segunda-feira, maio 31, 2004

A semente do ódio

A semente do ódio é facilmente plantada. Basta estarmos felizes e pensarmos que tudo o que nos envolve é ar e poeira. Espero que todos vós tenha exprimentado este nobre sentimento, que vale sempre a pena lutar por ele.
O amor é mesmo capaz de tudo. E é neste campo infinitamente fértil que se pode plantar tudo o que queremos guardar.
Se aceitarmos o facto que o homem é infectado misteriosamente pela inveja da felicidade alheia, e que existe gente que vive na eterna escuridão que só estão bem a tentar escurecer os outros porque de lá não querem sair, existe a absoluta verdade que o ódio se planta e que se entranha facilmente em nós. É uma luta por vezes desigual que somos testados na nossa persistência de contê-lo, combatê-lo e extingui-lo dos nossos corações. Se algum dia sentirem que odeiam alguém, lutem com vós próprios. A vida é mesmo pequena para darmos às vezes demasiada importância a quem não a merece.
Estas palavras poderão ter um perfume de presunção, mas perco a paciência com pessoas que nos apontam o dedo pelas nossas falhas, e mal dizem de tudo, não fazendo nada. Ignorem estas pessoas. É sem dúvida devolver-lhes o ódio que tentam semear em nós. E os que amam de verdade, tende a coragem de lutar por ele acreditando sempre na sua força, mesmo naqueles dias em que sentimos que nem tudo é um mar de rosas. Como diz Alexandre Dumas: "A sabedoria da Humanidade reside apenas nestas duas palavras: esperar e ter esperança" Digo-vos que vale a pena, e mesmo quando o nosso solo fértil é invadido por uma praga, não tremam. O melhor antídoto é mesmo a indiferença. Eles, lentamente, abandonam os nossos campos.

Au revoir...

Edmond

Se é Chato...



... tá louco!


Uma boa semana para todos...

Ainda no espírito de ontem...
I, am a one way motorway,
I'm the road that drives away,
follows you back home,
I, am a street light shinnin'
I'm a white light blindin' bright
Burnin' off and on

It's times like these you learn to live again
It's times like these you give and give again
It's times like these you learn to love again
It's times like these, time and time again

I, am a new day risin'
I'm the brand new sky
To hang stars upon tonight
I, am a little divided
Do I stay or run away
And leave it all behind?

It's times like these you learn to live again
It's times like these you give and give again
It's times like these you learn to love again
It's times like these, time and time again

Apesar do sono (ou falta dele...), do cansaço, das olheiras...
...apesar de tudo isso começo esta semana com um sorriso (e não serei o único), afinal "It's times like these you learn to love again..."

sexta-feira, maio 28, 2004

Eu vou…


Começa hoje o Rock In Rio. Seis dias de música no centro de Lisboa... e já começo a sofrer. Cortaram a Av. EUA... e agora como vou para casa... tou lixado, lá vou ter de andar às voltas.
Bem, mas o importante é a música, certo? Certo. Não entendo o entusiasmo todo por causa do Paul McCartney. Quem é esse senhor quando comparado com o verdadeiro homem da flauta mágica, o verdadeiro e único... RÃO KYÁO!!!! Este sim, o verdadeiro embaixador do Rock In Rio Lisboa....
Confesso que esperava um cartaz melhor. Os nomes ficam um pouco aquém das expectativas. Das bandas que vão actuar no Palco Mundo só alguns nomes é que apelam aos meus euros... Ben Harper, Foo Fighters, Incubus e Sting... num degrau mais baixo também Peter Gabriel, Evanescence, Seether e Monnspell. Conclusão, isto dava para dois dias no máximo, nunca seis. Mas vai ser diferente...

... e Eu Vou!

Ser mais um...

Quem tem a escrita como uma das suas paixões, e quer se tornar num bom escritor, aconselho vivamente a ir visitar a feira do livro. Ontem foi a quarta vez que andei a farejar por aquela centena e meia de pavilhões, expondo os milhares de livros dos milhares de escritores das centenas de editoras, que fazem chegar até às nossas mãos esses livros que tanto procuramos. Sublinhe-se milhares, pois se gostamos muito de escrever, teremos de pensar que somos mais um grão de areia, e que escrevemos pelo gosto e não pela fama, pois quem quer escrever o seu livro, que comece por escrever o que não presta ao princípio, e sendo humilde às críticas dos outros e de si mesmo, com toda a certeza que começará a escrever algo com mais conteudo.
Conheço quem queira a fama servindo-se do gosto para a obter, mas mais sentido faz servir-se apenas do gosto e obter a fama sem esta a querer.

Um abraço depois da ausência...

Edmond

quinta-feira, maio 27, 2004

Pede um desejo...



O homem é um génio…

Basta uma hora de almoço para me aperceber o tamanho potencial que está a ser mal empregue.
Após o almoço de hoje fiquei convicto que o meu chefe, o controller cá da zona, deveria ser Secretário de Estado para as Acções Sociais. Ouvir o Professor Pardal falar do sistema prisional, reinserção social, utilização de fundos estruturais comunitários. Opinar fundamentada e objectivamente sobre tais assuntos não está ao alcance de qualquer um...
É verdade, quando estamos vidrados num legislador social destes a única palpitação que temos é... Quem é que tem o nº de telemóvel do Durão? Este homem é que sabe o verdadeiro significado de erário público.
Tanta virtude a ser desperdiçada como controller financeiro, quando poderia ser este Camões das finanças a levar Portugal para a frente, a ser uma Suécia... ou mesmo, quem sabe, talvez, não querendo ser optimista... tavez mesmo ao nível de... um Uganda!!

Já cá cantam....

quarta-feira, maio 26, 2004

Sentir-me vivo por dentro…


Estava vivo, estou vivo, sempre estive… agora diferente.

O meu coração acordou... desperto pelo som, teu... o som do teu desenho... o desenho do teu sorriso... o sorriso do teu sentir.
O meu coração acordou... e em segredo sussurou, me... estou a sentir, deixa-me agarrar... vejo o desenho em mim... iluminado pelo teu olhar.
Um encantamento divino.
Tudo isto parece tão irreal, ilusão, no entanto tão à flor da pele, como se o calor tocasse a imaginação, como se o luar refrescasse.
Hoje a memória do meu olhar desenha um sorriso do que vi, vejo e verei... deslumbrante, edílico.
Hoje o meu sorriso irradia o calor dos teus olhos... de esplendor divino, reflexo da luminosidade que transmitem... meigos.
Hoje o meu corpo tansporta-te para o interior de mim, numa doce melodia que ecoa no ar. Em mim sussuras doçura ao coração, na tua alma o complemento da minha.
O meu coração acordou... segredou a felicidade, o vermelho do teu calor... e Gritou... quero Viver, sorver a Alegria, respirar a Felicidade... SENTIR, AMAR.
Estava vivo, estou vivo, sempre estive… agora um pouco diferente. Escrevo o que o coração-alma sente, o real e puro sentido da vida, da Alma... um pouco diferente, hoje as asas levam-me para longe... para TI.



Não é a dissertação sobre a Faixa de Gaza que te prometi, mas a culpa é da musa... a culpa é tua!


terça-feira, maio 25, 2004

There's something about the look in your eyes
Something I noticed when the light was just right
It reminded me twice that I was alive
And it reminded me that you're so worth the fight

Até já...

74ª Feira do Livro

Este fim-de-semana passei pela 74ª Feira do Livro e apesar das obras que abundam por aquela zona é sempre um visita agradável. É bom ver toda aquela massa humana a movimentar-se. Por uns dias o Parque passa a ter duas actividades comerciais predominantes...
Não tinha intensão de fazer qualquer compra, mas a paragem obrigatória no “stand” da Devir serve sempre para nos aliviar daqueles euros que tanto pesam na carteira e acabei com um saco de plástico com dois livros... 30 Dias de Noite e Dias Sombrios, de Steve Niles e Ben Templesmith .

30 Dias de Noite é uma bd gótica por excelência. Muito bom. Os direitos cinematográficos desta obra-prima de terror foram já adquiridos por Sam Raimi (Homem-Aranha, Evil Dead).

"O livro que têm em mãos possui muita da energia primitiva e até mesmo brutal de um bom e velho filme de terror. Curto, grosso e implacável, mas no fundo bastante simples e fluído, com uma narrativa que começa com passo acelerado sem nunca esmorecer."- Clive Barker.

Dias Sombrios é a sequela da história de vampiros iniciada em 30 Dias de Noite... acção intensa, muito sangue e uma boa narrativa...

Dois livros para devorar à noite ao som de Thirteenth Step dos A Perfect Circle. Mas claro que esta bd, apesar de mais sofisticada, fica a milhas do brilhantismo e sadismo de JTHM – Johnny, The Homicidial Maniac!

segunda-feira, maio 24, 2004

Não me apetece deitar...


Silêncios de uma noite agitada em mim... Jane Monhiet nas colunas propaga-se, o som é devolvido pelo vento que sacode as árvores...

