quinta-feira, maio 06, 2004

Grande Mulher... ou mulher "grande"?

Acabei de ouvir uma conversa pelo telefone, e não me achem intrometido porque não podia tapar os ouvidos e cessar de ouvir a conversa, que muito me fez rir por dentro. Isto porque estou neste momento no meu "campo de algodão".
Fazemos assim: eu cito algumas frases retiradas da conversa telefónica e depois vou descrever a M...., minha colega de trabalho.

"...sim, ...yá, falei com ele...
(...)
"...ainda bem que não falou comigo sobre aquilo..."
"...pá ele disse-me assim : «não sei quê, não sei que mais» e eu depois disse-lhe que não. Coitado. Ficou tristinho mas depois até me pagou o jantar (risos de chacota). Depois lá se contentou com uns beijinhos nas minhas bochechas" E tu já lá fostes ter com o outro?
(...)
"...yá...mas podias 'coiso' e ir lá ter com ele. Acho que ele quer despedir-se de ti..."
(...)
"...pá, eu hoje vou ter que lhe dizer 'coiso' porque não gosto dele. E vou ter com o outro....
(...)
"Bem, ele tem um carro preto 'buéda lôco...(risos)..."
(...)
"...'tá' bem. Então eu ligo-te à noite para irmos jantar fora se não fores lá ter com esse gajo"
(...)
"...olha. Agora não posso porque tenho o meu chefe a chamar-me. Depois ligo-te. Tchau.

E foi assim a conversa.
Descrevendo a rapariga, ela mede 1,82. E mais não é preciso descrever, porque poderia chegar ao ponto de ser cruel, respeitando assim neste espaço todas as 'blogge girls'. Mas acho que a descrevi ao pormenor para poder responder à minha pergunta colocada em cima.

Houve uma vez que li algures que "A convicção da beleza de uma mulher dá-lhe um conhecimento mal distinto da arma que possuí, arma em que as mulheres se cortam quando brincam com a beleza, como as crianças brincam com uma faca". GRANDE VICTOR HUGO!!! GRANDE VICTOR HUGO!!!
É importante dizer que não estou a servir-me desta eloquente frase para ferir ´todo o género feminino, mas compreende-se depois desta interessante conversa telefónica que acabei de ouvir que, até a própria futilidade é perigosa, pois nem se apercebem das dores que infligem à outra pessoa, por viverem em constante medo de poder vir a gostar e entregar o seu coração a alguém. Com medo hesitamos, vacilamos, evitamos, magoamos sempre a outra pessoa de forma inconsciente. Mas do fútil e inútil joguinho para mostrar excentricamente, como é a sua maneira de vestir, quem a rodeia que tem todos na palminha da mão, ela consegue possuir por essas "Ligações Perigosas" um gostinho malícioso que nasceu no berço do seu medo interior. Como díria o meu sobrinho de três anitos: "Não há paciência!"
E sublinhe-se fostes, e "já lá buscastes?", em que esta última é pronunciada de uma forma acentuada no 's' que parece que está prestes a urinar (buscastesssssss).
Lili Caneças de certeza absoluta que recrutaria esta mulher "grande" para o seu harem recheado de... grandes mulheres, condutoras dessa cultura útil de jantares à noite, fofocas, intrigas conjugais e extra-conjugais, penteados e outros, que proferem frases nesses eventos culturais que fazem enaltecer uma sociedade como "estar vivo é o contrário de estar morto" e "coiso e tal e tal e tudo" e "...e não sei quê, não sei que mais e não sei quantos" (aplique-se aqui bem o "só sei que nada sei")
No fundo, mas mesmo lá bem no fundo, consigo ter uma certa compaixão por esta rapariga minha colega, que se esforça nos seus dias a todo o custo, ser bonita por fora sem o ser por dentro e de uma forma explicitamente ingénua.
Poderei gerar polémica com esta análise do coração desta "mulher" grande, e ser mal interpertado. Mas progressivamente vou dizendo como o meu querido e angélico sobrinho diz: "não há paciência"
E não a há mesmo...
EFB

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