriológica do costume: "O tempo hoje está uma merda" ao qual se consegue responder às vezes "sim, tens toda a razão. O tempo hoje está uma merda". Mas o leque de conversas da treta expande-se até ao horizonte. Querem mais exemplos? "Estou farto disto."; "só me apetece é estar em casa ou na praia"; "A vida é uma merda"; "Nunca mais chega o final do mês"; "Não tenho tempo para nada"; "Não me apetece fazer a ponta de um corno", e outras frases célebres que perfumam um ar de uma tarde chuvosa outunal de segunda-feira.
Antes de mais nada, gostava de dizer, não vão os leitores acharem que sou presunçoso e detentor de toda a moral do mundo, que todas e muitas mais frases desta escadaria pensante já foram em tempos utilizadas por mim, e os meus amigos que o digam. Agora chegou a minha vez de acartar com este tipo de conversas e, sinceramente lamento sentir o estado depressivo das pessoas, mesmo das que nos são mais chegadas. Não deixam de nos preocuparmos por gostarmos delas. Agora para os que nada nos dizem, a nossa vontade é sempre outra: apedrejá-los verbalmente de "vai mas é trabalhar, ó meu calão" ou "eu se fosse a ti já tinha cortado os pulsos. Contribuias sem dúvida para o desenvolvimento do país" ou uma expressão antiga mas eficaz do tipo "pá, vai p'ró caralho!".

Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Sou sincero quando digo que detesto ouvir gente com a mania que são melhores que os outros, e esses são sempre os primeiros aos quais tenho vontade felino de os derrubar psicológicamente e colocá-los no seu devido lugar, como um rapaz que conheci que cada frase que saía daquela boquita que só servia para fumar, era para fazer sentir os outros abaixo dele. ainda lhe cheguei a perguntar se tinha algum problema de afirmação, que falava dos Pós-Modernistas da música clássica, que utilizavam acordes de sétima de nona, invertidos com um ré-bemol ao quadrado, logaritmo de sete. Depois vieram os românticos e os Neo- Românticos que, ao contrário dos Pós- Modernistas utilizavam acordes de sétima maior dissonando com os de menor de nona. Lembro-me de ter contado estas merdas à minha namorada, e ela quase me matou de tanto rir, quando começou a burlar a conversa do outro dos pós modernistas com cenas do tipo "yá, yá, e depois vieram os visigodos e deram cabo disto tudo. Expulsaram os romanos e... olha, olha pergunta lá ao bacano se conhece o compositor chamado Zoloft". Foi um regabofe de riso.

Eu não sei se a melhor coisa a fazer será ouvir e esperar que o tempo passe depressa, ou arranjar uma desculpa evasiva como "Eh, pá. Tenho de me ir embora. É que tenho o javali ao lume", mas tento ser cuidadoso com o que digo às pessoas. Mas os únicos que eu tenho um ombro sempre disponível para virem chorar quando quiserem são os meus entes queridos. Os que não são, peço imensa desculpa mas não tenho lombo que aguente para ti, porque o que realmente gostavas de fazer na vida era beber copos, fornicar, ter luxo sem fazer nada para o ter, fumar ganzas, enfim: intoxicares-te. Infelizmente, meu caro amigo, a vida é mesmo uma merda, mas desculpa lá qualquer coisinha mas vou sair. Tenho de fazer para que a vida seja menos merdosa.

Adieu

Edmond

domingo, outubro 17, 2004

Gladiadores

Acabei de vêr a primeira parte do SLB 0 - FCP 1. Grande golo do MAcarthy que retirou o ânimo aos benfiquistas, mas deixando os pormenores do jogo de lado, ocurreu-me um pensamento sobre a evolução da humanidade.

Coliseu de Roma na altura em que a Europa era sucessivamente romanizada por esse império que reinou durante séculos.
Uma arena repleta de romanos ávidos de verem a morte ao vivo de diversas maneiras nos "jogos" que divirtam as massas. Cristãos devorados por esfomeados leões; gladiadores que lutavam pelo seu único bem que lhes pertencia: a vida. Vencia o mais forte, em que alma do mais fraco era ceifada pela Morte. Os gritos romanos e entregues aquela barbárie pulverizavam o ar de loucura. Aplausos soltos e aclamações ao seu gladiador preferido vencia mais um combate, mais uma batalha sobre a sua própria vida. A arena era manchada de sangue, onde lanças quebradas pela violência do jogo se espalhavam pela areia; cadáveres a serem arrastados para fora da arena por não terem já nenhuma utilidade. ISto, e muitos mais jogos de entretenimento de Morte, barbárie e grosseria para divertir um império infectado pela loucura que advém de excesso de poder.

Dias actuais.......

Estádio da Luz. 60.000 pessoas a torcerem pela sua equipa num Benfica - Porto onde os poucos adeptos portistas soltam gritos de alegria quando Macarthy marca um golo de levantar os próprios Deuses das bancadas. Acabou de serem expulsos um jogador de cada equipa por uma troca de gestos impróprios da conduta de um jogador. O relvado ainda continua verde e nem uma única gota de sabgue a manchar a arena. Mesmo que a equipa da maioria massa adepta do seu clube perca, todos regressarão a casa, pois descarregaram num jogo toda a lixeira acumulada nas suas rotineiras vidas. Coloriram com os cachecóis; brindam os seus jogadores de aplausos quando alguém brilha na saudável peleja.
Independentemente do resultado, toda a multidão regressará a casa com os lances na sua memória, com a cor, com os cânticos que ainda soam nas mentes dos amantes do futebol, e os gladiadores dos tempos modernos - os jogadores, descançam e treinam para o próximo "combate".

Quem diz que o mundo caminha para o fim, digo que discordo por completo. Vivemos uma época efémera com o grave e delicado cancro, que tem atordoado o mundo de violência com o terrorismo; morrem não sei quantas crianças à fome num segundo; corrupção em todos os sectores governamentais, o flagelo hediondo da pedofília, em que os pederastas ainda molestam milhares de crianças no escuro e em segredo.
Acredito na evolução da humanidade. No outro dia li num artefacto que "quando nasce uma criança nasce uma nova esperança". Não direi que o mundo é belo, pois não o é, mas acredito convictamente que cada um de nós pode contribuir para a sua evolução. Tapo os meus ouvidos a quem diz ignomínias sobre " isto cada vez está pior" sem mover uma palha. É claro que não sou detentor de uma moral bíblica pois isso ninguém, mas um simples acreditar já é uma contribuição significativa para a evolução da humanidade, porque enquanto formos vivos devemos dar um contributo ao mundo. Identifico-me com a frase de um filósofo grego que "não sou nem grego nem troiano; sou um simples cidadão do mundo".

