sexta-feira, abril 30, 2004

Ainda estamos vivos!

Tentando ser o mais simples possível, queria dizer que é tempo de descanso e estar um pouco nos nossos mundos. Chega por agora de trabalho e de bloggs. Que todos sintam que cumpriram os deveres. É isso que nos faz o sono chegar mais depressa...

Arrivederci!

Anti-qualquer coisa….

O General comandante dos Marines, T.V. Johnson, afirmou que “os aviões AC-130 Specter atingiram o seu objectivo e as forças anti-iraquianas”. Portanto, iraquianos a atacar americanos são anti-iraquianos, logo americanos a atacar iraquianos serão... anti-americanos???... caramba, estas coisas são confusas....

3 horas...

Já só faltam 3 horas para o fim-de-semana...
..... e para "umas amigas bósnias a sair do bolo"!!!

Ser verdadeiro... para mim


Não estou só... mas então porque sinto uma imensa angústia. Quando fecho os olhos vejo um enorme nada, um vazio... uma arrebatadora solidão.

Não estou só... até poderia brincar com a minha actual situação, muitos porventuraa invejariam. Sortudo diriam. Estás em forma pensariam. Talvez. Aproveita aconselhariam. Estou feliz, o sol aquece-me a alma, os olhos brilham com o reflexo de um imenso mar... mas então porquê este oco... despojado de valor... um encanto solitário.

Não estou só... é saboroso quando alguém nos sente. Saber que ocupo a mente e parte do coração de outrem. Deleite de fazer uma alma rir... pespertar um sorriso de vida... de sons... de sentidos. Honesto, verdadeiro... sentido. Diria, “e que maravilhoso é” estimular emoções, levar alguém a ver o brilho das estrelas... passamos a ser um cometa incandescente... porquê então este sentimento de nada, uma casca superficial... sem gema.

É bem verdade que monotonia, hoje no meu dicionário da vida, está precedida de falta... sinto a sua falta... só um pouco.

Como pedir o que não sei dizer
fora desta página inerte?
Como as línguas que vou roubando
longe desta alma vagueante

Então porquê?

Não estou só, é verdade. Mas sou “só”... esta é agonia. Sou “Só”, sou “Eu”... apenas.
Esta ausência que me oprime não reside numa ânsia de querer atingir um “nós”. É saber que não posso ser a pessoa que pretendo ser para outra, a pessoa que conheço que sou, a pessoa que já fui. É ter consciência que não o posso ser para alguém. Não agora.
Sentir que quando ensinamos alguém a olhar o céu, ela vai ambicionar ver as estrelas... mesmo que não o admita, que não o afirme... mas certos desejos, afectos, têm o seu preço involuntário.

O âmago da minha mágoa e saber que irei causar dor. E que o golpe será desferido no momento mais inesperado... uma lesão violenta. Uma chaga viva, causada por mim. Por MIM... e ter essa consciência, essa verdade interiorizada... dilacera-me por dentro.

Dás-te demasiada importância? Atribuis-te um enorma poder?... coitado, sonhos... ego!

Espero que sim. Queria estar errado... presunçoso! Gostaria que me chamassem de presunçoso.... mas sabes, já o disse várias vezes, sou um distraído... cabeça na lua.... mas reparo nos pormenores. Nas pequenas coisas que tudo revelam.
Que direito tenho em fazer sonhar, quando me preparo para atravessar a porta e fechar o quarto que fica para trás.

Devia ter prevenido. Sorri e dança comigo, o som é quente, faz-nos estremeçer num impulso de loucura, dança e acompanha-me, mas não abraçes, não o faças, não agarres. Hoje vim para dançar sozinho... quando for a dois eu saberei... algo dentro de mim o dirá. Como te disse, eu escuto pormenores.



Guerra de audiências…


Para mim guerra de audiências significa inovação, renovação, mudança, renovação... a criação de algo com qualidade, valor acrescentado.
A SIC tem o seu Rex, o Cão Policia, um cão que fala alemão e resolve casos complicados... é o inspector Varatojo lá do sitio.
Ora bem, a TVI inovou... O Inspector Max!!!
Pode-se pensar, “então, mas isto não é inovar... é apenas uma cópia de pouca qualidade de uma cena que já dá noutro canal”... mas NÃO. Errado. Isto é inovação... criação. Para já o outro é apenas o “cão policia” enquanto este é “inspector”... tipo sargento e coronel, muito melhor! Depois, o Max é um cão alemão que fala português... bilingue! E mais... o Rex é acompanhado por um bófia humano normal (ok... quase, eu sei, um tipo solteiro que vive com um cão e não o usa para sacar garinas no parque e ainda por cima fala com o bicho... o bicho, o cão entenda-se!), já o Max não... é um bófia viúvo, com dois filhos (pá eu não tenho a certeza se o gajo é viúvo... ainda não vi bem a série... ou tanto se o gajo tem mesmo dois filhos/as, mas pá, esta cena é da TVI... todas as produções da TVI têm um viúvo com dois putos... se não tem, não é TVI).
Conclusão... estamos perante um claro caso de inovação.
Mas calma, sustenham a respiração... a RTP foi ainda mais longe... imaginem: não um polícia, mas UMA polícia, surda (ah, ah!?!) que lê lábios e está acompanhada por um cão... um pastor alemão? Não, um Golden Retriever.... “A Agente do FBI”, minha nossa, é o delírio!!!
Sim ok, não é nacional... mas o que é que isso importa... Surda.... Golden Retriever... FBI... AARRRGGGGGGHHHH (grito de prazer....)
Nem me posso conter só de imaginar a retaliação da SIC Radical... (a apresentação tem que ser imaginada em voz rouca... estilo La Féria)...
Um pastor alemão...
Reformado da policia de Berlim...
Imigra para Taiwan e muda de raça...
È agora uma famosa Caniche com o seu próprio show...
Que na madrugada combate o crime e o pessoal que cospe para o chão junto às roulotes dos hamburguers...
Ele é... Pom Pex, o/a Drag Queen Polícia.