Quando pensava não me encontrar, encontrei-te no canto de um sorriso... teu.
Algo que não se controla... sente-se. Sinto e não sou o único.
Fantástico... esta sensação... tudo!


Uma rosa por um sorriso timido
Uma rosa por um olhar deslumbrante
Uma rosa pelo sorriso no meu coração

Quanto mais percorro a escuridão, mais fascinado fico, mais me vou encantando. Cada vez mais... mais forte. Quero, se quero... cada vez mais... quero muito... no teu perfume o cheiro da magia.
Aqui, agora, contigo... continuar a descobrir-te. Contemplar, envadir, romper, acariciar... nos teus lábios o sabor do desejo.
Acordaste-me. Agora sinto-me obrigado a viver... obrigado. Acordar e sorrir. É verdade, hoje estou feliz... uma enorme vontade de viver... no teu rosto a carícia da ternura.

Não me apetece deitar...


Por uma tarde...

Quem já não teve a vontade de ser um CoLin McRae, pôr-se atrás do volante e conduzir por gravilha e terra batida? Vá, sejam honestos... sem tangas. Mas... sempre os mas, o civismo e a realidade a estragar os sonhos de miúdo desvairado... o carro que custa tanto pagar! E depois as estradas servem para chegar do ponto A ao ponto B e não para corridas estilo vasco da gama... isso sim bastante perigoso... agora um “caminho de cabras” deserto...
Pois bem, este fim-de-semana soltei o “puto” dentro de mim... fui jogar WRC, mas sem comando para a PS2! Sábado à tarde, nada para fazer... 4x4, da empresa... e o meu pensamento “fosgasse, odeio mesmo este carro xuning, mas até agarra bem”... era pedir demais. Eu bem sei... inconsciente, perigoso, “esse pessoal das velocidades merecia era...”, eu sei isso tudo... mas não havia vivalma num raio de km’s, nada excepto mata, uma linha de comboio ainda em construção ora à direita ora à esquerda e uma estrada em gravilha aos “S’s” e algumas lombas. Mais nada, pessoas, outros carros, casas... apenas o barulho do vento.
Por momentos libertei-me de tudo... e realmete é fantástico! Fez-me lembrar quando era mais novo e ia fazer BTT para o norte e chegava a casa com os joelhos em sangue das quedas...
Seis da tarde, de volta à realidade... estação de serviço para lavar o carro... casa, banhinho que tenho que ir... ponte Vasco da Gama, 120/ 140, que as multas estão caras e não há pressa.

sexta-feira, maio 21, 2004

Serei só eu...

Não há paciência. a sério. Eu já não tenho pachorra para ouvir falar na boda real espanhola.
No trabalho, as colegas não falam de outra coisa... as colegas e alguns (gajos) colegas... pois eu já tinha topado a tua pinta... a falar de vestidos!!!!... um tipo vai à copa tirar um café e pimba!, toma lá com "o vestido isto" e "é tão bonito"
Bonito... bonito, bonito... o poeta Paulo é que sabe o que é bonito!

Seria apenas eu, uma mente perversa e insensível, mas seria o delírio se no dia a letizia dissesse... NÂO!
- Letizia, aceita Filipe como seu esposo, ama-lo e respeita-lo para sempre?
- Ah, mas eu posso escolher? Quer dizer, ainda não pensei bem no assunto....
- ?????!!!!????
- Mas já que pergunta...

quinta-feira, maio 20, 2004

Do i make you smile...

Um sonho...

This is my life
It's not what it was before
All these feelings
I've shared
And these are my dreams
That I'd never lived before
Somebody shake me 'cause I
I must be sleeping

Now that we're here, it's so far away
All the struggle we thought was in vain
All the mistakes, one life contained
They all finally start to go away
Now that we're here, it's so far away
And I feel like I can face the day
I can forgive, and I'm not ashamed
To be the person that I am today

These are my words
That I've never said before
I think I'm doing okay
And this is the smile
That I've never shown before
Somebody shake me 'cause I
I must be sleeping

I'm so afraid of waking
Please don't shake me
Afraid of waking
Please don't shake me

(Staind - So Far Away)

quarta-feira, maio 19, 2004

Yehhhh....

Uma pequena alteração gráfica....
Nervoso...
... será que gostaste do que escrevi.
Complicado...
...abrirmo-nos assim.
Impulsivo...
... é o que sou... sou o que sinto.
E o que leste? Ainda não acabaste? Já?
Estas coisas são sempre complicadas...
... fazer, esperar... desesperar...
... mas eu gosto.
E tu? Gostaste? Gostas? de me conhecer?
De me ir conhecendo?
Queres conhecer mais?



Um som... telemóvel... uma mensagem...
... tua!
A resposta...

Fui eu quem virou as páginas...


A vida é um livro que vamos lendo. O nosso Livro, a nossa Vida. O Nosso Livro da Vida.
Um livro branco, que vamos lendo e escrevendo com o nosso olhar. Acção, energia. As palavras formam-se ali, à nossa frente, letra após letra com o deslizar dos nossos olhos sobre as linhas que vamos criando, na sua velocidade própria... a velocidade das acções que preconizamos.
Em cada letra, palavra, linha, parágrafo, página... um registo de luta, de sonho, de ilusão, de uma criança, do tempo, de uma fala, de um silêncio, de uma promessa, do projecto, do belo, do funesto, do que se pensa, do que se sente, um registo de vida. A cada vírgula o livro cresce, aprende, liberta, a cada vírgula um futuro.
Em cada ponto final um novo começo.
Neste livro que quase se leu, pudemos ficar absortos nos capítulos anteriores ir saboreando as palavras que se formam diante de nós. Lembra-te, não se pode reescrever as páginas que já virámos, que já foram lidas. E nunca te esqueças que a única certeza é que algures numa qualquer página, nas suas linhas está a palavra “FIM” e que os dias passados a reler, são linhas em brnaco neste livro finito.
Numa vida que é um bafejo, apenas ambiciono saborear as palavras que vou lendo (escrevendo) neste livro, na esperança de encontrar quem queira igualmente ler... este livro constantemente inacabado e renovado... na esperança de te encontrar.

terça-feira, maio 18, 2004

Eu estou Bem
Quase tão Bem
vê Como é bom voltar a dizer
Eu estou Bem
quase Tão bem
Vê como é Bom voltar a dizer
Eu estou quase a viver

A PERFEIÇÃO NO FEMININO

Um perfume desvanecido sobre os teus seios
e uma flor de primavera nos teus cabelos,
eis-te vestida como uma princesa
Uma palavra florida nos teus lábios
e uma musica divertida no teu andar
ligeiro e ondulante como uma caricia
doce e pura,
passeada
nos campos d' Abril da tua juventude.
Um sorriso timido nos olhos cor de ternura.
O corpo firme sobre os teus rins
e nos gestos morais
A bondade!
Como gravação no mármore
de qualquer Miguel Angelo moderno...
Como uma Pieta comtemporanea



(Ferool)

Que noite....


Na vida as melhores sensações são aquelas que não procuramos. É bom... tudo. A simplicidade, a espontaneidade.
Mas no entanto não me sinto com grande espírito para romantismos. Porquê?
Porque são duas da manhã e eu estou parado à saída da ponte Vasco da Gama. Empanado. Foda-se... só dá vontade de dizer FODA-SE. Mas com todas as letrinhas... um “F”, um “O”, um “D”, um “A”, um “-“ (tracinho), e um “SE” sonante no final. Duas da manhã e o carro pifa em andamento. Logo hoje. Que raio. Logo hoje que sentia a veia da escrita a palpitar em mim... mas às duas da manhã, parado na berma da auto-estrada, esperando sabe-se pelo quê, com fome, vontade de me sentar numa sanita... a única sensação que tenho á do carro a abanar com a passagem do pessoal xunning a 200 e muitos.
Grande rasteira que sofri... entrada a pés juntos da vida sobre mim. Grande URSO.

Ah, e não sei se já disse isto... foooooda-seeeeeeeeeee!

02h45... já falta pouco!!!!

Mais uma coisa, posso pagar todos os dias 2 euros para ir para lisboa, mas hoje não me arrendo disso. O meu muito obrigado ao pessoal da assistência da Lusoponte. Impecáveis.

03h20... casa, pijama... uma cama. Finalmente. Já passou. O lado positivo da vida está de novo a assumir o controlo . Vou dormir.....

segunda-feira, maio 17, 2004

Renovado



Estás a ser frio…
Estou? Achas isso? É verdade, mas que outra forma existe para dizer isto... não sei, apenas sei o que quero dizer. A verdade muitas vezes fere, mas é sempre o menor dos males... uma mentira piedosa é pior... e olha que eu sei do que falo!
Nunca te pedi nada, não me peças tu algo que não sinto, que não existe.
Desculpa por ter sido cobarde e não ter dito nada mais cedo, por deixar arrastar. Mas só por isso. Sempre te disse, nunca te vou mentir... por mais dura que seja a verdade... e nunca te irei enganar... nem a ti nem a ninguém, muito menos a mim, o que sinto, ou neste caso... o que não sinto!
Não me arrependo das minhas acções e atitudes, muito menos do que estou agora a fazer! Hoje limpo “as pontas soltas” que me incomodam, hoje faço mais um processo de renovação interior. Hoje deito-me sem amarras ou algemas que me ensobrem o futuro... estive preso ou quase, quase preso, mas agora... mais aliviado, livre... hoje deito-me sem nada, mas acordarei com o futuro à minha frente... comigo e na minha verdade. Salvagardando os meus sentimentos... o resto? O meu íntimo o dirá...