Sendo mais realista, vejo no meu país pessoas a queixarem-se de barriga cheia. Para eles é-lhes mais fácil dizer que as coisas estão piores sem recorrerem às histórias comuns dos nossos pais na altura em que pão e água eram bens preciosos. Hoje, ouvindo o que as pessoas que muito o seu nariz torcem ao trabalho me dizem, talvez os bens preciosos sejam outros.
Séneca disse que o mais sábio dos homens é aquele que pouco tem. É utópico em dias que, felizmente, os restaurantes, cinemas, teatros, estádios de futebol, discotecas e outras arenas para continuarem a divertir as massas, as pessoas deixarem seus lamentos de lado, e olharem com uma mente aberta que uma grande parte da população mundial daría tudo para terem o seu "pouco" de que tanto se lamentam.

Vou acabar de ver o jogo, polémico por um golo claríssimo por parte dos "gladiadores vermelhos".

Edmond

sexta-feira, outubro 15, 2004

Bom fim-de-semana

Já não digo mais nada hoje pois não quero ser um chato para ninguém.

Arrivederci

Sê só tu

Tu não és nada tu,
Tu és como alguém,
Visto isto a olho nu,
Se não és tu,
Não és ninguém.

O seres tu, tu negas.
Porque não seres tu só?
Devias ter dó de ti,
Pois ninguém
De ti tem dó.

Que farás tu de ti,
Se alguém de ti gostar?
Vais gostar mais do alguém,
E de ti, tu,
Vais-te odiar?

É que alguém só é,
Quem ele quer ser.
Mas há quem seja,
Outro alguém,
Sem ninguém querer.

Mas para isso opta tu,
E opta por tu seres.
Porque se tu não fores,
Terás de todos,
Em ti seus quereres.

Edmond - 14/10/04


Tem dó

Tem de ti um pouco dó,
E não faças marcha à ré.
Se quiseres vem até mim,
(A seguir ao mi vem o fá)
Posso ser, quem sabe, o sol,
Tu o meu. Vá lá, vá lá!,
O Sol já tem por si,
De todos nós um pouco dó.

Tem de mim agora dó
Não sei se embruteci,
Dá-me o teu perdão. Dá, lá.
És só tu meu girassol
(Antes do sol é o fá),
Vem tu cá até mim,
Faz agora marcha à ré,
Vou por agora nisto fim,
Faz do ‘não’ agora ‘sim’
Minha flor, meu jasmim,
Diz sim ao beijo. Vá lá, tem dó

Edmond – 14/10/04

Ataques de Pânico

Há uns anos atrás descobri que tinha ataques de pânico. Mas só confirmei que sofria de ansiedade e de outras merdas más, quando resolvi ir ao médico. Nessa altura pensei estar insano.
Para vocês perceberem que doença é esta, imaginem o que é estarem num restaurante, daqueles jantares chatos e secantes do trabalho como o são nos restaurantes que, em vez de relaxar e descontrair, fico mais encolhido. E esse encolhimento vai sendo pregressivamente maior, à medida que o tempo passa e que se fica sem respiração. Inventa-se desculpas esfarrapadas para ir até à casa-de-banho, sem vontade de fazer qualquer necessidade fisiológica, ou vir até cá fora e usar a expressão "vou apanhar ar", e gera-se uma sufocante ansiedade que a merda do jantar acabe. Mas um ainda vai fumar um cigarro, outra levanta-se para tirar a bela fotografia, e nós ali apertados e encolhidos, a pensar que vamos morrer. Sublinhe-se que não se morre de um ataque de pânico mas a sensação que nós temos não desaparece, e as dores de cabeça são desesperadamente dolorosas.
Fartei-me de me esconder no meu sítio, pois mesmo nele encolhia. Sentia-me um bicho fechado num vidro qualquer para experiências laboratoriais; sentia que não era capaz de viver por não ser livre. Olhava em redor e as pessoas riam-se livremente e agonizava-me por não fazê-lo da mesma maneira. Pensava que os tempos do antigamente é que eram bons. Ria-me com vontade, corria, saltava, tinha amigos ao meu lado, tive namoradas como toda a gente, e de repente, vía o meu mundo a ruir aos poucos e aí, entrei em pânico. Foi quando percebi que não estava nada bem, e o desejo de morrer era enorme pois não fazia sentido viver daquela maneira maquinal, e pensava sempre que a culpa era só minha.

Decidi ir ao médico depois de uns anos (o meu primeiro ataque de pânico foi há 6 anos atrás dentro do cinema). Fui atendido por uma mulher asquerosíssima de fisionomia e maneira de ser. Lembro-me perfeitamente de ter vontade de me levantar e chamar todos os nomes aquela criatura, pois sentia-me doente num desespero de alguém que queria deixar de o ser.
Receitou-me uns anti-depressivos e uns ansiolíticos que aliviavam aquela balão que parece termos dentro do peito.
Ao princípio pensava não ser normal como as outras pessoas mas nunca me senti uma pessoa normal nem sei o e nem quero saber o que isso é. Na minha opinião, quanto mais uma pessoa é ela própria mais normal essa pessoa é. Para mim uma pessoa anormal é a que se esforça ser ou ter uma vida que toda a gente tem. E foi assim que começaram os meus ataques de pânico.

Sublinhe-se que cada caso é um caso específico. Acho estúpido generalizar por conhecer apenas um caso, mas digo-vos que muita gente tem o que ainda tenho, pois a doença é controlada e não curada. Note-se que é uma doença psíquica mas com o desenvolver pode tornar-se também física. Não sou especialista na matéria e não tenho sido acompanhado por um especialista de "gente insana", mas quanto mais a assumo e exteriorizo, mais "eu" me sinto; quanto mais faço o que me vai na alma, quanto mais escuto o que o coração me diz, mais normal me sinto e menos pânico tenho da vida. Qualquer pessoa é vulnerável à chamada doença do século, e se querem saber, não pesquiso nada sobre o assunto. Procuro sim aproveitar o tempo fazendo aquilo que quero e tenho vontade. E assim, fui fazendo progressos com a ajuda dos comprimidos para a loucura, como eu lhes chamo. Consegui voltar a estar com os meus amigos, travar conhecimentos com outras pessoas, colorir um pouco o meu mundo em ruínas, ouvir com interesse o que as pessoas me tinham para dizer, pois nessa altura eu nem conseguia ouvir as pessoas por estar concentrado na minha respiração.
Escrevo para dizer que tudo é possível para os que sofrem encolhidos nos seus cantos. O primeiro passo talvez seja aceitar que estamos doentes e não pensar que somos anormais aos olhos do mundo. É tudo uma questão de guardarmos o nosso estúpido orgulho no bolso e sim, ir ao psiquiatra (para os leigos, o psiquiatra é aquele que medica que sofre perturbações mentais e não o médico dos malucos).
Há pensamentos que trago sempre comigo durante os meus dias: "Não posso dizer que estou completamente curado"; "tudo o que é chão firme hoje pode não ser amanhã" e outros que me mantêm num certo estado de vigília que me alertam desta doença. É como o batedor que traz notícias de aproximação de um exército. Ele vem avisar-me se o pânico vai me atacar ou não e eu só tenho que me defender, mais nada.