Inovação… qualidade

Isto qualquer dia dia até fazem um big brother, mas versão futebol... uma espécie de academia em que uma pessoa telefona e vota.... Ah, já exite?... Na RTP? Tá bem....

Ou então um programa, uma academia para descobrir uma gaja boa, mas em que o jurí sejam só gordos e.... ah, o quê? Também já existe?... Na SIC?... Com o Serrão? Caramba....

I’m back.... and with a fucking smile… (ok, não foi por muito tempo... mas o que conta é qualidade e não quantidade... ehehe)

quinta-feira, abril 29, 2004

"Querer é Poder"

Ainda pensei umas vinte vezes se havia, ou não, de colocar este poema neste espaço de fácil acesso, mas como nos dias de hoje e de sempre o "querer" é tão importante e imponente, arrisco a partilhar com aqueles que deste solo pisam e mesmo com os outros que não o fazem. Afinal, estas palavras são para o mundo, e não só para alguns.

“Querer é poder” é imponente,
Nobre lema que em mim, e até à morte,
Estará comigo e para sempre,
Este o lema que me faz sentir mais forte.
O ‘querer’ é p’ ra mim insolente,
P’rá preguiça, pobre inércia e solidão.
Caí mas levantei-me. Agora em frente!
C o meu ‘querer’, não me derrubas, não!

Senti-lo é majestoso. É mais estrondoso
Que um estridente tiro de um canhão.
Bom ‘querer’ faz alguém sentir formoso;
Mau ‘querer’ é viver mas é em vão..
É sentir correr nas veias, fortemente
É ouvir o coração e o seu pulsar.
Torna ávida e tenaz a nossa mente,
Faz a nossa livre alma flutuar.

‘Poder’ é só c’ o verbo. Não o outro
Que atraiçoa o valor nosso. Coerente,
Engana mundos, prometendo um nobre feito.
Maldito sejas, que infectas toda a gente!
Procrias guerras neste mundo. A ti rejeito,
Confessa: diz agora. Quero a verdade,
Que do teu berço saí o ser perfeito,
De quem a gente não guardará saudade.

Olhai para o chão de vez em quando,
Quem muito ‘quer’ nele, às vezes, tem de cair
Segue o rasto que traçaste e vai deixando,
Para quem, o teu caminho, quiser seguir.
Sê digno, homem forte, trabalhando,
Ouvidos moucos para aqueles que te subestimam,
Esses não querem. Como tal, não deixam querer,
Estão mal com eles. Logo, os outros recriminam.

“Querer é poder” é imponente,
É escutar o coração e a sua voz,
É parar, escutando-o atentamente,
E aceitar o que ele diz para nós.
É viver cada dia livremente,
Se para isso estás disposto de o ouvir,
Se de desculpas te serves (francamente!)
Sem querer, ao coração, estás a mentir...

