quarta-feira, março 31, 2004

Realidades diversas

... uma das "coisas" que que me fascina é o efeito "paralaxe"...
... toda a gente já experimentou colocar um dedo à frente do nariz e olhar ora com o olho direito ora com o olho esquerdo, mantendo o outro fechado, claro, e verificar que o dedo ou se move para a esquerda ou para a direita...
...ou seja, os meus 2 olhos abertos ao verem aquele objecto ali à minha frente dão-me ao cérebro as informações que ele computa e vê um objecto...mas, se eu fechar o meu olho direito o objecto muda de lugar e se fechar o esquerdo o objecto vai para uma terceira posição.
...só, aqui, neste exemplo, o meu cérebro pode processar 3 realidades diferentes dum mesmo facto, o dedo ali em frente!...
...porém e para um cego, a realidade é outra, não vê o dedo
...para um cego do olho esquerdo aquele objecto está numa posição diferente da minha
...e, para um cego do olho direito, o objecto está numa posição diferente de nos os outros dois...
...só aqui há 4 realidades diferentes
...a minha
...a do cego
...a do cego da vista esquerda
...e a do cego da vista direita
...agora adicionem todos os seres vivos e todos têm uma visão daquele objecto, as suas visões, as suas realidades
...logo, não me digam que aquele objecto está ali, ele está ali, naquele sítio para mim que o estou a ver duma forma diferente de outrém...
...Fernando Pessoa dizia: "Se me disserem que é absurdo falar assim de quem nunca existiu, respondo que também não tenho provas de que Lisboa tenha alguma vez existido, ou eu que escrevo, ou qualquer cousa onde quer que seja."


O ÚLTIMO SORTILÉGIO (F.Pessoa)

"Já repeti o antigo encantamento,
E a grande Deusa aos olhos se negou.
Já repeti, nas pausas do amplo vento,
As orações cuja alma é um ser fecundo.
Nada me o abismo deu ou o céu mostrou.
Só o vento volta onde estou toda e só,
E tudo dorme no confuso mundo.

Outrora meu condão fadava as sarças
E a minha evocação do solo erguia
Presenças concentradas das que esparsas
Dormem nas formas naturais das coisas.
Outrora a minha voz acontecia.
Fadas e elfos, se eu chamasse, via,
E as folhas da floresta eram lustrosas.

Minha varinha, com que da vontade
Falava às existências essenciais,
Já não conhece a minha realidade.
Já, se o círculo traço, não há nada.
Murmura o vento alheio extintos ais,
E ao luar que sobe além dos matagais
Não sou mais do que os bosques ou a estrada.

Já me falece o dom com que me amavam.
Já me não torno a forma e o fim da vida
A quantos que, buscando-os, me buscavam.
Já, praia, o mar dos braços não me inunda.
Nem já me vejo ao sol saudado erguida,
Ou, em êxtase mágico perdida,
Ao luar, à boca da caverna funda.

Já as sacras potências infernais,
Que, dormentes sem deuses nem destino,
À substância das coisas são iguais,
Não ouvem minha voz ou os nomes seus,
A música partiu-se do meu hino.
Já meu furor astral não é divino
Nem meu corpo pensado é já um deus.

E as longínquas deidades do atro poço,
Que tantas vezes, pálida, evoquei
Com a raiva de amar em alvoroço,
Inevocadas hoje ante mim estão.
Como, sem que as amasse, eu as chamei,
Agora, que não amo, as tenho, e sei
Que meu vendido ser consumirão.

Tu , porém, Sol, cujo ouro me foi presa,
Tu, Lua, cuja prata converti
Se já não podeis dar-me esta beleza
Que tantas vezes tive por querer,
Ao menos meu ser findo dividi -
Meu ser essencial se perca em si,
Só meu corpo sem mim fique alma e ser!

Converta-me a minha última magia
Numa estátua de mim em corpo vivo!
Morra quem sou, mas quem me fiz e havia,
Anônima presença que se beija,
Carne do meu abstrato amor cativo,
Seja a morte de mim em que revivo;
E tal qual fui, não sendo nada, eu seja!"