Não menosprezem a doença. Mas acima de tudo e de todas as coisas... NÃO ENTREM EM PÂNICO!!!!!

Vive lá liberté!!!!!

Edmond



A Sala

Passei pela porta de madeira e entrei,
Na sala vazia só com paredes,
De um branco, simples e imaculado,
Decoradas só com uma lareira.
Por cima, as velas dormiam,
Mas já era a hora de despertarem uma chama,
Que iluminasse aquele lugar onde o mundo,
Dançava com a chama de tal fogueira.

Nunca tinha sido envolvido pelo calor,
Que da sua boca expelia o fogo reluzente,
E por cima, contentes, tremeluziam,
As velas que ondulavam a amarelada luz.
Enfeitavam as paredes de bruxuleantes,
Sombras que não ninguém importunavam,
Escutavam só as nossas conversas,
Escondidas como presentes para oferecer.

Eram só palavras que para dar eu tinha,
Nada mais trazia; só palavras e o meu ser,
E com o seu ser, ficamos juntos a olhar,
A maravilha de um pacífico fogo.
Açoitando a madeira, ouvia-se seu chicote,
Sulcando as costas da pobre madeira,
Só a água podia ser salvação,
Mas não era uma floresta. Era só uma migalha.

Mas se o branco parecia tão vazio,
Não dei conta, pois enchíamos bem a sala,
Ébrios de sorrisos e tranquila calma,
Que se expandiam pelos corpos nus e frios.
Mas já quentes do calor envolvente,
Entrelacei-me nos seus braços de pele fresca.
Fui bebendo o néctar de Dionísio,
E de tanto amor que era feito num pardieiro,
Fomos devagar colocando a nossa cor.

Deixaram as paredes de ser brancas,
Pois quase os anjos via, que tocavam,
Melodias celestiais em harmonia,
Soando suas trombetas de latão.
Lá fora o mundo estava quieto, adormecido,
Esquecido na imensidão de nosso canto,
Que pequeno, revelou ser para mim grande,
Pois grande era o que tinha no coração.

Brilho nos olhos; tranquila paz,
Partilha de angústias passadas,
Brincadeiras de crianças, que contentes,
Esquecem as mundanas ignomínias.
Gestos carinhosos, cabelos afagados,
Troca de carícias e abraços, embriagados.
O desejo de eterna ser a noite,
Tudo eram as minhas cores preferidas.

A areia foi deslizando pela ampulheta,
Subi degraus e tombei imensas vezes,
Sem promessas fui cumprindo meus deveres,
Fui ganhando força num dia de cada vez.
Mas cheguei ao topo, passando até as nuvens,
Fiquei perto do céu sentindo só a solidão,
Não querendo ficar por lá muito tempo,
Comecei a minha descida de tal montanha..

Falo de viagens que nunca fiz,
E de sítios onde nunca ouvi falar,
Mas na sala onde tudo era branco,
Fui até ao paraíso que parecia ser eterno;
De subir montanhas, suportando o frio,
Enfrentando ventos furiosos de seu ciúme.
Viajei com a alma; viajei com o corpo,
De mãos dadas com outro corpo e alma.

Nada é eterno. Nada é imortal,
Nem o homem nem a Terra cá ficarão para sempre,
Doloroso é assimilar certo destino,
De verdade absoluta, impiedosa Morte.
Sem darmos conta vamos sendo substituídos,
Por meros objectos que furtam nossa cor,
Ou nosso gosto pela decoração mais íntima.

Os sorrisos são retirados das paredes,
Para dar lugar a um quadro qualquer,
Que nem lá tem a nossa assinatura,
Comprado por tuta-e-meia numa qualquer feira.
As palavras são substituídas por um silencio,
Constrangedor para quem muito falava,
E onde estavam os anjos musicais alegres,
Estão uns cortinados que desmaiam nas paredes.

Candeeiros e caixas que vendem sonhos,
Que riem da nossa pura vegetação;
Já só se fala de contas que nos apertam,
O coração que pulsa de ansiedade.
Já não se salta para cima do canapé,
Livremente; está lá um mais arrogante,
Vistoso, luxuriante que escravizou,
Que dá sono, tédio e estúpido conforto.

Está composta assim a sala de agora,
O que vazio foi já hoje não o é,
Está vistosa, majestosa de bom gosto,
Mas caprichosa, sem me dizer palavra.
Pois no vazio é-me fácil preencher,
Com os encantos que em tempos cultivamos,
Não me curvo perante ela, a vaidosa,
Por ter saudade da simplicidade.

Edmond





Liberdade de pressão

Quem me dera que os meus dias de trabalho fossem assim de vez em quando, não sempre, mas haver dias em que os chefes, esses capatazes dos tempos modernos, estão para fora em reuniões importantes e nos escritórios, fica a raia miúda a trabalhar. Quanto ao meu desempenho de hoje, digo que não podia ser melhor. Estou a ouvir um bom álbum de Iron Maiden, mas esqueci-me de trazer os de Pantera.
Acordei hoje com um sentimento de nostalgia pura. É como ir ao sotão esquálido e abrir um baú de coisas esquecidas, retirar a poeira das coisas e ouvir vozes de um passado alegre, para quem o teve, é claro. E hoje, lembrei-me que dentro de mim ainda existe um sentimento rebelde que me corre nas veias. Mas não e tão explícito.
Ainda tentei escrever um poema sobre a rebeldia, sobre um animal que corre livremente pelo prado que se estende até ao horizonte (palavras assim do género), e lembrei-me de como foi tão bom o meu período da maluqueira. E em grupo era bem melhor. Agora também é bom mas diferente.

Ao ouvir a música que só ouvia no passado, fez-me recordar em que compunha umas boas malhas de barulho na guitarra, conseguindo eriçar os cabelos dos meus pais que me pediam para "por essa merda mais baixo"; dos tempos em que me juntava com a malta que vestia de negro (outros nem por isso, mas não interessava) como um grupo de "Harlequins" ou cavaleiros do Demónio, mas no fundo só queríamos ouvir um som bem fodido, beber umas cervejas e partilhar sentimentos de uma revolta que não sabíamos a sua origem, mas já a sentiamos, e não vinha assim de qualquer lado.
Hoje em dia tenho mais razões para ser rebelde do que nessa altura, pois nesse tempo só tinha os professores a foderem-me a cabeça. Hoje tenho muito mais gente a quem tenho de dar satisfações do meu trabalho, e às vezes da minha vida pessoal para justificar as minhas falhas por não ser um ser perfeito. Não só eu, mas toda essa malta de negra indumentária, que despiu a vestimenta de cavaleiro do demónio e passou a usar fato e gravata de um anjinho. Odeio fato e gravata e todos os que usam, excepto os meus amigos de longa data, sabendo que não trazem sujeira na cabeça e mantem aquela simplicidade de pedir pouco à vida. Às vezes rio-me com escarninho, do 'gang' do fato e gravata que passeiam na hora de almoço. Gosto de observar e ouvir surrateiramente as suas conversas de anjo engomadinho. Digamos que a minha sapiência não sobe de fasquia. Basta olhar para eles para saber logo o que não quero para mim.
Mas sejamos justos. O que às vezes parece não o é, tanto para o lado dos cavaleiros de negro como para os engomados da gravata com cabelo penteado à contabilista de carreira brilhante.