16/04/04

Não sei viver de outra maneira

Não sei mesmo viver de outra maneira.
Que querem que eu faça? Digam-me e eu até poderei seguir conselhos que sejam coerentes e susceptíveis de mudar em mim, qualquer característica que eu sinta prejudicar-me de qualquer maneira. Se sou assim, é porque sou. Se não sou, é porque não sou. Decidam-se.
Ou melhor: eu decido. Posso ser?
Que triste é e pedregoso o caminho de quem muda em função do mundo. De quem quer ser um igual porque medo tem em ser ele próprio. Que tortura era se me transformasse noutro que não fosse eu mesmo. Que querem? Sou assim. E acreditem que me custa viver a subir e descer montes, fatigado de caminhar, de tropeçar e levantar-me por mais que me custe, viver como o caminho de uma cordilheira que é árduo o caminho, alto o pico e doloroso o trambolhão quando se escorrega e vem por aí abaixo, como uma avalanche. Mas a vida não é feita de altos e baixos, em tudo o que possamos considerar viver? O que é viver? Quem és tu? Como queres viver o teu curto espaço de tempo valioso? A esbanjá-lo em cafés barulhentos perfumados de fumo, repletos de gente que fala alto e bom som, em que para expor uma ideia quase temos um enfarte do esforço que se faz para ser ouvido, em que os companheiros do lado derramam sobre ti a cerveja que bebiam em copos de plástico? Copos de plástico? Não! Recuso-me a beber uma cerveja que já de si é cara, e recuso-me a esbanjar constantemente o meu tempo assim. Que querem que eu faça? «Anda lá beber uns copos. Vais ficar mais animado.» O quê, mais animado? Essa é boa. Mais animado por vaguear em ruas recheadas de bares e discotecas, e discotecas e bares, em que as musicas que destes sítios gritam estridentes, embrenhando-se uns com os outros, provocando uma ruidosa e profunda dissonância, tornado-me surda a minha lucidez? Ver gente completamente embriagada, rindo-se em perfeita condescendência com as piadas idiotas de um bêbado, vomitando para cima das moças que vestiram aquilo que compraram durante a semana nas lojas caras, exibido os seus torneados contornos e tentadores com curtos trapos de tecidos que ofuscam-me os olhos quando passam por mim, e fazem comentários desprovidos de alguma graça quando vão a passar à frente de um bando de rapazes que agarram a sua bebida preferida numa mão, e escarram para o chão, urinam nos cantos, gritam proferindo impropérios mesmo nas barbas de pais transeuntes com os seus filhos que fogem constantemente deles porque querem correr e brincar, fartos da secante confraternização que foi o jantar com os primos que desconhecem e que nunca os viram na vida, que vieram do Minho de comboio, e que, não tendo sítio para ficar, fingiram vir visitar os pais que há mais de dez anos vivem mergulhados na mais profunda miséria e que só queriam ver o Estádio da Luz, que por acaso até foi construído com o dinheiro dos pobres contribuintes que se levantam quando o galo ainda não cantou aquela sua horrorosa melodia que acorda o mundo em sobressalto, para ir trabucar e aturar as ordens draconianas, originadas pelas suas frustrações concebidas por casamentos feitos coercivamente pelos pais que vieram do Minho de comboio com os seus filhos que fogem constantemente deles porque querem correr e brincar, fartos da secante confraternização que foi o jantar com os primos que desconhecem e que nunca os viram na vida, ouvindo os impropérios, de rapazes que agarram a sua bebida preferida numa mão, e escarram para o chão, urinam nos cantos, que vomitam para cima das moças que vestiram aquilo que compraram durante a semana nas lojas caras, exibido os seus torneados contornos e tentadores com curtos trapos de tecidos que ofuscam-me os olhos quando passam por mim, e fazem comentários desprovidos de alguma graça, e ? Ver gente completamente embriagada, rindo-se em perfeita condescendência com as piadas idiotas de um bêbado? Não! Recuso-me solenemente de viver assim.
Não condenando este ciclo louco e vicioso, porque sou completamente a favor que as pessoas são livres de criar e defender a sua filosofia de vida, até porque também eu já fui apanhado neste tornado, que arrasta furiosamente multidões para o seu berço, aprisionando-nos e consumindo a esperança lentamente que algum dia a vida mude.
Caros amigos. Somos livres, de alguma forma, de fazermos as nossas opções, por mais escassas que podem parecer, mas como é virtude daqueles que desconfiam sempre dos seus desejos interiores, o “querer” é forte e imponente, e dá-nos a força necessária para sair desses ciclos que nos esvaziam as almas, e que desarmam daqueles que nos querem prender nesse circo (e ciclo) vicioso dos que desperdiçam o tempo persistentemente nos balcões pedindo bebidas alcoólicas, enriquecendo os donos e empobrecendo a sua beleza interior, que, para mim e para mais alguém em especial vem da sua abençoada “leveza do ser”. Eu é que já dormi em cima desses balcões demasiado tempo, e tenho pena não ter acordado mais cedo.
Não sei mesmo viver desta maneira, e agora... agora não sei mesmo viver sem ser à minha maneira.
Arrivederci!

29/04/04


Até ao fim

O fardo que carrego,
Já pesa e faz,
Doer-me a alma
Faz-me incapaz.
E quando penso,
C’ a dor já passou,
É contra-senso.
O vento mudou!
Por vezes pergunto
Porque ela é assim,
A vida é assunto,
Até ter um fim.
Mas que fim é este?
Ninguém sabe bem.
O sentido que deste,
Não tem, não tem.
Mas sinto-me grato,
Pois sinto amor,
Por ela, por tudo,
Depois do torpor.
Dormi no passado
Foi assustador,
Dormia acordado,
Abraça-me, amor.
Tinha a doença,
Que todas a tem
Sentia a sentença,
Mas agora estou bem.
E agora aproveito,
Que a alma é capaz,
De não ser perfeito,
Mas viver em paz.
E se algum dia,
Alguém m’ a tirar,
(Que feia heresia)
Até pode tentar.
Vir contra mim,
Teimoso rochedo,
Pôr-me um fim,
Não tenho medo.
Só a Morte sorrirá,
Para mim um dia,
Mas mesmo até lá,
Vivo com alegria.
Tem paciência,
Sou mesmo assim,
Quero viver até ao fim...