14/Mai/2004

LOUCURA

Só para dizer duas coisas...


SOMOS OS MAIORES


SOMOS OS MAIORES



E demonstrando o mesmo desportivismo que o treinador do Porto... Parabéns aos "tripeiros", jogaram muito bem... mas a TAÇA É NOSSA!!!

sexta-feira, maio 14, 2004

A GALP não para...

Em momentos de crise temos de pensaar simples: a subida do preço de petróleo é irreversível, em questão de médio prazo?

A subida desmesurada do preço do crude causa sérios problemas à economia mundial, já que provoca um perverso efeito dominó em diversos sectores.
O preço do barril de petróleo bateu um novo recorde esta sexta-feira no mercado norte-americano Nymex, atingindo o valar mais elevado desde há 23 anos. Esta subida deve-se ao nervosismo do mercado face ao Médio Oriente e à debilidade das reservas de petróleo nos Estados Unidos (se bem que esta última é bastante discutível...). Na base da subida estão igualmente os receios de que a oferta de gasolina seja insuficiente para fazer face ao aumento da procura previsto para Verão, na zona norte do globo.
No fundo estamos perante o efeito especulativo, bastante interessante, já que o efeito contrário, descida, não ocorre, mesmo perante noticias de um possível aumento da produção a ser deliberada pela OPEP, durante o Fórum Internacional de Energia (passar de 23,5 milhões para 25 milhões de barris/dia).

Existem sempre soluções: - aumento da produção (a própria A.Saudita o solicitou); - colocar as reservas no mercado; - utilizar a capacidade produtiva do Iraque, agora controlada pelos americanos.

Mas para quê preocuparmo-nos... o barril de petróleo custa hoje 41,23 dólares... e o dólar começa a revalorizar-se face ao euro ...
Ah, a questão inicial.... É. E tende a piorar.

Por cá, o Governo anda mais preocupado com o futebol e em legislar... no legislar está a solução!!!
Mas isto não é só más noticias em Maio... Portugal deixou a cauda da União Europeia!!! Em quase todos os indicadores de desenvolvimento, Portugal deu um salto de 10 posições no dia 1 de Maio (quase... porque mesmo assim alguns dos 10 estão à nossa frente em alguns indicadores!!!)

Pá… estou mesmo a ressacar…

... mas a ressacar tanto, mas tanto tanto que me dei ao trabalho de escrever sobre... Abraham Lincoln! Isso mesmo, a personalidade que me calhou num teste qualquer que fiz de manhã.

Abraham Lincoln foi o 16º presidente americano, 1861-1865. Nasceu a 12 de Fevereiro de 1809, no Kentucky... a terra das pernas de frango!!! O gajo ficou conhecido, para além do facto de ter uns oregos enormes e uma barbicha ridícula, por ter levado com um balázio e por ter sido o gajo da Guerra Civil americana.

"In your hands, my dissatisfied fellow countrymen, and not in mine, is the momentous issue of civil war."

"that we here highly resolve that these dead shall not have died in vain - that this nation, under God, shall have a new birth of freedom - and that government of the people, by the people, for the people, shall not perish from the earth."

Esta frase, não sei porquê, parece-me bastante actual…

Na sexta-feira Santa de 14 de Abril,1865, Lincoln foi baleado no Ford's Theatre em Washington, por John Wilkes Booth (pá, o gajo não bateu palmas no final da peça, o qué que queriam...), acabando por morrer no sábado seguinte. O actor pensava que dessa forma estaria a “ajudar” o Sul, mas o resultado foi um pouco diferente...

.............


"A vitória torna os vencedores estúpidos e os vencidos vingativos"
F. Nietzsche

E filme... qual será o meu?


Nunca mais vou ao teatro....

11h30... não estou com pachorra para fazer nada...
O IVA? à tarde apuro o valor...
SS? já está a ser tratado...
O Report? à tarde estará on-line...

Que tal um teste de personalidade...



Pá, podia ser pior... imagina que era o Durão ou o João Soares!!!!

quinta-feira, maio 13, 2004

Por mais que tente não consigo…

.... chegar cedo ao trabalho (e quanto está na secretária por acabar...)
.... deitar-me a horas (moço, tu amanhã trabalhas e já são 2 da manhã... está bem, mas só mais um pouco...)
.... ter forças para fazer o mais correcto (... mas o saber não é o querer...)
.... resolver as questões pessoais
.... apreciar com o devido valor o que me rodeia
.... deixar de pensar que só provoco dano a quem se aproxima demais (... comer chocolate é bom e dá prazer, mas não quer dizer que faça bem à saúde...)
.... fazer com que vejas o meu lado mais sombrio
.... escrever e dizer o que realmente pretendo
.... arrepender-me
.... desistir, mesmo sendo essa a atitude mais correcta

.... e não quero deixar de ser EU próprio.

quarta-feira, maio 12, 2004

PPS vs PPT

Vamos lá ver se nos entendemos…

A malta gosta de receber por email aquelas apresentações de PowerPoint (na verdade nem todas... quando recebo aqueles pps da felicidade eterna se reenviar o mail para 5.000.000 de pessoas em 2 minutos... ó fashavor)... bem, mas voltando ao cerne da questão... um pps no meio de uma manhã de árduo trabalho dá para descontrair, mas agora esse pessoal que envia ppt’s.... não merece o ar que respira.
Quer dizer, um tipo está habituado aos automatismos do pps... é só clicar e aquilo corre e fecha sozinho... e depois uns pré-históricos enviam ppt’s... actualizem-se!!!
Por este andar qualquer dia ainda me enviam ppt’s dos anos 60...

Vrrruuummmmmmm......

Para a malta que conhece a margem sul… já todos percorremos, após sair da A2, a estrada que liga o Casal do Marco a Coina (e poupem as piadas com o nome ou com o pinhal...), mas mesmo para quem não conhece basta imaginar uma estrada nacional quase sempre em recta... e onde não se pode ultrapassar, aquilo é sempre contínuo (e quando apanhamos com a betoneira a 40km/h... a estrada nunca mais acaba)... EXCEPTO uns curtos 40 ou 50 metros onde pudemos finalmente fazer a bela da manobra que o tuga tanto gosta.
A única dúvida que tenho é a seguinte: Pá, naquela imensidão de quilómetros uma das pouquíssimas passagens para peões tinha que ser logo naqueles 50 metros de estrada(aquilo tem duas, se não estou errado)? Os restante 5 950 metros não serviam?
Estou mesmo a imaginar a mente brilhante que projectou aquilo “bem, este é sem dúvida o local mais seguro para as velhinhas passarem a estrada”...
Se é permitido fazer ultrapassagens naquele ponto da estrada, então é de assumir que exista mesmo alguém que o faça... será que ninguém pensou “isto é capaz de ser perigoso!!!”... a cena de prevenção, segurança vs potenciar situações de risco.
Yah, eu bem sei que só o pessoal que vende ora melões ora batatas à beira da estrada e a malta que se vende à beira da estrada (profissionais liberais...) é que utilizam aquela passadeira, mas fosgasse, se podem passar recibos e fazer descontos para a segurança social, também têm o direito a atravessar a estrada sem levar uma mocada... essa cena é na “berma da” e não “no meio da”!

Meus Dedos...


terça-feira, maio 11, 2004

Bush... estúpido ou nem tanto?



"The short answer is yes.
The long answer is yes and no."
A ler...

Nota: Isto estava com o link errado! Mas agora já está a "bombar"...

segunda-feira, maio 10, 2004

"ÀS ESCONDIDAS"

Muito me interroguei se haveria de colocar alguma da poesia que escrevi, durante o período de tempo que me concediam para poder "brincar aos poetas". Já tinha publicado neste recôndito "papel branco" alguns dos meus escritos, mas hoje decidi publicar tudo, como se eu quisesse livrar-me deles e renová-los com outros escritos, e desejar dar continuidade a esta deliciosa brincadeira que é escrever.
Continuem a ser crianças, pois ser só adulto é realmente um tédio, que me rouba toda a minha leveza do ser.

Adieu

Edmond



"ÀS ESCONDIDAS"


Aquela noite...