Apetece-me dizer um "FODA-SE!!!" mas não posso, como quando estudava matemática com os meus amigos quase irmãos: "FODA-SE, ESTA MERDA DÁ-ME MAL, CARALHO!!!!, socando a pobre da secretária de madeira. Era o que me apetecía dizer ao meu chefe: "FODA-SE, ESTA RECONCILIAÇÃO DÁ-ME MAL, CARALHO!!!!
Os directores da minha empresa proferem impropérios com uma fluidez da qual me espanta. São todos uns camionistas (não querendo depreciar a casta camionistica) de fato e gravata. Por isso, enganam bem. O sucesso para uma carreira brilhante é ter o cabelo bem aparado, usar um fato caro e passar por despercebido. Mais nada. Engana-se assim muitos ao qual eu não censuro pois cada um sobrevive na selva de betão como pode. O que interessa é chegar ao fim desta vida estúpida que levamos e pensar: FODA-SE: SOBREVIVI A ESTA MERDA TODA!!!! E no fim, já velhinho com a dentadura a escapar-se-me da boca, talvez tenha um sorriso suave e um brilho nos olhos a lembrar a minha vida inteira; talvez as histórias que tenha para contar à irreverente mas necessária juventude, tenha algum interesse e dê motivação para me ajudarem a atravessar a rua. Talvez eles falem do velhote António aos amigos para ouvirem as minhas histórias, do que passei, de quem amei, dos meus pais, amigos, das namoradas que tive, do que escrevi, do que senti, do que odiei, no que acreditei ser melhor para o mundo e para mim. Se me perguntarem o que quero da vida, talvez responda prematuramente que "o que desejo apenas é morrer com um simples sorriso; um sorriso que diga que vivi com alegria, mesmo com as tentativas de lavagem ao cérebro que os meus chefes fazem para esquecer a minha personalidade e substitui-la por um caracter, útil para quem quer subir na vida. O que será subir na vida? Ter um cargo de chefia mas deixar de beber copos com os amigos? Faltar a todos os planos concebidos com gosto da pessoa que se gosta? Repreender? Admoestar? Despedir e arruinar a vida de alguém e sentir essa responsabilidade até ao fim dos meus poucos dias? É ter um carro mais sofisticado? Uma televisão maior? É ficar no escritório na altura do Natal? É dar aumentos a quem me mostra um decote mais ousado quando me pedem para sair mais cedo por ter uma queca combinada com o namorado ou amante, com a desculpa esfarrapadíssima de uma falsa ida ao médico? E eu que pensava que todas estas histórias eram fictícias nos meus tempos de rebelde. Infelizmente, não o são, pois vejo e oiço muito coisa que me repugna com solenidade, e o mais confortável de tudo é acharem que sou ingénuo. Quanto mais chefes conheço mais defensor dos animais me torno, pois dizer que os chefes são uma cambada de animais, não é prejurativo para eles mas sim com os animais, pois com eles temos muita coisa aprender.

Que bom é viver a vida com ingenuidade. Vou voltar a colocar os meus "head-phones" e ouvir outro som fodido!!!!!!!!

Yeah!

Não vou pedir desculpas das ordinarices que escrevo pois considero ser mais ordinário as merdas que eu oiço dos meus chefes.

Adieu, mes amis

Edmond

sexta-feira, outubro 08, 2004

Solidão por um curto instante

Estou só, sentado na secretária habitual,
Rodeado de papéis sem pitada de romantismo.
Afundo-me num mar sem cor,
Sem o brilhante e constante piscar das águas,
Um cardume de raios do grandioso sol,
Que me envolvem de puro prazer.

Foram-se todos embora, e fiquei por aqui só,
E quando regressarem, com o sibilante vento outonal,
Sentir-me-ei só na mesma, mesmo rodeado de gente,
Que se agarra afincadamente aos malditos papéis,
E eu cá me arrasto novamente,
Tentando rumar pelo quadrante que me orientei,
Qual astrolábio, qual utensílio,
Que me revele o Norte ou Estrela Polar.

Aquela persistente dor envolve-me outra vez a mente,
Mas minha cabeça, que lateja de tanto filosófico pensamento.
Cultiva meu intelecto sem cultivar o corpo,
Esculpido pelo cinzel de uma vida atarefada de formiga,
Que não pode parar por qualquer motivo,
Pois não quero estagnar em tão decisiva altura.
Apenas na vida, quero a delicada candura.

Alva cor azul no céu, só não chega,
E eu que ando de feição com o vento ou aragem,
Sinto no rosto a brisa matinal refrescando o raciocínio,
Mas começa o tal declínio,
Quando sou autómato de maquinaria estranha,
Que aprisiona seres pensantes,
Representando um perigo eminente ao reino mundano,
Movido por alguém sem identidade.

É este o sentido da vida?
É este o caminho escolhido por mim,
Sublinhado por arcaicas filosofias e aforismos,
Que aguçam mais minha existência no mundo?
Se for rejeito, pois quanto menos tiver em posse melhor,
Desocupo-me de responsabilidades fúteis que me empobrecem,
Que me esvaziam como um saco que colhe apenas vento,
Apenas vento, nada mais.

Onde estão os fervorosos amigos que tenho,
Abençoados fortemente por um sorridente passado,
Em que felizes andámos só com diálogos nas algibeiras,
Porque outros pertences não havia, felizmente.
Elevo a veemência quando digo que tenho muito porque nada tenho,
Que me ocupe o tempo escasso com perfeitas ninharias,
E quem deseja assim viver, dormindo a fazer contas,
Façam-nos vós e deixai-me a sós na loja dos meus brinquedos.

O que escolho para mim será só esta súbita solidão,
Que tempera o insípido espírito, furtando nossa alegria,
Porque se forma um caracter para sobreviver na selva,
Fazendo autómatos sincronizados na perfeição?
Qual o horizonte que vislumbro através do óculo,
Lente do desejo e do coração que nos diz para onde ir,
Que embaraça o que me embaraça,
E que de preconceitos fazem os pudicos despirem-se?