17/04/04

Quem quer ser artista

Um artista é um solitário. Não numa solidão perpétua mas numa solidão em que escolhe recolher-se para o seu mundo, e expelir de si nas diversas formas artísticas, todo o espelho reluzente da sua alma.
Na minha magríssima opinião, pois não sou um artista de profissão porque a vida não me proporciona, apenas me vai proporcionando brincar artisticamente, a sua vida não é a que podemos chamar de vida normal. Mas o que é normal hoje em dia? Se querem saber, pouco me importa não ser uma dita pessoa normal porque, pura e simplesmente, recuso-me a viver como os outros vivem e desperdiçar o meu precioso tempo a enfadar-me com superficialidade. É que um chamado atelier não pode ser um local de divertimento perfumado com o fumo do tabaco, em que as pessoas dançam freneticamente e se rendem à loucura ao som da música que nos ferem os ouvidos pelo seu volume ser excessivamente elevado, onde as pessoas se afogam em bebidas que roubam a tão preciosa lucidez e que atravessam a ponte, passando alcoólicas e desorientadas para a margem do mundo irreal. Não. Decididamente, não. Sou sincero quando vos digo que tudo estes locais e fugidas à vida real, são necessárias como a satisfação de uma necessidade interior de nos divertirmos e libertar toxinas. Informaticamente falando, eu costumo dizer que somos “Recicle bins”, que acumulamos durante os nossos dias tanta lixeira desnecessária, e que germinamos dentro de nós a necessidade de nos divertirmos. Digo isto para não parecer presunçoso ao ponto de acharem que sou diferente, logo sou melhor. Quanto mais me misturar na multidão e passar por despercebido, mas confortável me sinto.
Falando dos nossos locais artísticos, e partindo do princípio que todos concebemos arte de diversas formas, são os sítios mais envolventes e acolhedores que nos transportam para outras realidades. Mas este percurso é mais pedregoso do que daquele em que caminhos para os loucos sítios que vos falei há pouco dos quais as beatas da igreja chamam de antros de pecado. E tudo começa por darmos um pequeno, mas ao mesmo tempo titânico passo: o querermos se artistas. Para mim ser artista está ao nosso alcance. Está mesmo sentado ao nosso lado. Dando um exemplo para ser compreendido, pois há artistas que se queixam de serem incompreendidos, imaginem sentados num sofá, e em cima de uma mesa está uma caneta e um bloco de folhas, mas mais ao lado há um telecomando sorrindo disfarçadamente para nós. O que escolhem? A caneta e o bloco de folhas onde se pode escrever uma singela e horrível frase como “hoje o dia foi bom” e daqui iniciarmos a nossa vida artística, ou rendermo-nos ao percurso mais fácil, ligando o televisor e admirarmos o que os outros fizeram? Há quem pense que escrever ou falar é fácil, e eu concordo, mas nós, seres humanos munidos de um orgulho que faz por vezes não evoluirmos, temos de descobrir por nós próprios e fazermos as nossas opções.
Tenho um amigo meu de longa data, que atrevo-me a meter as mãos no lume e dizer que é mais um irmão do que um simples amigo, que quer ser escritor mas acaba por não escrever, dedicando mais o seu precioso e valioso tempo ao ócio, pela simples razão de, mesmo antes de escrever, já parte do pressuposto que aquilo que vai conceber é excremento. Nada daquilo que criamos é excremento. Incomoda-me muito mais ouvir palavras caluniosas e injuriosas daqueles que nada fazem, logo, maldizem, do que admirar uma obra que é horrivelmente feia, torna-se bela porque saiu das mãos de alguém pelas diversas razões da sua alma. E é tudo uma questão de coragem saber ouvir as críticas de terceiras pessoas conhecidas ou não, e aceitar aquelas que nós achamos serem as chamadas críticas construtivas. Há quem confunde imensa a palavra “crítica” e interpreta-a como dizer mal. Até uma crítica chamada construtiva pode ser uma opinião desgostosa das nossas “obras”. Criticar é opinar sobre o nosso gosto ou desgosto em relação à obra que nos apresentam. Simplesmente dar a opinião, e não sobre a qualidade, que para mim, é tão próximo do cúmulo da relatividade como é absoluto eu estar a trabalhar e a escrever às escondidas. Mas isso é outra história...
Quereis ser artista sem precisar ser iluminado e ofuscado pelas luzes da ribalta? Está mesmo ao alcance de todos nós. E respeitemos os mais diversos tipos de artistas, porque “louco é aquele que não compreende a loucura dos outros”, e o que eles nos oferecem independentemente de gostarmos ou não, foi trabalho de quem abdicou da dita vida normal, e se dedicou às suas obras para maravilharem o mundo aos nossos olhos.
Mãos à obra!