E agora que para ti eu escrevo desenfreado
Arrisco de tudo não dizer. Ai, triste fado!
Invoco agora os sete mares e os ventos,
E levem agora a ela meus pensamentos.
Duvido que detenha sublime arte
Mas avante. Antes que alguém se farte.
É que escrever, meu amor, para ti...
Enfrento o mundo (complicado já de si).
É como lançar a primeira pedra d’um monumento;
Fazer andar, com carga, teimoso jumento;
Cantar doce ária com uma voz sublime;
Erguer tal torre que toque o céu feita de vime.
Curvo-me só perante a ti, vamos então,
Co’a estas palavras tocar teu coração.
Se não tocar, faz-me apenas um favor.
Não me deixes! Não me deixes, meu amor.

Com cortina negra foi como tudo começou.
Deste palavras. Retribui. Alguém levantou,
O véu pesado de quem vive com receio
Do coração retirei maldito freio.
Desapareceste um dia. Desapareci. Enfim...
Parecia que a aventura estava já no fim.
Mas um de nós (não sei quem foi) recuou
À aventura. Tudo então recomeçou.
Mesmo à espera que de mim tu escarnecesses
Fomos ao encontro numa noite. Num dia desses,
Que até de mim próprio eu escarneci,
Por, como um tolo, comecei logo a gostar de ti.
O céu e as estrelas testemunharam
E assistindo, risos alegres se soltaram.

«Que mulher! E a falar? Como será possível,
Ela vir a gostar de mim. É impossível!
O sorriso que se misturava no negro céu
(Marfim nos dentes, alma alegre dançando ao léu)
Eram irmãs das estrelas e dos astros. Contemplei,
Aquele silêncio; a pândega. A noite amei
Depois o meu coração vacilou:
Sempre em frente, ó coração, que nunca amou.
Os felinos com a ternura de que falaste!
Conheci-os na mesma altura que roçaste
No Zé Gato imponente. Que matulão!
«E quem é este?» Respondeste: «É o Sião.»

Pediste-me que me deitasse no teu sofá,
E que esperasse um bocadinho, que vinhas já.
Voltaste e perguntaste algo sobre mim,
Mas tu falaste, gesticulaste. Fiquei...assim:
«Como ela fala! E as coisas que ela diz!»
Aconchegaste os meus pés, minha flor de lis.
Era hora de ir deitar. Foi então,
Que fiquei nervoso como o gato Sião.
Foste tu que te chegaste. Culpa não tenho.
Fomos os dois um desastre de todo tamanho.
«Foi tão lindo todo o tempo na lareira,


Mas tudo isso escorregou na ribanceira.
O que valeu foi mesmo eu ficar sem,
A auto estima. Mandas-te contar até cem
E o beijo veio, até ele em má hora
«Acho que vou (pensei eu) dormir lá fora»

Mas a revelação dos desejos de nós dois.
Nem foi tão mau, pois não? Logo depois.
E a calma veio-se deitar também connosco,
O equilíbrio, vagaroso, ficou composto.
Foi esta a primeira noite da nossa história.
Ficou escrita no livro da minha memória
No dia seguinte fiquei mesmo aturdido
Reflectindo no que tinha acontecido
Agora vejo que, com medo, não amarei
A prinscipezza que nos tempos eu acordei.
Amo-te mais. Dia a dia e mais ainda,
Não tenho engenho mais. Dou por finda,
A nossa história que, para sempre recordarei.
Amo-te, Haydée. Foste tu por quem sempre eu esperei.

Camafeus

Não mencionarei vossos nomes,
Vendo ansiedade no escrutínio de vossa alma.
Batam palmas à pior de vós,
Mas não se juntem a nós,
Não perturbem a minha preciosa calma.

Ironia má que é ouvir dizer,
De quem me estima e estimo igualmente.
Comentários às escondidas,
Forjados nas sombras
Depois do tombo ergui-me , novamente.

Pelo vento vem, por vezes, o acre
Do hálito linguarudo e abafado das bocas;
Crucifiquem-me, impetuosamente
Punam-me agora cruelmente,
Suas feias, baratas tontas, loucas.

Porque recusais a luz que faz
Crescer todos os seres vivos naturais?
Tendes medo de mim,
Ou sois sempre assim?
Por mim, podem maldizer mais e mais.

Orgulhai-vos das cinzentas nuvens,
Que manchou o azul celeste do meu céu
Invocastes Deus,
Venenosos camafeus?
Que o Sol queime os vossos negros véus.

Apedrejai-me momentaneamente,
Mas que o façam sem faltas de respeito,
Porque quem o fizer,
Sem mesmo saber,
Do entortado ferro, o colocarei direito.

Mas que loucura a minha!
Perder meu precioso tempo convosco,
Que importância tem,
As conversas do ‘Além’?
Dar relevo a vós. Sou muito tosco!

Tenho o Sol e um azul celeste
Sorrio e me contento com tão pouco.
Amo em segredo
Sem ter algum medo.
Amo desmesuradamente como um louco.

Que quereis vós? Sou assim.
Talvez daí provoque em vós a comichão.
Com as unhas, cocem
E em mim não rocem
Em paz eu quero estar na minha solidão.

Tão boa companhia essa,
Acolhe palavras minhas proferidas,
Ela abraça e protege,
A mim, em mau herege,
Não derrama sal nas minhas feridas.

Sofregamente da fonte bebo,
Refresco a alma do abafado calor
Vem beber comigo,
À fonte. Eu consigo
Escalar a montanha, meu amor.

A vós, camafeus do maldizer.
Convicto que vosso veneno só fortalece.
Continuem, por favor
E maldigam com ardor
Que a má fama, falsa, só enobrece.

Para vós eu tenho esta,
Camafeus feios: eu tenho a minha luz.
Respiro liberdade
E guardem a verdade:
Que cada um colhe aquilo que produz.

Deixa-os

Se nos escombros querem ficar,
Recusando descortinar,
A luz divina os trespassar,
Deixa-os!
Se, no fundo, estão no conforto,
Têm já o coração morto,
E no seu meio ficas absorto,
Rejeita-os!
Se tua mão a eles estendes,
E a ti te mordem com os dentes,
E, cambaleando, não te defendes,
Esquece-os!
É que na essência da questão,
Tu ajudas, eles dizem não,
Isso não é ingratidão?
Ignora-os!
Se o dedo eles te apontam,
A tua alma te afrontam,
E a culpa te imputam,
Ilumina-os!
Eles rejeitam a tua luz,
E o efeito que lhes produz,
É a maldade que lhes seduz.
Ilumina-os!
Quem na noite bem se move,
E com a maldade se comove,
Para ti tudo se resolve.
Move-te!
Se rejeitas o escuro buraco
(Esquálido sítio opaco),
Às costas, põe o teu saco.
Ergue-te!
Se de ti muito te invejam,
Com injúrias te aleijam,
Como tal, te apedrejam
Defende-te!
Não és mártir nem Messias,
Nem profeta. Profecias?
Rejeita todas nos teus dias.
Caminha!
E se olhares para trás,
Lembra-te das coisas más.
O que fizeste, tu não farás.
Aprende!
E continua com fulgor,
No caminho do labor,
E se encontrarás o teu amor,
Ama-o!

Se tu desta pobre gente,
Conseguires ser prudente,
E ignorar. Ser indiferente,
Ouve-me!
Passas por eles a cantar,
A sorrir e a saltar,
Sempre sem amaldiçoar.
Alguém por ti será clemente.

EFB – 28/04/04

Estou com pressa!

Depressa!
Estou com pressa.
Preciso mesmo de sair.
Nem que salte
Nem que falte,
Nem que tenha de fingir.

Au revoir,
A toda a gente.
Vou-me pirar indolentemente
Adieu,
Sai do caminho,
Não posso ir devagarinho.

Se não chego,
(Que desassossego!)
Ao destino que eu tracei
Ele escurece,
E não compadece,
Porque é que tanto me demorei.

Vamos lá.
Salta então.
Ai, ai, ai, meu coração.
Que angústia,
Que aperto,
No peito, não sei ao certo.

Assim não,
Meu coração.
Não me falhes nesta momento
Assim sim,
Meu furacão,
Que expele o sangue sem tormento.

Não me aperte.
Não me acerte,
Com o ‘raio’ do seu chapéu.
Não moleste
(Isto é um teste)
Não me trate como a um réu.

Que horas são?
(Que respiração).
Se me atraso não sei que faço
Já não sei
Se chegarei
Vou alongar mas é o passo.

Já não dá.
Eu fico cá.
Não vale já mesma a pena.
Já não sei,
O que farei.
Cruel pressa. Parece eterna.

Amanhã,
Bem de manhã,
Vou-me levantar mais cedo
É que o meu coração palpita
Como um louco. Já tenho medo

De que vale,
Sepulcral
Cruel destino sair à pressa.
Não faz mal,
Não faz mal.
Ainda chego lá. Depressa!.


Depressa!
Estou com pressa.
Preciso mesmo de sair.
Nem que salte
Nem que falte,
Nem que tenha de fingir.

Au revoir,
A toda a gente.
Vou-me pirar daqui
Adieu,
Sai do caminho,
Meu amor vem mesmo dali...