Categoricamente, rotulam-me com tal leveza,
Que no meu íntimo solto sonoras gargalhadas,
Pois julgam que já sofreram o bastante,
E detentores de uma moral que só no mundo deles existe.
Inquisidores, castradores do pensamento livre e próprio,
Anuncio-vos meu mundo livre e que livre deixa ser,
Não a insolente liberdade que causa burburinhos pelas ruas,
Pois a multidão não pensa por ser apenas manipulada.

O que quero não revelo por ser precioso em demasia,
Há quem inveje livres pensares ou livres seres.
Nos presentes dias sinto que me furtaram,
Um pouco da selvajaria que me guia pela floresta.
Tenho loucos pensamentos e continuo a ser um louco,
Pois vou depositar ao covil dos lobos a revelação,
Do que me move, amo ou penso,
Do que desejo e me alimento que me torna assim único.

Todos sentem a fadiga morder-lhes os braços,
Atordoando-os com palavras de comum universo,
E por outra via, vem cansar quem não se cansa,
Ou se cansa não demonstra seu cansaço.
Dizer-se cansado só serve de subterfúgio,
Quando nos envolve um negrume, não desejando,
Que o negro encobrimento seja contagioso,
Para os que se mais ama, estima, entes queridos.

Doce solidão só por um curto instante,
Servindo de viagem, embarcando na caravela,
Içando as velas com ventos de feição,
No mar mental da fantasia. Maravilhoso!
Mesmo quieto, fechado em quatro paredes,
Não quero estagnar só com o seu branco,
Prendam-me os membros e coloquem-me mordaça,
Pois a mente viaja sempre. Estar preso não me embaraça.

EFB – 08/10/04 (14:14)

quinta-feira, outubro 07, 2004

Given To Fly... e tu quem és?


take the which pearl jam song are you? quiz, a product of the pearljammers community.


a letra:

he could have tuned in, tuned in, but he tuned out
a bad time, nothing could save him
alone in a corridor, waiting, locked out
he got up out of there, ran for hundreds of miles
he made it to the ocean had a smoke in a tree
the wind rose up, set him down on his knee
a wave came crashing like a fist to the jaw,
delivered him wings, "hey look at me now..."
arms wide open with the sea as his floor
oh, oh, oh...
he's flying, whole!
high! wide! oh...

he floated back down cause he wanted to share
his key to the locks on the chains he saw everywhere
but first he was stripped, and then he was stabbed
by faceless men, well fuckers...he still stands
and he still gives his love, he just gives it away;
the love he recieves is the love that is saved
and sometimes is seen a strange spot in the sky
a human being that was given to fly...
flying! whole...
high! flying! whole...
he's flying! woah...
high... woah... oh...

combate ao desemprego

Desde que tomou posse, a 17 de Julho, o Governo de Santana Lopes já nomeou 1034 pessoas, isto até 4 de Outubro. Numa média de 13 nomeações por dia, uma nova nomeação de duas em duas horas.

Paulo Portas, o ministro de Estado, da Defesa e dos Assuntos do Mar é quam mais esforço tem feito na tentativa de diminuri as taxas de desemprego, contando já com quatro secretárias pessoais e seis motoristas.

Se a esta política feroz para baixar as taxas de semprego somarmos o esforço de Durão, que procedeu a 38 nomeações depois de anunciar a sua saída.

Jobs for the boys, boys without knowlodge, more boys for some knowlodge... deve ser por isso!!!

última hora


Agora só falta a TVI confirmar o nome de Luís Delgado como novo comentador dos domingos, esse garante da opinião isenta e só numa de respeitar o contraditório... Telmo Correia!

Tal como Rui Gomes da Silva acha de deve ser, um debate entre Luís Delgado e Telmo Correia.

incompetência faz destas coisas


Não é um homem, é uma instituição...

Marcelo Rebelo de Sousa, ou Marrão como o Ragel o chamou hoje na TSF, era "O" opinion maker do país com as suas homilias dominicais, mas a imbecilidade deste Governo transformou-o numa verdadeira instituição política.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Signs From Earth


Photograph by Peter Essick

It's pretty as a postcard from the air. You'd never guess that Male (above), the island capital of the Maldives, is threatened by the serenely blue Indian Ocean. If scientists' worst-case projections come true and sea level rises more than three feet, the Maldives and other low-lying atoll nations could be underwater by century's end.
nationalgeographic.com

sexta-feira, outubro 01, 2004

sound off



quinta-feira, setembro 30, 2004

sound off

. Simona Torretta waves as she celebrates her release during a ceremony at the Campidoglio in Rome September 29, 2004. Charity workers Torretta and Simona Pari, both 29, returned to Rome on Wednesday after being held hostage for three weeks in Baghdad.

29 Sep 2004 REUTERS/Alessia Pierdomenico




tubarões

Há uns dias vi um programa no canal Odisseia sobre tubarões brancos que me deixou fascinado... ou melhor de boca aberta de tão parvo que fiquei. O programa era sobre a tentativa de Andre Hartman nadar com um tubarão branco em mar aberto... bahhh, coisa pouca! Estão a ver os shows marinhos em que o tratador nada agarrado à barbatana dorsal do golfinho... este gajo fez o mesmo, mas com um tubarão branco.


Andre Hartman foi para o alto mar, para nadar agarrado à barbatana dorsal de um grande Tubarão Branco. Que eu tenha conhecimento, só mais uma pessoa fez isso, Jean Michel Cousteau (o filho), numa ocasião enquanto filmava em oceano aberto com os tubarões.


Hartman é um dos principais responsáveis pela subrevivência do Tubarão branco, desmistificando a ideia de um assassino impiedoso, imagem do filme “Jaws”.


quarta-feira, setembro 29, 2004

sound off



An Indian labourer walks as the sun rises in the country's capital New Delhi September 29, 2004.
29 Sep 2004 REUTERS/B Mathur

a sós...




terça-feira, setembro 28, 2004

eleições - actualização

Em actualização ao meu post sobre o tema "eleições - votos absolutos vs colégio eleitoral", aqui fica a última actualização sobre a tendência de voto americana...



Isto vai ser a doer até ao final.