29/04/04

quarta-feira, abril 28, 2004

O bom Criador

Se o apetite de o fazer é voraz.
Porque não? Já sei: o medo.
Esquece. faz!
Se é obra nobre e que nos abençoa
Coragem. Faz!
O ‘fazer’ é obra boa.

Começa sempre devagar com um grão,
De areia, fino. É pequeno,
Mas não é vão.
Estrela é também um grão do Universo
Quem quer ser Sol,
Não é pelo progresso.

Quem cria, do divino recebeu dom;
Estima bem. Agora sabes,
Então cria.
Abençoado sejas se fores homem bom,
Esquece o mundo. Liberta,
A luz do dia.

Essa luz que irradia de ti mesmo,
Também se extingue. Não o negues,
Mas tem calma.
Vem de ti acarinhá-la. Só escureces,
Se aceitares a escuridão.
O dom acalma.

Preserva-o bem então, por assim dizer,
Essa chama; esse fogo,
Que arde em ti.
Respira o salubre ar que faz de ti crescer,
Poder amar, poder viver,
Só por si.

Da vida complicada, simplifica,
Já basta o mundo. Se escreves,
Sê escritor.
Se arquitectas e tens jeito, edifica,
Se cantas e encantas,
Sê cantor.

E esquece os ‘ses’, que só incertezas dão.
Deixar tudo para amanhã,
Já não interessa.
E se incertezas te invadem o coração,
É o vazio. É escuridão.
A vontade cessa.

Inunda o mundo com as tuas maravilhas,
Irradia luz. Com ela,
O mundo guias.
Mas se a gente vem de apupos enfadados,
Cria mais, pois ficarão
Maravilhados.

E não esperes que a multidão te enalteça,
Isso é vão para quem,
O dom detem.
Na guilhotina querem ver tua cabeça.
Não entendas a Natureza,
Nossa mãe.

Quem mal diz, fala muito mas pouco faz,
É assim o povo. Condenam sempre,
O Criador.
Nada fazem, entediados (coisas más!)
Faz tu muito, bendito sejas.
Faz com amor.

17/04/04

E as trevas cobriram-me........

Quero dizer ao meu companheiro que tem partilhado generosamente neste recôndito espaço de palavras onde livre se pode ser, que estarei pacientemente à espera do seu regresso. Também eu sinto, mon ami, que às vezes é necessário de estarmos sós numa introspectiva recolha, afastados momentâneamente deste mundo louco. Mas regressa em breve e não fiques durante muito tempo absorto em pensamentos. Chega-te mais perto daqueles que tu mais amas. Estar com eles é um milagroso remédio.


E as trevas cobriram-me....................
A negra cortina caíu e cobriu a luz que me iluminava. Vejo o eclipse do Sol dentro de mim, sentido um silêncio constrangedor e perturbador em meu redor, deixando quieto num canto à espera que seja passageiro.
A alma tem por vezes destas coisas. Tanto nos sentimos iluminados como cobertos pelas trevas que desconhecemos a sua origem. Ou até sabemos e tentamo-nos enganar a nós próprios?
Disse a alguém um dia que quando nos sentimos assim é porque sabemos bem no fundo a origem deste lúgubre aspecto do nosso "ser". Não reconhecemos às vezes é que, mesmo com a rochosa certeza das nossas afirmações, poderemos estar redondamente enganados. Era imprevísivel chegar ao ponto de pensar que as minhas palavras poderiam mais tarde atraiçoarem-me, apunhalando-me agora pelas costas e deixando-me no chão atordoado. Pois é, meu amor. Aquilo que tu sentias naquela noite de intensa e misteriosa bruma, abate-se agora sobre mim, esperando agora que alguma luz afugente este denso lençol que nos impede de vermos para lá dele.
Ainda ontem olhei para alguns da minha estirpe e apenas vi planícies na vida deles, olhando para mim mesmo apenas vendo montanhas e pedregosos percursos que me ferem as pernas. Como eu gostava agora de me deitar e descansar um pouco numa refrescante e verde planície. Cansado ando de querer escalar e descer montanhas com sinuosos e pedregosos caminhos, dos quais me fazem tropeçar e tombar e levantar, tropeçando novamente e tombando outra vez de seguida.
Ó ser inquieto que vive em constante altos e baixos! Que não sossega um pouco como o pássaro que queima a asa pelos raios quentes do Sol, e que não arranja poiso para tratar da ferida e esperar que ela sare, esperando que seja possível voar novamente em busca do seu alimento. Esperar é realmente uma tortura para quem quer continuar a voar alto, mas que para isso, precisa de saber que há que esperar e vêr primeiro se a dor desapareceu, que o sofrimento é maior e o tombo maior ainda tentar voar o mais alto que se deseja, sem ter a percepção que no seu poiso deveria invocar os zéfiros calmos e primaveris que nos invadem o corpo como doce e envolvente calma, e que abrigar-se de uma tempestade é mais sensato do que enfrentá-la por ser uma absoluta impossibilidade....
Sinto ser esse pássaro inquieto.
Mas eis que dou ouvidos a um cântico reconfortante que chega da floresta pelo vento e que me aconselha a ser paciente e esperar até que a bonanza chegue, e depois sim. Depois da ferida sarada e com o céu azul já pouco manchado e trajado com os celestes vestidos de vivo azul, «voa agora, pássaro inquieto. E aprende uma verdade que te será útil para os teus vôos incansáveis e constantes: que saber esperar é ser sábio, e que tentar enfrentar uma força incontrolável com uma vã coragem, é cair e tombar no mar da ignorância. E lembra-te de ouvir aqueles que te amam e que te querem ver a voar novamente, pois saber às vezes dar a eles ouvidos, também é uma nobre manifestação dos que não querem cair a pique desastrosamente nesse negro mar cheio de ignorantes que se afogam no seu próprio e estúpido orgulho.