EFB

Fome e Sede

Sinto fome,
Sede,
Cansaço.
Vem a mim,
Dá-me,
Um abraço.
Eu aguento,
O jejum,
Mas já dói.
O rato,
No estomago,
Já rói.
Disse-te,
Um dia,
Uma vez.
Que é bom,
Sentir,
Pequenez.
Mas agora,
Peço-te,
De joelhos,
Tenho fome,
Dá-me
Os teus beijos.
Tenho sede,
Deixa-me,
Beber,
Da fonte,
Fresca água,
A correr.
Sinto-me só,
E ao
Meu redor,
Ignoro
Seja quem for.
Ninguém,
Olha para mim,
Como tu,
Que me olhas
Assim!
Já sinto,
A alma,
Drenada.
Já sinto,
A saudade,
Anafada.
Desejo,
Apenas,


Eu ver,
Meu amor.
Nos braços,
Quero ter.
Não peço,
Ao tempo,
Que passe,
Depressa,
Chegar ao seu,
Desenlace.
Carpe Diem,
Aproveita bem.
O melhor,
Que a vida,
Tem.
Mas dá,
Uma esmola,
A um pobre.
Tens sempre,
Meu amor,
Que sobre.
Dá-me,
Um naco,
De pão.
Pois tens já,
O meu,
Coração.
Cede-me
Um tempo,
Contigo.
Não vás.
Fica agora,
Comigo.
Lembra-te,
Que a vida,
Curta é.
Lembra-te,
É preciso,
Ter fé.
«Então espera,
Sentado,
Deitado.
Paciência,
Louco,
Estouvado.
Tenho de ir,
Agora,
Não posso,


Contigo,
Ficar,
Para o almoço.
Mas a noite,
Espera,
Por nós.
Podemos,
Ficar um tempo,
A sós».
Que alegria,
Me dás,
Prinscipezza.
Esperarei,
Com calma,
E firmeza.
A saudade,
É a fome,
Que sinto.
O beijo,
É a sede
Que finto.
E que tento,
Com custo,
Fintar,
Pões é,
Meu desejo,
Te amar.
Espero,
Que a noite,
Caia.
E espero,
Que à hora,
Saia.
Que alegria,
Me dás,
Prinscipezza.
Ter água,
E pão,
Na mesa.

EFB – 19/04/04

Fugitivo

Para lá não quero voltar,
Outra vez,
Não e não!
Desejo é aqui ficar,
E rejeitar
A escuridão.
Se eu aqui cresci,
Porquê para lá
Voltar?
Se foi lá que encolhi,
Aqui,
Quero eu ficar.

Se da toca de uma lebre,
Não entrava,
Raios de luz.
Para quê? Vivo num casebre,
Aqui a luz,
Se reproduz.
Se viver sempre escondido,
Na caverna,
Numa toca,
Terei depois eu entendido,
Que escolhi,
O que sufoca.

Para lá não vou entrar,
Outra vez. Ai!
Não vou.
Vou tentar aqui esperar,
Que a dor,
Se dissipou.
Sou teimoso, sou rochedo,
Que aguenta,
O imenso mar,
Mas não posso eu ter medo,
Da tormenta,
Do trovejar.

Não quero ser prisioneiro,
Outra vez.
Eu aprendi.
Desejo ser o timoneiro,
Do navio,
Que construi.

Não quero ser forçado,
Das galés,
Ou da prisão,
Quero apenas ser amado,
E amar
Com o coração.


EFB – 28/04/04

Não me interessa...

Quem a mim não me interessa,
Não quero eu perder meu tempo
Queres o quê? Uma promessa,
Provocar a ti o desalento?
Maldiz, se tu quiseres
Por recusar o teu tédio
Não me quero contagiar,
Deixares-me é o meu remédio.

Gostar do que não gosto,
Recuso-me eu solenemente
Amar o que não amo
É enganar-me perfeitamente.
Quem os outros engana esquece
Que em primeiríssimo lugar
É a si que se padece
Por estar a querer enganar

Não me fales. Peço-te eu.
Desvia-te, senhor, do meu caminho,
E se preferires o contrário
Ajudas-me! Quero ficar sozinho.
Chama-me solitário. Pode ser,
Por não querer o teu querer
Chama-me louco, mas com ternura
Por não entenderes minha loucura.

Não me interessa. Não quero saber.
Não me ouves: terás surdez?
Não concordo contigo, amigo
Não partilho dessa mesquinhez.
Não mudo a minha ideia.
Sou assim, que queres que eu faça.
Queres tu, por ventura
Que me transforme numa farsa?

(Que estranha ironia esta
Da gente que a si se engana
Querer mudar a minha alma.
Ó que gente tão profana)
Porque queres tu que eu mude?
Se não te apraz ser como tu, senhor.
Repetindo a ti: não me interessa.
Deixa-me em paz, por favor!

Dedicado à gente que não me aceita e que apenas se conseguem aceitar a elas próprias...................

EFB

O ódio miserável

Choro às escondidas como uma criança,
Que não tem ninguém bondoso ao seu lado,
Para lhe enxugar o rio de lágrimas,
Que escorreram pelo seu rosto contorcido,
De tanta dor,
Pelo seu amor,
Que odiosamente foi picado,
Por quem por ele sente ódio,
De ver a felicidade ilustrada no seu rosto.

Impotente agora me sinto.
O amor dá-me forças,
Mas impede-me de ser um aliado a ela,
Para enfrentar um fantasma de carne e osso,
Que vive no escuro, entregue à barbárie,
De não querer ver ninguém esboçar,
O sublime sorriso da felicidade,
Consumido por um forte ódio,
Que lhe drenou a alma,
Que lhe escureceu o coração.

Que farei eu agora?
Se não posso ser eu a enfrentar esse fantasma,
E empurrá-lo para a caverna onde ele vive,
Mas que veio espreitar cá fora,
Tentando escurecer o nosso Éden,
E fazer ruir o que nós construímos,
Com o gosto e força que o amor nos dá.

Esse Éden,
Esse Paraíso.
Esse cantinho microscópico do globo azul
Tão decorado e colorido pelas mãos do nosso amor,
Harmonioso lar,
Onde é o palco com uma plateia felina e contente
Que vivem tranquilos em comunhão,
Guardiões do nosso humilde e real Paraíso,
Onde eu verdadeiramente vivi e vivo,
Onde eu realmente amei e amo,
Como nunca amei na minha inteira vida,
Onde agora arde,
Pelo fogo lançado de um arqueiro,
Consumido pelo medo de uma alma enfraquecida e à deriva,
Mas revitalizado pela negra força,
Pela água fétida e escura
Que nasce da fonte desse ódio.

Nem vergonha é capaz de sentir,
Nem à frente profere aquilo que lhe vai,
Naquela fraca alma,
Preferindo rastejar no escuro,
Receando a luz que ilumina e que eu não temo,
Mas que queima a pele de quem vive com medo,
Numa caverna esquálida, insalubre,
E fria como a Morte,


Apunhalar pelas costas por ser mais fácil,
Não olhar nos olhos tristes de quem ele odeia.

Como gostava de extinguir este incêndio,
Com as vertidas lágrimas,
Que há pouco refrescaram e aliviaram,
A dor aguda que me fere o coração,
E que ainda me faz sentir atordoado,
Como aquele que é picado pela serpente,
E moribundo,
Caí no chão desamparado,
Adormecendo-lhe os sentidos,
Transformado pelo feitiço,
Em mármore gelado decorando o Paraíso,
Condenado àquele sono eterno,
Esperando o beijo quente e fogoso,
Da sua amada abençoada....
Do seu único amor.

EFB - 30/04/04

O Pastor

Rodeado neste instante,
De olhares predadores,
Guardo meu desejo ardente,
De escrever nos arredores.
É a selva aglutinada,
De leões devoradores,
Que por tudo e por nada,
Fulminam com os seus olhares.
Sabendo que,
Arrisco de ser mordido,
Recuso-me de,
Ficar sempre escondido.

Já basta, que, lá fora,
Em manadas, os carros gritem.
Que cá dentro sem demora,
Que os pequenos escondidos fiquem
A selva cala-se. Agora,
Ruge o maior dos leões.
Estremece a selva na aurora,
Gela o sangue e os corações.
Estou num canto,
Abrigando-me no arvoredo.
Correm em bando,
Fogem as lebres de tanto medo.

Espreito por entre tão agrestes,
Ramos, que me escondem assim mal,
Sou caçado: “Porque te escondeste?
Gritando mais, mais ‘coisa e tal’.
Sacudido do meu abrigo,
Fui levado para um covil,
De lobos esfomeados
Mais estouvados,
Que o velho senil.
Nem perguntam, nem praguejam,
Acusam logo alguém à bruta.
Ardilosa alcateia! Mandaram,
A mim para a labuta .
Lá fui eu,
Parar à selva do labor.
Aconteceu,
De ovelhas, ficar pastor.
Não havia,
Mais nada sem ser,
Aquilo.
Virei pastor. Vamos a ver.