SEXO

Curioso ser o facto de neste espaço ainda não ter sido abordado o tema mais falado nos nossos dias: o sexo.
Não vos vou dar definições literárias sobre ele. Prefiro fazê-lo do que defini-lo, pois sendo um eterno apaixonado das coisas belas da vida, defendo a idéia que essa beleza mundano se deteora ao atribuir-lhe uma definição. É como se perguntassem superficialmente o que é que eu acho de música, pintura, e todas as artes concebidas pelos génios imortais da humanidade. A minha reacção seria muda mas esclarecedora. Com o sexo é a mesma coisa. Faz-se e não se define.
Poderíamos talvez dizer que o sexo se baseia na fusão de homem e mulher, em movimentos ascendentes e descendentes, e um deles, ou os dois em simultâneo, se atinge o descarregar de emoções fortes: o orgasmo. Mas isto é o sexo insípido de pessoas insípidas, pois para mim o sexo é uma arte, tal como todas as restantes. E só de desejar exteriorizar esta arte, já fico com um apetite voraz de dar umas pinceladas valentes.
Pelo amor dos santos, façam sexo, ou melhor façam amor, inúmeras vezes por dia, por semana, por hora, sempre que tenham tempo. Que melhor maneira de descontrair e sentirmos leves senão fazê-lo quando se tem vontade? E coloquem sem preconceitos, e sem palavras que só retrocedem para o acto em si, todas as vossas idéias artísticas. Negá-las só nos fazem adoecer a mente, e para isso já basta andarmos encolhidos durante os nossos dias rotineiros. Façam-no! Façam-no! Imaginem o que era o mundo inteiro a fazer amor em sintonia. Todas as pessoas andavam com um sorriso leve estampado no rosto. Chamem-me porco se quiserem, não me importo. Eu é que não aceito o facto das pessoas fazerem de um acto belo e divino, rotularem-no de sujo e imundo. A imundíce acumula-se na mente humana quando se negam os próprios impulsos mais íntimos.
SEXO é belo como a própria Natureza o é, e considero o SEXO uma bela forma de arte. Sejam artistas.

Olhos nos Olhos, Frans lanting

Uma das aquisições do ano...

Olhos nos Olhos, de
Fans Lanting é o primeiro portfolio deste mestre da fotografia, com imagens de uma beleza extraordinária.



Olhos nos Olhos é sem dúvida um dos mais notáveis livros de fotografia, ao ser desfolhado temos um sentido de estar a olhar para a alma do animal, a contemplar não apenas uma imagem, mas a sua força, imponência e verdadeira beleza selvagem.

"The perfection I seek in my photographic compositions is a means to show the strength and dignity of animals in nature."





segunda-feira, setembro 27, 2004

Também quero...II


Espera aí, uma empresa cujo lucro consolidado cresceu no ano passado 2.10%, mas cujas despesas com os orgão sociais sobem 38.00%, tendo como único accionista o Estado... daqui só há três hipóteses:
  • ou a CGD não declarou a realidade dos seus lucros e por esse motivo o "prémio" atribuido pela gestão a si própria seria justificado (mas neste caso, para além de fuga aos impostos -a Caixa não faz issso, pois pois.. - estaria a lesar o seu único accionista). Por isso os gajos tinham que ir para a rua... comprocesso em cima.
  • ou a administração conferiu a si mesma aumentos muito superiores ao aumento dos lucros. Tendo assim uma prática de má gestão e o Estado como único accionista teria de intervir e como tal... rua (em especial num período de contenção).
  • ou então a Gestão da CGD fez qualquer uma das duas hipóteses supra e o Estado pura e simplesmente burrifou-se em exercer o seu direito, mais, o seu DEVER, como gestor dos nosso dinheiro.

Aqui nem sequer está em causa o valor da despesa, insignificante na verdade. Está sim em causa o facto de um General não poder (dever) pedir o sacrifício dos seus soldados em batalha enquanto ele e os seus oficiais ficam numa tenda a desfrutar dos prazeres do ócio...

eleições - de novo florida

O antigo Presidente norte-americano Jimmy Carter, afirma num artigo publicado hoje no "The Washington Post", prevê «novos problemas na Florida durante as próximas presidenciais, já que que as normas internacionais essenciais não são cumpridas naquele estado».

Para Carter, várias normas internacionais essenciais para a «realização de uma eleição equitativa não existem na Florida», onde sublinha a ausência de neutralidade dos organizadores e de uniformidade da votação, relembrando que o responsável pela organização das presidenciais naquele estado em 2000 presidia também à campanha eleitoral de George W. Bush e que a sua sucessora, Glenda Hood, mostra »a mesma forte tendência».

«Recentemente houve uma tentativa de eliminar das listas eleitorais 22 mil americanos de origem africana (prováveis eleitores democratas), mas apenas 61 hispânicos (prováveis eleitores republicanos), acusando-os de actividades criminosas».
«É inadmissível perpetuar estas práticas eleitorais fraudulentas».


Também quero...

Quando se ouve Primeiros-Ministros, Ministros, Secretários de Estado, e afins a falar da economia e do seu estado e como TODOS têm de pagar a crise, estas notícias ganham uma nova dimensão...

"Custos com Gestores da CGD sobem 38%

Os custos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) com os treze membros dos seus órgãos sociais (conselho de administração, mesa da assembleia-geral e conselho fiscal) ultrapassaram, em 2003, os três milhões de euros, um aumento de 38 por cento face ao ano anterior.

Por mera comparação, o lucro consolidado do Grupo CGD cresceu, no ano passado, apenas 2,1 por cento, atingindo 667,3 milhões de euros, um crescimento muito inferior à subida das despesas com os órgãos sociais.

Um documento, a que o CM teve acesso, deixa claro que o discurso da contenção salarial, defendido à exaustão nos últimos dois anos e que levou ao congelamento dos salários na função pública, esteve longe de ser aplicado nos membros dos órgãos sociais da CGD, da qual o Estado é o único accionista. Mesmo com a economia portuguesa marcada pela pior recessão dos últimos dez anos, em 2003, o salário base dos nove administradores, dos três elementos da mesa da assembleia-geral e do único membro do conselho fiscal da CGD aumentou cerca de seis por cento.

Em 2003, a CGD gastou com os treze membros dos órgãos sociais, de que António de Sousa era o presidente do conselho de administração, um valor ligeiramente acima de três milhões de euros, quando tinha despendido 2,1 milhões de euros no ano anterior. Só em salários directos, que incluem salário base, subsídios e prémios regulares, foram gastos, no ano passado, 1,9 milhões de euros, contra 1,8 milhões de euros em 2002."

No Correio da Manhã.

quinta-feira, setembro 23, 2004

Job for the... Girl's

"Ex-ministra da Justiça Celeste Cardona vai integrar a partir do dia 1 de Outubro o conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD)"
No Público.

E mais... foram igualmente indigitados "o antigo secretário de Estado do Orçamento e actual quadro do Banco de Portugal, Norberto Rosa" e António Maldonado Gonelha, antigo ministro da saúde.

Tão ilustre personalidade, um modelo de competência, de ministra, tal exemplo das virtudes governamentais, um currículo que revela verdadeiras apetências para a área da finança e banca... e uma séria candidata a "próxima reformada do ano".