E as trevas assim se dissipam........................................

terça-feira, abril 27, 2004

O meu Livro de Memórias

O meu Livro de Memórias é uma relíquia. O meu querubim. É o espaço onde eu posso brincar com as palavras e escrever para mim mesmo, sem regras, sem propósitos definidos e sem o intuito de transformar o meu livro em alguma obra-prima. É simplesmente um amigo que tenho, e tem a particularidade de ser escrito com o meu próprio punho. Já basta servir-me de um teclado para escrever as minhas mais pessoais palavras, honrando-as desta maneira e enaltecendo-as com a minha própria caligrafia, tornando-se assim mais único.
Cada vez que o folheio ou imprimo todos os meus pensamentos instantâneos, há sempre um pensamento que assalta a minha mente que é “em que mãos ficará este livro depois de eu deixar de existir?”
Que mistério tão contemplativo!
Reconheço que é um pouco lúgubre e contradiz um pouco com a cor que imputo neste livro, mas é este e muitos mais pensamentos que detenho em relação ao meu livro. É como se fosse a um museu e estar a observar um pertence de algum nobre rei que viveu há muitos anos atrás, e que ele próprio teve no seu tempo este tipo de pensamentos. Os antigos pertences são misteriosos no sentido de serem também eles contemplados. Quem é que nunca pegou em fotografias a preto e branco e não se pôs a contemplá-las como o fazemos quando olhamos para o azul celeste que tanto me intriga na sua maior existência? Quem é que nunca pegou num pertence de um nosso antepassado familiar e disse “Isto pertencia ao meu tetra avô.” Nada se diz depois destas palavras serem proferidos a não ser uma exclamação que revela o espanto. Imaginem qual será a sensação que, daqui a muitos anos – assim eu espero - a pessoa que será dona deste pequeno Livro de Memórias sentirá quando o folhear. Se espíritos existirem, quererei estar presente neste momento para poder sorrir e verter lágrimas de uma saudade calorosa de sentir vivo. E espero sentir o perfume dos livros com as suas folhas amareladas e acidentadas com a erosão do impiedoso tempo. Afinal ‘eu’ estou naquele livro. É nele que me revelo no meu estado mais puro, pois até a própria caligrafia revela-nos sempre mais uma pequena característica de nós próprios. Talvez por isso eu sinta que este pequeno fugitivo, pois já aconteceu ter andado desenfreadamente à sua procura, é a minha obra-prima mais intima. Defendo a ideia de que tudo aquilo que fazemos enquanto vivos, contribui para a obra que deixamos nesta estranha vida. Virão os tempos que falarão daqueles que hoje fazem e amanhã serão, ou não, recordados para toda a eternidade. Talvez por isso seja um eterno apaixonado da História.
Por que será que tememos tanto a Morte e temos medo de viver? É que só se vive mesmo uma única vez, e carpe diem quero eu que seja um dos meus principais lemas, assim como aqueles que têm como divisa “Querer é Poder”, que é tão imponente quanto o sentimos realmente. Acredito que até esta que ceifa tantas almas num curto espaço de tempo, possa até vir a ser...boa... ninguém sabe e recuso-me indelicadamente de ouvir descrições patéticas daqueles que dizem que estiveram já na ‘outra vida’, mas que milagrosamente voltaram. Sou bastante céptico dessas descrições fraudulentas. Só poderei concordar com elas quando deixar eu próprio de respirar.
O encanto deste Livro de Memórias, é a sensação que nos provoca como se de um perfume se tratasse. Acontece-me por muitas vezes retroceder no tempo quando passo por alturas do ano nas suas definidas Quatro Estações. Se é Primavera sinto outra vez as mesmas sensações que guardei para sempre, quando pequeno eu era, e que vi os primeiros rebentos primaveris, depois de me sentir doente ainda na estação invernal. Nunca, mas nunca mais irei esquecer-me da sensação que nos faz transbordar de um prazer único, de ter visto nas frondosas que se tornaram aquelas árvores no jardim onde foi palco a minha infância; aquele azul vivo e etéreo do qual o céu se vestia com a generosidade do Sol. Nem uma nuvem manchava o seu traje. Esses perfumes podem ser tão facilmente guardados na nossa própria memória ou em palavras. São formas diversas que estão ao nosso alcance mas que por vezes, pelo aperto funesto da preguiça, justificamos aquilo que não fazemos mas que gostávamos muito de fazer se houvesse tempo.
São com este tipo de ‘brinquedos’ e pertences que tento colorir os meus dias, que tento não ficarem iguais ao ponto de serem facilmente confundidos. É sintoma da nossa monotonia, da qual me fez sentir noutros tempos uma consumidora exaustão, que me fez viver de maneira a que me arrastasse e perdesse a vontade de me levantar, pois a razão de o fazer estava tão ocultado de mim, que quase me resignei a ser assim para todo o sempre. Assim não me arrasto. Assim me vou divertindo, brincando e colorindo um mundo que praticamente exige que nós sejamos exactamente o contrário da cor, que guilhotinam-nos todos os desejos de sorrir livremente nos infindáveis e diversificados locais de labor. Sofro com isso mas divirto-me ao mesmo tempo, porque todo este colorido é colocado sempre às escondidas desses olhos que repreendem e que nos tentam descolorar o mais que podem. Corro o risco de caminhar para a guilhotina, de ser apanhado e chicoteado psicologicamente pelos...incolores, esses que de vez em quando precisam de serem inundados com uma colorida enxurrada, que precisam de luz, de serem iluminados e ofuscados com a luz das pessoas que a detêm e delas emanam de forma abençoada.
Enfim...são este tipo de devaneios que se podem ler no meu Livro de Memórias...