EFB

O teu “bonito”

O teu “bonito” é tão belo,
Gracioso e torneado,
Pintor,
Não posso sê-lo.
Se o fosse,
Tinha-o eu pintado.

Se tu o visses como eu,
O devaneio entenderias,
Escultor,
Seria eu.
O meu mármore tu serias.

Ele é redondo e empinado,
Atrevido como eu gosto,
O “pintor”,
Estava deitado,
Mas ergueu-se bem disposto.

Não te ponhas, “bonito”, assim.
Pára de olhar para aqui.
Minha estima,
Cresce e sobe,
Desejo ardente estar em ti.

Ai, como ele fica,
Com esse traje que ele veste,
Contemplando-o,
Eu desejo,
Escalar agora o Evareste.

Sublime o movimento!
Minha mão, num rodopio,
O lençol,
Eu levanto.
Meu “bonito”: sentes frio?

Não quero que adoeças,
Meu “bonito”, meu formoso.
Dedilhados,
Rendilhados,
Fecha os olhos. Sou cuidadoso.

Num rodopio, a minha mão,
Sente o quente do teu ninho.
Abre-te,
Meu coração,
Palpita só um pedacinho.

Oiço um leve bater d’ asas,
Oiço um doce cantarolar
Um pássaro,
Que, voando,
No formoso quer poisar.

Tem cuidado, ó alpinista,
Na escalada ao meu “bonito”
«Pela tua saúde!”
Aqui,
Nos meus versos, amor, eu cito.

Sua pele é pura seda,
Tecido vindo do Oriente,
Daqui vejo,
O seu sorriso,
Divina luz resplandecente.

O perfume que dele emana
Já em mim, está entranhado,
Todo o dia,
Me acompanha,
Vai comigo p’ra qualquer lado.

Guardei esse perfume,
Honrando sua firmeza.
Tem fogo,
Aquece o lume,
Não sendo um nobre,
Tem nobreza.

Se te incomodo com,
O meu olhar assim maroto.
Minha lira,
Faz ronrom,
Ele ficará absorto.

Mas se não te incomoda,
Deixa-me estar a contemplar,
O “bonito”,
Gracioso,
Sou teimoso,
Deixa-me olhar...

EFB – 19/04/04

Pára!

Pára de me arreliar!
Pára de me chatear,
Com as tuas desculpas de quem me quer ver,
No lodo a chafurdar.
Pára com isso de dizer,
Que sou um inferior ser,
Que sabes de mim, do passado que tive.
Que queres de mim tu saber?

Pára de me infligir,
A culpa, p’ ra te encobrir,
Dos erros teus que cometes, essa fraqueza
De ninguém quereres ouvir.
Vai-te e deixa-me cá.
Vou p’ra ali ou vou p’ra acolá,
Separemos as diferenças que temos os dois,
Não me conheces. Esta é para já.

Pára de me chamar louco.
Pára e ouve-me um pouco,
Não confias em mim e inundas-me de queixas
Julgando o meu trabuco.
Pára de mim maldizer,
Sou assim, que queres fazer?
Não aceitas que sinta, mais do que tu,
A minha leveza do ser.

Paremos com a discussão,
Eu sei que me tens na mão.
Usai-me se tu quiseres e deixa-me aqui,
Na doce solidão.
Às escondidas da gente,
Serei mais ainda, prudente,
Escreverei sobre as minhas loucuras, travessuras,
Sim, eu sei: sou demente.

Eu sei. Já sei que és perfeita,
Já sei que és a eleita.
Molestas-me com as tuas calúnias e injúrias,
És aquela que já tens vida feita.
Olha! Vou-me daqui,
Apanhar ar um pouco, p’ ra ali.
Estou farto. Ainda tenho um enfarte de aceitar,
As palavras que vêem de ti.

Desanimo-me só de pensar,
Que vamos nos aturar,
Será melhor deixares-me no meu canto,
Deixa-me em paz trabalhar.
Sim, eu sei. Estou à frente,
De ti, no lugar. Indiferente,
Para mim eu estar ou não estar. Para ti,
Deve ser perturbante.

EFB – 19/04/04

Pinta!

Vá lá, pinta!
Sem saber ao certo o quê
Pinta, ó linda.
Não precisas de saber porquê.
Agarra,
No pincel direito à tela com jeitinho
E esbarra,
Na tela, a tinta, e segue esse caminho.
Eu ajudo
Escrevo-te para te inspirar.
Serei mudo,
Estarei quieto para não te incomodar.
Começa,
O primeiro traço é sempre um traste
Recomeça,
De novo, se por acaso te enganaste.
Estás a ver?
Não custa nada. Agora é só deslize
Inunda,
O que falta cor, e de quem dela precise.
Estou aqui!
A ler, a escrever, a cantar.
E logo à noite,
Estes versos leio p’ra te embalar.
Mostra lá.
Diz-me tu o que precisas de mim.
Ouve cá.
Lindo! Continua. Assim e assim
Adormeci?
«Já acabei. Quero que tu vejas.
«Já pintei!
Diz verdade c’ o os lábios. Não te mexas!»
«Assim, assim.»
Respondo eu para te desanimar.
«Está lindo, sim.
Não t’ engano por te amar.
«Mentiroso!»
Exclamas tu mui negligente
«Fabuloso!»
Contraponho eu, sinceramente.
Aborrecida,
De pincel na mão outro começas
Entristecida,
A tela pintas, murmurando às avessas.
«Ai é, ai é?»
Vou ler para ali histórias da miséria»
«Pois é, pois é.»
Ripostas tu com o teu ar de séria.
Então eu vou,
Para o quarto. Estarei eu à espera
Se aqui não sou,
Preciosa ajuda. Olha tu: pinta uma fera,
Não sei, não sei,
Se serás mesmo tu capaz
Irei, irei.
«Lá p’ra trás! Lá p’ra trás!»
Vociferas tu
Enxotando-me do atelier
Miau, miau
Vou dar-te um beijo não sei porquê...

EFB

Sim, minha Senhora

«Já fizeste aquilo tudo que te pedi?»
Fiz sim,
Minha Senhora Doutora.
«E aquilo...e mais aquilo que retorqui?»
Está feito,
Está feito, minha senhora.

«Desculpa! Lembras-te daquilo e do outro?»
Lembro-me,
Senhora, minha ‘mãe’.
«Vê lá. Não é preciso ficar absorto
Está bem,
Minha Senhora, está bem.

«Onde vais apressado dessa maneira?»
Vou ali,
Já venho, minha senhora
«Não te demores (mas está ali na cavaqueira!)
Não demoro,
É num instante. Vou lá fora.

Triste sina é nascer burro de carga
“Sim, sim!”,
Curvo-me eu a ela.
Por vezes vem assim c’ a boca amarga
“Pois, pois”
Só me falta na mão a vela

Eu sapos e sapinhos até engulo
Por mais,
Pequeno ou grande seja.
Mas não sou mártir. Às vezes fico fulo,
Ser demais,
Regras estas a mim sobeja.

Incontestável. Não posso mesmo falhar,
«Já fizeste?»
Já fiz – respondo eu que sim.
Raios a partam! Está sempre a espreitar
A ver...a ver
Se eu falho pr’ a descarregar em mim.

Mas cá dentro rio-me tanto. Não por fora,
Por vê-la,
Com a cara dum javali.

Vou comer pois já está na minha hora.
«Não vais, não.
Vais mas é ali!»

Triste alma e mesmo dela compadeço
Sei lá,
Sou assim não sei porquê.
Talvez, já pensei, que o mereço.
«Já fizeste,
Aquilo? Respondo eu: “O quê?”

EFB – 15/04/04

Soldados de hoje...

Trajando com nobre fato e gravata,
Eles marcham em fileiras, com altivo orgulho.
Em frente, honrando,
Seu nome, marchando.
Pelas cidades opulentas causam barulho.

Penteados para um lado; óculos usando,
A gravata, o fato, o brio e ambição.
Sapatos brilhando,
Voam em bando,
Marchando, marchando sem pura ilusão.

Armados de mala, e lá dentro o jornal,
Traçando destinos, batalhas incertas.
Não comem bem,
Gostos não têm,
Vagueiam de dia pelas ruas desertas.

Chispando fogo pelo olhar calculista,
Sequiosos constantes de poder e glória,
«No chão que piso,
O inimigo. Preciso,
Deixa-lo tombado, ferindo-lhe a memória.

Só param à noite. Uivam co ‘a Lua
Correm apressados, loucos, nas ruas
Eles chicoteiam,
Com os outros, guerreiam,
Vidas alheias arruinam. Não as suas.

Orgulhosos dos seus engenhos, dizem:
«Fui Eu que o inimigo fiz tombar,
Devoram o mel,
Lêem Maquiavel.
«Que comigo não ousem sequer brincar!».

E o mundo para ti? Não te importa,
A miséria que infecta o seio da gente?
«Não quero saber!
Deixa-me ler,
O jornal onde sei quem está à minha frente.