Next time...

Pior do que as oportunidades falhadas, são as que deixamos passar ao lado.
Inépcia, comodismo, medo... qual seja a razão ou motivo, quando nos apercebemos do que nos passou sem tocar, ficamos no âmago da inabilidade.
Hoje apercebi-me que deixei algo passar ao lado. Digo algo porque nunca saberei a sua importância...

There is not a river wide
Not a mountain high
Not all the strength of the ocean
Not all the heat from the sun
there's nothing can keep me from... reaching

Talvez da próxima aja de diferente forma...

Siso Incluso

Uma passagem de manhã pelo Siso Incluso e somos capazes de ser surpreendidos com algumas pérolas. Do melhor que por aí anda... Continuem!
Bem-Hajam.

Viva o Desporto...

A sério, fazer desporto é o melhor que um tipo pode fazer durante a hora de almoço.
Desde comecei, passo as tardes mais relaxado, com um sorriso estampado.
Nada melhor que um tipo por uns calções e fazer uma aulinha de ginástica, numa sala cheia de abundantes, lindas, firmes, torneadas... bundas! Peidas, rabos, bum bum's.
Que me desculpem as ligas feministas e afins, mas sempre me disseram que é "10% transpiração, 90% inspiração". E aquilo é só inspiração... qual Marisa Cruz no trampolim qual quê!
Um salvè para os calções de licra... SALVE! SALVE!

Tugal

Todos queremos, pensamos em elevar-nos, ser superiores à mediocridade, estar num patamar superior a esta podridão que nos rodeia, esta pestilenta banalidade.

Eu NÃO. Eu faço parte da podridão e da banalidade. Eu sou mais um ser insignificante que com outros milhões de insignificantes construimos aquilo a que chamamos a sociedade portuguesa.
Eu quero acordar às 6h da manhã e acotovelar-me pelos transportes públicos, quero sentir o odor do português que está ao meu lado no metro às 19h, quero fazer um empréstimo a 40 anos, quero coçar-los em público, quero chamar nomes ao Camacho porque o Hélder é titular e quero arrotar entre o “filho” e o “da pu#%”. No fundo quero cuspir para o chão enquanto miro a grossa do outro lado da rua e gritar como se não houvesse amanhã: “ó febra... queres fazer uma festinha ao trolha!!!”.
QUERO... ou talvez não!

Eu faço parte... eu sou... a sociedade civil(izada) portuguesa.
Eu sou o gajo que tem o Guterres com 2ª opção para as presidenciais (porque no fundo a malta não guarda rancor e a memória é curta), eu sou o gajo que não constitui arguídos no caso de Entre-os-Rios ( o que é isso mesmo??? Ah sim, a cena da ponte... tadinhos!!!), eu sou o empresário tuga que entre duas partidas de golfe na Quinta da Marinha reclama da invasão espanhola e da passividade do Estado (ya, qualquer dia ainda dizem que tenho de trabalhar...), eu sou o gajo que contesta o PEC e a má gestão do erário públicoe o ALD do meu bolide é superior aos rendimentos declarados....
Eu sou tudo isto... ou talvez não!

terça-feira, março 30, 2004

Ufa!!!

Depois de 4 horas consegui... finalmente...
Já sei "postar"!
Já sei adicionar e remover links!
Já sei... não espera, é só isto... não sei mais nada. 4 horas e apenas isto! E não, não sou o Durão Barroso...

Causa empreendedora

Do you see the way that tree bends?
Does it inspire?
Leanin' out to catch the sun's ray
A lesson to be applied
Are you getting something out of this?
All encompassing trip

You can spend your time alone
Redigesting past regrets,
Or you can, come to terms and realize
You're the only one who cannot forgive yourself,
Makes much more sense to live in the present tense

segunda-feira, março 29, 2004

Cool...

... e a aventura virtual começa aqui...


Um blog onde cabe tudo… até a Simara!!!!!

http://present-tense.blogspot.com/

Este é um projecto que acaba em sí mesmo. O projecto era a construção de um blog... e já está.