segunda-feira, abril 26, 2004

Hibernar

Vou hibernar… não num sentido literal, nem tão pouco temporal... pelo menos espero.
É que isto dos blog’s tem muito que se lhe diga e quando damos conta já publicámos palavras que não representam um fim, uma forma, mas antes uma indefinição, um meio de chegar a algo... conclusões, definições... rumo.
Neste momento preciso de parar, pensar... muito. Existem passos que não são passiveis de retroceder. Exitem circunstâncias que nos fazem sentir bem... quase reis, mas nunca nos pudemos deixar de questionar sobre quem somos.
E eu questiono-me: Eu serei assim? Posso dar este passo... mas a que custo? É que a proxima linha a ser escrita não poderá ser apagada, suprimida... esquecida. Redefinimo-nos a cada nova etapa, por isso questiono-me... serei assim?
Mas como um grande amigo me diz, “se não fosse complicado, não serias tu”... eheh!
Só tenho de parar e pensar, afinal a vida não é tão simples como gostariamos que fosse, mas também não é tão complicada como a fazemos.
É só parar e pensar... e não escrever ou expor os “entretantos”... algo que já comecei mal.... ADIEU... e inté breve!!!
Conto com o Edmond para manter activo este Blog de qualidade MUITO duvidosa...

Storm...

Put it on
Your mask of Power.
Do you feel it getting warm
It's just a Reminder.
You pathetic litle desk worm
of your ow mortality.
In MY mind I Am
Eternal.
So continue to sell
out your soul, unable to feel.

soundstorm

Sonhos...

Se eu pudesse não ter o ser que tenho
Seria feliz aqui...
Que grande sonho
Ser quem não sabe quem é e sorri!

Mas eu sou estranho
Se em sonho me vi
Tal qual no tamanho
O que nunca vi...


(Fernando Pessoa)

O querer não é o Ser...

sexta-feira, abril 23, 2004

Black then white are all I see in my infancy.
red and yellow then came to be, reaching out to me.
lets me see.
As below, so above and beyond, I imagine
drawn beyond the lines of reason.


I desire to embrace my insanity



A Red Eye Sky


Their World was BLACK & WHITE
And Yet WE were ScaRed...

quinta-feira, abril 22, 2004

Bibi quer enfrentar os restantes arguidos do processo Casa Pia.
Acho bem, depois de anos a aparecer por trás, já é hora de um "cara à cara"