E nos outros não pensas tu porquê?
Teus pais, tua mulher que espera por ti.
«Tempo não tenho,
Empecilho tamanho.
Minha carreira que fale só por si.»

Lanceiros de hoje, marchem. Por mim,
Pouco me importa se tombam, se perdem,
Porque as minhas batalhas,
São as minhas ‘malhas’,
Das quais ouvidos atentos me ouvem.

Já fui gendarme por uns dias. Bastou,
Soube ao certo o que p’ ra mim não queria,
Gravata usei,
Fato trajei,
Mas sinto-me mais leve agora, hoje em dia.

Já o escuro azul foi também uniforme,
De soldado da paz lutei, mas ao lado.
Ajudara-me a mim,
Cheguei mesmo ao fim,
Agora recordo com saudade o passado.

Posso? Deixas-me não ser como tu?
Rejeito a ideia de marchar outra vez.
Não me envergonho.
Foi apenas um sonho,
Que tracei um dia na minha pequenez.

E se algum dia querer ser como tu,
Deixarei de existir. Essa farda rejeito,
Soldado sagaz,
A mim? Não me apraz,
Combate e tomba, cidadão perfeito.

EFB – 19/04/04


Tempo


O quão precioso és nestes tempos,
Em que tudo gira e corre velozmente.
Desejo ter-te agora, decididamente,
E poisar nos mais alegres e verdes campos.

Escrever as memórias é meu desejo,
Mas o tempo não tenho. É sincero,
Às escondidas vou escrevendo. Es vero,
Falar-te queria muito mas não te vejo.

Retroceder na História eu queria,
Ver em que berço tu nasceste,
Mas nem pai, nem mãe tu tiveste,
Bastardo és da Criação, sua cria.

Não poderás tu parar um pouco,
Esse teu constante e nobre passo?
Meu destino já perdeu seu traço,
De tanto te pedir, fiquei louco.

Perdi o traço que para trás deixei,
O vendaval enlameou o meu caminho.
Parece que, é certo, ando sozinho,
Procurar um bom abrigo demorei.

És o ácido que, onde cai, envelhece,
Para ti, ninguém nem nada é p’ ra ficar,
Com as estrelas ficas tu a contemplar,
A ver daí do céu, o que desaparece?

Impiedoso tempo, que não deixas,
Dispensar o mundo das tarefas,
Árduas, de cumprir suas promessas,
Que se ouve nos quatro cantos, suas queixas.

Porque alongas, tempo, esse teu passo,
Em momentos doces de felicidade?
No infortúnio, pareces a eternidade,
Dás um nó no coração, até com laço.

Vales tanto como aquele que te compra,
Repito: vales muito mais que ele,
Mais doce e valioso do que o mel,
Mais rápido que a tua própria sombra.

«Não vou parar!», dizes-me tu, insolente,
Arrogante e agressivo! É teu feitio.
Vem ver o que o mundo produziu,
Por causa do teu passo veemente.

Teimas tu não parar e não olhar,
Pelo ombro, o que ficou para trás.
«De mim fiz coisas boas e coisas más!»
De jeito frio, a mim me dizes, sem parar.

Quem te fez? Diz-me agora, tempo imundo,
Que dia foi aquele em que nasceste,
De onde veio a ordem no que fizeste?
Apenas sei Hora, Minuto e Segundo.

Contradizes os desejos do “querer”,
Tu no sono és vigoroso e veloz.
No labor pões a ânsia em todos nós,
És tirânico, travando o meu “poder”.

Misterioso és; ninguém te degenera,
Crias ânsia e pânico em corações,
Impacientes. Desesperam em turbilhões,
Ó tempo, que por ninguém se desespera.

EFB – 22/04/04

Vida imperfeita

Ai, Natureza.
Porque és assim?
És com certeza,
Mistério sem fim.
Ai, Prinscipezza
Ai, meu amor.
Mistério. Não sei,
Sinto o ardor.

Uns vivem bem,
Outros vivem mal,
Estes não têm
Só Carnaval.
Uns para a esquerda,
Uns para direita.
Ó Prinscipezza,
Vida imperfeita.

Preciso parar,
Só um ‘cadinho.
Preciso de pensar,
(Meu pedacinho!)
Porque isto é assim?
Como e porquê,
Mistério sem fim
Que ninguém vê.

Vive-se assim,
Vive-se assado,
Porquê? Porque sim,
Não é revelado.
Uns tanto sofrem,
Uns, nem por isso.
Revela-te a mim,
Oculto feitiço.

Azul, amarelo,
Verde, castanho
Toma um pincel,
Faz um desenho.
Faz qualquer coisa,
Para sempre ficar
Um pássaro que poise,
Um louco a cantar.

Louco que é louco,
Só quer é viver,
Mas viveu pouco,
Até querer morrer.
Viveu, então
Entranhou amargura,
No seu coração,
Mas é agora é ternura.

Viver é esperar,
É preciso saber,
Que ser paciente,
Ajuda a crescer
Obstáculo aparece
Mesmo sendo ruim,
A luta lhe oferece.
É mesmo assim!

EFB – 17/04/04

Viver

Canto,
Salto,
Grito,
Que graça que é
Sentir alegria.
Canta,
Salta,
Encanta
Experimenta sorrir
Só por um dia.

Amo,
Gosto,
Sinto,
Que gratidão é
Eu sinto por isso.
Ama,
Gosta,
Sente,
Não fujas de mim
Que não é preciso.

Choro,
Riu,
Perdoo,
(Grande tristeza
É não perdoar).
Chora,
Ri,
Perdoa,
Não sintas vergonha
De querer amar.

Luto,
Sofro,
Enfrento,
Um dia por dia
Ao amanhecer
Luta,
Sofre,
Enfrenta,
Não morras primeiro,
Antes de viver

Inteligente,
Sobrevivente,
Irreverente,
Com toda a alma.
Falta de engenho
De todo o tamanho
Subserviente
Com toda a calma.

Sou lutador,
Sou teu amor
Sou um guerreiro
Deste meu ofício
Deixa de ter,
Medo de morrer,
Saí da alcova
Do teu suplício.

Beijo,
Abraço,
Gracejo,
Com minha essência do leve ser
Liberta,
Tenta,
Experimenta,
Dar um carinho, retribuir.

Nobre coragem,
Leve aragem,
O vento que muda tua má sorte
Não é da inércia,
Pouco propicia,
Não é fugir que faz de ti forte...

EFB

quinta-feira, maio 06, 2004

Inté já...

Mais uma semana aproxima-se do seu final. E que semana...
O tempo custou bastante a passar, as horas de trabalho pareciam infindáveis, no entanto as noites voavam...
Numa semana muito pode mudar, mas felizmente (ou infelizmente, não sei bem!!!) outras não...
... mais uma semana sem conseguir chegar a horas ao trabalho. E a sair às tantas... isto está de tal forma que já não sei o que é a causa ou o que é a consequencia...
... as licras da ginática continuam... se bem que cada vez mais curtas... o verão, ah o calor... ups, isto não é para ler, ok????

Cambada, bom fim-de-semana antecipado...
...E já sabes, se beberes não conduzas!...


...e não bebas a guita toda, guarda alguma para o táxi!!!

Grande Mulher... ou mulher "grande"?

Acabei de ouvir uma conversa pelo telefone, e não me achem intrometido porque não podia tapar os ouvidos e cessar de ouvir a conversa, que muito me fez rir por dentro. Isto porque estou neste momento no meu "campo de algodão".
Fazemos assim: eu cito algumas frases retiradas da conversa telefónica e depois vou descrever a M...., minha colega de trabalho.

"...sim, ...yá, falei com ele...
(...)
"...ainda bem que não falou comigo sobre aquilo..."
"...pá ele disse-me assim : «não sei quê, não sei que mais» e eu depois disse-lhe que não. Coitado. Ficou tristinho mas depois até me pagou o jantar (risos de chacota). Depois lá se contentou com uns beijinhos nas minhas bochechas" E tu já lá fostes ter com o outro?
(...)
"...yá...mas podias 'coiso' e ir lá ter com ele. Acho que ele quer despedir-se de ti..."
(...)
"...pá, eu hoje vou ter que lhe dizer 'coiso' porque não gosto dele. E vou ter com o outro....
(...)
"Bem, ele tem um carro preto 'buéda lôco...(risos)..."
(...)
"...'tá' bem. Então eu ligo-te à noite para irmos jantar fora se não fores lá ter com esse gajo"
(...)
"...olha. Agora não posso porque tenho o meu chefe a chamar-me. Depois ligo-te. Tchau.

E foi assim a conversa.
Descrevendo a rapariga, ela mede 1,82. E mais não é preciso descrever, porque poderia chegar ao ponto de ser cruel, respeitando assim neste espaço todas as 'blogge girls'. Mas acho que a descrevi ao pormenor para poder responder à minha pergunta colocada em cima.