A banalização de práticas, de um modo de operar e actuar, agora de uma forma descarada. nesta indigitação o tudo o que a envolve revela um modo de operar pouco sério, que caso o Governo tivesse que explicar ao Parlamento os critérios da nomeação de gestores para o sector empresarial do Estado, ficaríamos a saber que habilitações específicas e qualidades técnicas destas personalidades para ocupar tais cargos !!! Eu não quero pensar que seja apenas por ela ser do PP e o ministro, um bom católico, igualmente do PP...

Mas isto não é de agora...

Colocação de professores… II

Esta questão faz-me recordar o problema dos incêndios, das cheias, das mortes de idosos por vagas de calor. E porquê? É simples, todos os anos se repetem, todos os anos exactamente na mesma altura deparamos com estas mesmas questão sazonais e SEMPRE, ano após ano, ouvimos as mesmas afirmações, dos culpados, dos incompetentes, dos acusadores, dos que julgam... de todos. E ano após ano fica tudo na mesma.

O sucessivo adiamento, dia após dia, hora após hora, da publicação das lista de colocação é um verdadeiro escândalo. Afinal estamos a falar de um processo normal, repetitivo e que os serviços do ministério têm de fazer todos os anos, não estamos perante a publicação de uma reforma do sistema educativo. Trata-se de publicar um conteúdo, que um pouco por todo o mundo se faz sem grandes alaridos ou caos. É simples na verdade.

Depois temos a «retirada de consequências políticas» (nunca entendi o que é esta merda...) por parte de quem as deve retirar. Poís bem, tal como em qualquer empresa, é e será sempre o Director-Geral ou CEO, a receber os méritos e a assumir as responsabilidades do que se passe na sua organização, mesmo que advenham de actos que não lhe sejam directamentes imputáveis... esse é o papel de um líder. E neste caso é igual, não podendo a Sr. Ministra da Educação imiscuir-se de responsabilidades, mas como líder de uma “empresa” que funcionou mal. Não devemos condenar e exigir «retirada de consequências políticas» por um erro de uma Direcção-Geral do ministério, dos recursos humanos ou de informática, incapaz de cordenar, gerir e disponibilizar uma mera lista de 50 mil nomes. Trata-se de um acto administrativo e de responsabilidade da administração pública e não de um acto de condução da política educativa para o país, isso sim responsabilidade única e exclusiva de Ministro. Aqui a verdadeira questão é saber o que as centenas de funcionários das direcções–gerais andaram a fazer durante um ano, por raio as listas não estavam prontas logo no final de Agosto, por raio o programa não foi devidamente testado... ANTES!!!

E para o fim deixo a questão mais importante. Porque raio todos os anos andam sempre 50 mil macacos a saltar de um lado para o outro?
Como é possível que o ensino sofra de tamanha instabilidade e confusão. Isto deve-se tudo apenas a uma questão de impossibilidade de entrada para os quadros das escolas dos docentes? Uma questão de rotatividade? Não entendo... mas porque não olhar para o privado. Passar os contratos, ou neste caso os concursos, para um sistema plurianual (uma palavra que tanta confusão faz à administração pública), em que o concurso tinha uma validade de 2, 3 ou 4 anos, passando os concursos a destinar-se aos novos docentes (os maçaricos), para os que optassem por mudar de escola e para as escolas onde abrissem vagas (por desistência do professor).
Não sei, mas isto reduziria os nomes a concurso de 50 mil para menos de metade. E mais importante ainda, o sistema ganharia maior estabilidade e quem sairia a ganhar seriam os alunos, afinal são apenas a variável mais importante desta equação... ou estarei errado?

Por isso já sabem, Soundstorm a Ministro... ou melhor ainda, Soundstorm a prestador de serviços de outsorcing para um qualquer ministério... ganhar muito €€€€ e fazer nenhum é o meu sonho.

terça-feira, setembro 21, 2004

Colocação de professores...


... aparentemente a Sr. Ministra da Educação, que tem acompanhado todo o processo pessoalmente (não sei porquê tanto destaque a este facto, não é sempre assim??? afinal é ministra...), e os técnicos do ministério não dormem há vários dias.

Maravilha!!!
daqui deve-se concluir que eles andaram o restante ano a dormir...

Ah,... e quanto ao programa informático, da Compta, que não funciona, não deverá ser difícil resolver o problema, afinal quam manda na Compta até são amigos, militantes do PSD e ex-ministros (coincidências, "o mundo é pequeno" diz o povo). è claro que com tão boas referências o concurso público era apenas uma mera formalidade e se o programa por algum motivo nem funcionasse... um pormenor.

Dois caminhos

Não vale a pena fragmentar-me em mil pedaços, para depois mais tarde andar à minha procura.
Espero, sentado num banco à frente num caminho bifurcado. Para quê percorrer com pressa o primeiro caminho que escolho erradamente se posso demorar-me mais um pouco, e escolher o caminho certo?
Mas como sabemos qual deles é o certo? Arriscando percorrer o errado, tendo depois vontade de voltar ao ponto onde a bifurcação começa, percorrendo o certo.
Não existem muitos mais caminhos. Existe o sim e o não. O talvez não existe. Existe o verdadeiro e o falso. Não existe meia verdade. Existe a direita e a esquerda. Existe o masculino e o feminino; existe o certo e o errado; existe o bem e o mal; e existem infinitas combinações que se simplificam em duas só. Existe sim a complexidade do risco de percorrer um dos dois caminhos, receando o desejo de querer voltar atrás no tempo sem o poder fazer. Mas é possível de o fazer. Não no tempo mas no espaço. E esta verdade permite-me ter esperança mesmo depois ter cometido os meus erros.

Qual dos dois escolherás???

segunda-feira, setembro 20, 2004

Não...


... quero ser na vida o princípio de um fim nem o fim de um começo... quero ser o início do começo sem fim. Concordas?

Nunca aprendi a lidar


O que te custa mais?
O que te mói por dentro?

Com o que não sabes lidar?

Comigo... é o silêncio.
Não um silêncio de som, porque os sons emergem do silêncio como pano de fundo.
Mas sim O SILÊNCIO, o lado negro das palavras.
Nunca lidei bem com ele. Inquieto.


benefícios simpáticos...

No Jumento, hoje pode ler-se...

"DURA LEX (?) FOLGA-SE A LEX(!)

Muitos contribuintes têm sido surpreendidos com avaliações de imóveis que os vai obrigar a pagar muito mais em impostos sobre património, designadamente, a antiga contribuição autárquica. Mas as empresas de leasing, na maior parte dos casos pertencentes a bancos, ficaram de fora da rigidez desta reforma; não só não vão ver agravada a contribuição autárquica, como no caso das muitas fusões que estão em curso evitam a (antiga) SISA. Como poderão estar em causa milhares de imóveis não é difícil de prever que pouparam milhões de contos em impostos.