Houve uma vez que li algures que "A convicção da beleza de uma mulher dá-lhe um conhecimento mal distinto da arma que possuí, arma em que as mulheres se cortam quando brincam com a beleza, como as crianças brincam com uma faca". GRANDE VICTOR HUGO!!! GRANDE VICTOR HUGO!!!
É importante dizer que não estou a servir-me desta eloquente frase para ferir ´todo o género feminino, mas compreende-se depois desta interessante conversa telefónica que acabei de ouvir que, até a própria futilidade é perigosa, pois nem se apercebem das dores que infligem à outra pessoa, por viverem em constante medo de poder vir a gostar e entregar o seu coração a alguém. Com medo hesitamos, vacilamos, evitamos, magoamos sempre a outra pessoa de forma inconsciente. Mas do fútil e inútil joguinho para mostrar excentricamente, como é a sua maneira de vestir, quem a rodeia que tem todos na palminha da mão, ela consegue possuir por essas "Ligações Perigosas" um gostinho malícioso que nasceu no berço do seu medo interior. Como díria o meu sobrinho de três anitos: "Não há paciência!"
E sublinhe-se fostes, e "já lá buscastes?", em que esta última é pronunciada de uma forma acentuada no 's' que parece que está prestes a urinar (buscastesssssss).
Lili Caneças de certeza absoluta que recrutaria esta mulher "grande" para o seu harem recheado de... grandes mulheres, condutoras dessa cultura útil de jantares à noite, fofocas, intrigas conjugais e extra-conjugais, penteados e outros, que proferem frases nesses eventos culturais que fazem enaltecer uma sociedade como "estar vivo é o contrário de estar morto" e "coiso e tal e tal e tudo" e "...e não sei quê, não sei que mais e não sei quantos" (aplique-se aqui bem o "só sei que nada sei")
No fundo, mas mesmo lá bem no fundo, consigo ter uma certa compaixão por esta rapariga minha colega, que se esforça nos seus dias a todo o custo, ser bonita por fora sem o ser por dentro e de uma forma explicitamente ingénua.
Poderei gerar polémica com esta análise do coração desta "mulher" grande, e ser mal interpertado. Mas progressivamente vou dizendo como o meu querido e angélico sobrinho diz: "não há paciência"
E não a há mesmo...
EFB

Sentidos

Meus dedos
lentos
percorrendo
a medo teu corpo
aberto oferto.
Meus dedos
surpresos
soltando o calor
o cheiro
de teu corpo descoberto.
Meus dedos
olhos trazendo
imagens mensagens
ao meu corpo trémulo. …
Esqueci teu nome
teu rosto o quando e o porquê
Só existes em meus dedos



(sentidos - Eugenia Tabosa)

Um...

"Para que haja uma árvore florida, é preciso haver antes uma árvore; e, para haver um homem feliz, é preciso haver em primeiro lugar um homem"



(Saint-Exupéry, A Cidadela)

A tempestade

Se de mim brotava alegres versos
E agora já não brota luz divina
Foi por sinal a tempestade,
Que feriu a prosperidade,
Sentindo já um chuva fina.

Minha consciência perturbada
Pesada, um pouco, enfim....
Não sei bem ao certo,
Quem terei agora ao perto,
A desculpa que darei por mim.

É caminho conturbado
Mas do qual eu fui escolher.
Se invocares furiosos ventos,
Se enfrentares fortes tormentos,
A tempestade irás colher....


EFB – 06/05/04

quarta-feira, maio 05, 2004

O Beijo...



.

terça-feira, maio 04, 2004

A Crow Left of the Murder


Incubus ascenderam ao estatuto de uma das mais populares e conhecidos grupos de metal-alternativo. Este quinteto tem praticado desde 1991, uma mistura do metal com outros géneros como o funk ou o rap. 2003 trouxe diversas mudanças à banda de Brandon Boyd. A banda escolheu Brendan O'Brien para produzir o seu novo disco (o mesmo produtor de Bruce Springsteen e Pearl Jam).



Um grande álbum, bastante diferente de Morning View... para melhor (menos comercial)... mas S.C.I.E.N.C.E. continua a ser o “best”.




Ao Tucho

Tinha um gato chamado Tucho que foi um grande amigo. Faleceu ontem às 17H00 e é desta maneira que me despeço dele, pois ainda ontem o vi a contorcer-se de dores. Dele nunca me irei esquecer, pois foi uma amizade viva de 11 anos e que em mim permanecerá na minha memória enquanto eu a tiver. Escrevi estas palavras na altura em que ele estava doente.
Não me querendo alongar mais....
Adieu, mon grand ami...

O meu gato


Ó meu gatinho,
Gatinho minhau,
Não mordas ao dono
Não sejas mau.
Ó meu gatinho
Amigo também
Que fez chorar
A minha mãe.

Gato, és amigo
Agora da Blue
Ela é um doce
Assim como tu
Ela coze-te o peixe
Que vem lá do rio.
Ó meu minhau:
Vem cá! Pssiu!

Lembras-te dos tempos
Que olhavas p’ra mim?
Com olhos tristonhos
Não fiques assim...
Mia p’ra mim
E faz um ronrom,
Meu gato lindo.
Tão bom! Tão bom!

Nunca tiveste,
Amigos de bem
Não vês a Bia?
Não mia tão bem.
Não fujas dele,
Do Gato Sião,
Ele é nervoso,
Mas tem coração,

(Tão bom com’ a Haydée
Que trata de nós).
Ai, essas pernas
Que dor mui atroz.
Mas fica connosco
Com o Gato, imponente
C’o Snowy, c’o Fiti
Com toda a gente.

Sabes quem gosta
Muito de ti,
Também? O Jupeto
De quem a Haydée é Mãe.
Tem paciência.
Tu vais melhorar
Tu és grandioso
Que vale por cem.

Aquilo que fiz
Não foi bonito
“Daqui ele não sai!”
Assim eu me cito.
Meus pais tão queridos
Precisam de saber
O meu gato é lindo
Precisa de viver...

Ó meu gatinho,
Gatinho minhau,
Não mordas ao dono
Não sejas mau.
Ó meu gatinho
Amigo, tem esperança
Fica c’o a Bia
Que ela é tão mansa.


EFB





segunda-feira, maio 03, 2004

Um Mês….

É verdade, já lá vai um mês desde do dia em que decidi pesquisar o que afinal era isso de “blog´s”, mais precisamente no dia 29 de Abril, mas nessa altura estava em hibernação (ehehe!!!)

Um blog onde cabe tudo… até a Simara!!!!!
http://present-tense.blogspot.com/
Este é um projecto que acaba em sí mesmo. O projecto era a construção de um blog... e já está
.”

Este foi o 1º post deste “projecto”. Foi criado sem pretensiosismos, sem presunção de criar um centro de boa escrita, de opiniões fundadas ou coerentes... resumindo, os termos “bom”, “qualidade”, “virtude” não tinham função neste blog à beira rio plantado...
Criei como algo egocêntrico, meu apenas, sob o escudo do anonimato... e muito se pode dizer e escrever sem o receio de interpretação – que existe sempre, sejamos honestos - nem tão pouco pretendia que fosse lido por conhecidos, amigos. Mas que no fundo pretendia que fosse lido, criticado... partilha. Puder escrever “caralho” em vez de “porra”, por não ter de me preocupar “se calhar A não vai gostar”.

Olhando para o Present Tense através do passado, algo mudou.


Agora já não sou tão anónimo quanto fui... e ainda bem! Mas continuo a escrever sentindo-me como tal... aqui sou apenas Soundstorm... escrevo o que me vai na alma, o que me dá real gana... devaneios, frutos de inspiração ou transpiração... um pouco como os calções de licra “10% transpiração, 90% inspiração... ai as licras, as licras (os cabides quase, quase que inspiram tanto... vocês sabem do que estou a falar ehehe).

Foi criado com um intuito individualista, no entato é neste momento um canal de partilha, dois perdidos, que escrevem, sentem, sem complexos. E a verdade é que este blog só ganhou com os conhecimentos e partilhas do Edmond.

Acho que estamos a ficar uns sentimentalistas....vai lá, vai! Acho bom.”

Pois é meu amigo, é verdade... vai lá, vai.

Olho e vejo algo que suplanta o que esperava deste cantinho... o também não seria difícil, já que esperava tão pouco! Mas acima de tudo, vejo o pequeno testemunho de um mês, um dos mais conturbados e agitados da minha curta existência mundana.

Findo um mês, só quero agradecer ao meu grande amigo por dividir este nosso blog e também agradecer a quem nos lê, mesmo não gostando... mas como já disse “um blog onde cabe tudo”... até o pessoal sado-maso!!!

Sente...




Tens que Sentir – De dentro um novo despertar
Acordar
Tens que Sentir – Menos destroçado, mais harmonizado
Equilibrado
Tens que Sentir – Quando eu abandono o meu corpo enlevado
Extasiado
Tens que Sentir – Quando eu toco nos teus lábios
Desejos

NUMA NOITE...



EM QUE FOMOS GRANDES...

Este "puto" foi uma ESTRELA...

domingo, maio 02, 2004

Um brilho