É a prova de que nem tudo corre mal nos serviços de finanças deste país, nem a lei fiscal é tão fria e insensível como nós, os que pagamos todos os nossos impostos a que a lei obriga, uma lei que supostamente é igual para todos: DURA LEX SED LEX. Mas há um grupo de irredutíveis contribuintes que são a excepção, uma excepção que reside num serviço de finanças excepcional, o SERVIÇO DE FINANÇAS DO TERRIRO DO PAÇO, sito num primeiro andar da praça com o mesmo nome e com entrada para a Rua da Alfândega ou para a Rua Infante D. Henrique; neste serviço parece que aquela máxima foi alterada para DURA LEX (?) FOLGA-SE A LEX(!).

Neste serviço de finanças o ambiente é tranquilo, não há filas, não há gritaria, o ar condicionado proporciona um ambiente acolhedor, os contribuintes têm sofá para se sentarem e onde serão atendidos. Neste serviço de finanças a lei está sempre aberta a uma interpretação que vá de encontro aos anseios do contribuinte. E os "funcionários" que lá trabalham não são sujeitos à ameaça de investigações nem estão muito preocupados em saber se vão ter aumentos de vencimento.

Mas é mesmo verdade, e volta e meia sabe-se qualquer coisa como sucedeu ainda recentemente, quando o Jornal de Negócios (Link) informou que o BPI tinha beneficiado de um benefício fiscal de 20.000.000 de euros concedido naquele serviço de finanças, e nessa ocasião O Jumento abordou esta questão (Link). Uns tempos antes, o mesmo serviço tinha perdoado os comentadores políticos de pagar parte dos IRS sobre os honorários que lhes são pagos pelas televisões e jornais com base num despacho de um director-geral que está para o direito fiscal como um queda de cabeça está para um exercício de paralelas assimétricas (Link).

E em ambos os casos a capacidade dos jornalistas investigarem os assuntos terminou onde o sigilo fiscal (sempre o oportuno sigilo fiscal) impôs o silêncio; os felizes contribuintes obtiveram os benefícios fiscais, os processos foram para arquivos inacessíveis e ponto final.

Mas desta vez o simpático serviço de finanças além de ter dado um benefício pontual transformou esse benefício em força de lei, produzindo um parecer vinculativo com despacho n.º 1675/2004-XV de um secretário de estado dos Assuntos Fiscais.

Estes pareceres não estão acessíveis ao comum do cidadão já que não estão directamente disponíveis na internet. Mas os descuidos da informáticas são simpáticos, e o ofício em causa até está acessível apesar de lá não ser possível lá chegar através dos menus da página da DGCI(Link). E o que podemos ler nesse valioso despacho? Aqui vai:
«Os prédios urbanos transferidos para a sociedade incorporante em resultado da fusão por incorporação, só deverão ser avaliados nos termos de Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, por força do disposto no n.º1 do artigo 15º do citado Decreto-Lei, quando os locatários exercerem o direito de opção de compra, nos termos dos respectivos contratos de locação

Isto é, os bancos que estão em processos de fusão interna, designadamente, integrando todos os seus produtos em balcões únicos, ficam dispensados já que o património das leasings, centenas ou milhares de prédios urbanos, não ficam sujeitos às mesmas regras que tanto penalizaram e penalizam o cidadão comum.

Sem esta regra adicional a fusão das leasings implicaria que estas empresas ficassem sujeitas às mesmas regras da reforma dos impostos sobre o património que forma ao bolso de todos nós, isto é, o a transmissão do património que ocorre no momento da fusão estaria sujeita a IMT (a antiga SISA) e IMI (a antiga Contribuição Autárquica.

Mas vejamos o que diz a lei.

Logo do preâmbulo do Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (Link) , e a propósito das transmissões sujeitas a imposto, podemos ler:

É o caso, por exemplo, das promessas de aquisição e alienação acompanhadas da tradição dos bens, do contrato de locação em que seja desde logo clausulada a posterior venda do imóvel, dos arrendamentos a longo prazo e da aquisição de partes sociais que confiram ao titular uma participação dominante em determinadas sociedades comerciais se o seu activo for constituído por bens imóveis.


E o artigo 2.º que define a incidência objectiva e territorial.

1 - O IMT incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de propriedade ou de figuras parcelares desse direito, sobre bens imóveis situados no território nacional.
(...)
e) As entradas dos sócios com bens imóveis para a realização do capital das sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial ou das sociedades civis a que tenha sido legalmente reconhecida personalidade jurídica e, bem assim, a adjudicação dos bens imóveis aos sócios, na liquidação dessas sociedades;
(...)
g) As transmissões de bens imóveis por fusão ou cisão das sociedades referidas na antecedente alínea e), ou por fusão de tais sociedades entre si ou com sociedade civil;


Não havendo nenhuma isenção ou qualquer norma aplicável a estas situações quer neste código, quer no Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (Link) resta saber onde estavam as dúvidas que poderiam suscitar um pedido de esclarecimento, ou qualquer despacho de interpretação.

E isto é legal? Não parece, como também não parece que seja legal que um despacho de um secretário de estado, que nem é publicado no Diário da República, possa pela via administrativa alterar ou aditar um diploma legal; que se saiba uma lei fiscal é competência da Assembleia da República ou, no caso uma autorização legislativa, do governo e, nesse caso qualquer, alteração da lei deveria ser publicada no DR, e nunca através de despachos privativos! Portugal ainda não nenhuma jangada de pedra em viagem para um qualquer bananal, apesar das influências que nos chegam da nossa exótica "colónia" atlântica.

Um aspecto curioso é o facto de a data do Ofício 13.612/2004 ser de 23 de Julho, isto é, a decisão foi divulgada já depois do actual governo ter tomado posse (2004:07:17), mas com os governantes ainda a arrumar os respectivos gabinetes, e suficientemente em cima do mês de Agosto para muita gente da Administração Fiscal nem ter dado por nada. Qual o secretário de estado que assinou o despacho?.

Resta agora saber se o ministro das Finanças vai aceitar esta situação quando se prepara para mexer nos benefícios fiscais do cidadão comum; é que será difícil compreender porque é que alguns vêm reduzidos os seus benefícios enquanto outros são beneficiados com a concessão de benefícios de legalidade mais do que duvidosa. Aliás, o senhor ministro das Finanças não só deveria rever a legalidade deste processo como, por uma questão de transparência e de justiça fiscal. deveria rever todos os benefícios que possam ter sido concedidos no simpático Serviço de Finanças do Terreiro do Paço.

É o momento oportuno para voltar a questionar se será compatível um funcionário de um banco desempenhar o cargo de director-Geral dos Impostos. Devido a um sigilo fiscal que só serve para proteger a evasão fiscal O Jumento não sabe qual o primeiro banco beneficiário, o que suscitou o despacho; mas como a benesse é generalizada para toda a banca o próprio BCP, patrão do director-geral, beneficiou ou pode beneficiar desta vantagem. "


No Jumento.