Dias de tempestade

Dias de tempestade

Com o cântico alegre dos passos silvando ainda nos ouvidos da minha memória, andava eu desprendido. Conjugava quase todos os verbos que nos fazem sentir vivos, modificando as janelas das nossas almas, os olhos.
De súbito, o cântico cessou.
É de suspeitar logo quando os cânticos e rugidos da fauna cessam de um momento para outro. O seu silêncio pressagia sempre uma tempestade, seja ela de que maneira for.
Tento olhar bem para lá do horizonte, tentando descortinar os ramos da minha frente para alargar a minha visão periférica, e saber porque os animais se calaram gradualmente. Todos se recolheram às suas tocas e esconderijos, correndo desalmadamente e desinteressados da busca dos seus alimentos, onde as aves à necessidade de encontrarem um seguro abrigo, cancelam os voos que tinham programado durante o dia. Todos se alarmavam da tempestade que se avizinhava, e era anunciada pelo primeiro ribombar do trovão, onde o céu andrajosamente vestido com cores enegrecidas pelo cinzento carregado, estava pronto para descarregar sobre a Terra a sua ira.
O primeiro gotejar sente-se na pele e pelo roçar das pesadas gotas na copa das árvores caindo primeiro uma, e depois outra e outras seguindo-se.
Despreocupados com os primeiros silvos dos ventos irados e habituados a dias de sol e generoso céu azul, nem me apercebi do vendaval. Deixei-me ficar absorto nas minhas cogitações, em que tentamos arquitectar os nossos pensamentos e ordená-los prioritariamente, completamente abstraídos do mundo que nos rodeia. Tinha perdido o meu sentido vigilante e quando acordei do meu sono desperto, já era tarde demais para me abrigar da primeira investida do temporal.
Quando se desaba sobre nós uma tempestade de ventos irados, nuvens enegrecidas, com o complemento da copiosa chuva, o primeiro instinto que se tem é procurar um abrigo capaz de resistir a esta força natural; a esta descarga de várias energias que nos fazem curvar perante a sua força e indignação, e nesse precioso abrigo, fazer o que nos dias de hoje é tão difícil para qualquer comum mortal e que considero que seja das mais ricas virtudes que um ser humano pode ter e usar para seu próprio benefício: esperar. Pura e simplesmente esperar que a tempestade que, sendo mais forte que nós, somos átomos vulneráveis comparados com a sua descomunal força, e seríamos levados no seu embalo, se de tal precioso abrigo não procurássemos, e não tivéssemos a sabedoria suficiente que, a única coisa a fazer é esperar que a tempestade passe, e ter esperança que ela não nos faça derrubar o nosso abrigo, que por mais que seja resistente, é vulnerável para as mãos titânicas de uma força capaz de derrubar que à sua frente se colocar. Idiota é aquele que acha que consegue manipular a natureza para seu benefício. Usufruir dela, sim. Manipula-la, nunca. É negligente pensarmos que somos capazes de enfrentar sozinhos, sem recursos para o fazer, os dias tempestivos sem nos abrigarmos do seu fustigo e indignação. É impensável.
Metaforicamente falando, tudo isto não foge muito à realidade das nossas vidas. Com a alma enegrecida pelas nuvens que carregam todas as nossas preocupações, que fazem branquear a nossa juba, pois pensamos às vezes que somos os reis da selva, com o silvar dos ventos, das quais se ouvem palavras caluniosas sobre a nossa pessoa, manchando os nossos nomes, em que ouvimos constantemente as injúrias, julgamentos, difamações e outros ventos que semeiam dias mais tempestuosos, é mister dizer que, quem se abriga no seu refúgio, sabe esperar que o temporal passe, tendo a esperança como principal companheira e fiel ao nosso querer, tem mais possibilidades de sobreviver a este tumulto do que aqueles que, heroicamente, mas ao mesmo tempo estupidos e preguiçosos ao uso de seus intelectos, tentam caminhar contra a força da ventania, guerreando com os ventos, a chuva, as enxurradas, as ruas alagadas que desfilam em rios e riachos pelo solo enlameado. É como socar o ar que respiramos. É inútil debatermo-nos.
É claro que enquanto esperamos que o temporal passe, pois cada vez mais nos agarramos à ideia que o mundo conspira contra nós, reflectimos mais calmamente sobre tudo o que se passou, e se formos humildes, concluímos que tinha sido uma idiotice sair desse precioso abrigo para chegar mais depressa aos destinos de cada um de nós. Por vezes aquele que espera, chega mais depressa ao seu destino do que o mais apressado. E depois do temporal, saímos e avaliamos os estragos causados pela ira sobre humana, que é indubitavelmente falando, impossível de ser travada.

Estes dias de tempestade que se desabaram sobre mim, e que, não conseguindo conter a minha vontade de continuar o meu caminho porque o fardo era pesado e impacientava todos os meus sentidos, e não tendo sido sábio e inteligente o suficiente para esperar que tudo passasse, pensando que não pode chover sempre, foi o suficiente para ficar atordoado e estremecido como uma lebre que foge do seu predador. Sentia-me arrogante e destemido, não temendo nada nem ninguém, e essa arrogância e falta de humildade levou com que fosse derrubado por todos os recursos de dias mais agrestes e cinzentos, não tendo a capacidade de ampará-los e aguardar no tal precioso abrigo.
Reflectindo no sucedido passado, pois já consigo descortinar os primeiros raios do sol sentindo a alma a tiritar, concluo que sábio é aquele que sabe esperar e tem esperança que dias de sol cheguem para irradiar mais os seus ...e tudo isto é um ciclo que gira sobre nós...........................

EFB – 22/04/04

quarta-feira, abril 21, 2004

Como já dizia o meu primeiro "verdadeiro" post:

Does it inspire?A lesson to be applied,
come to terms and live in the present tense.

Um novo mesmo

O dia despertou, uma névoa densa e rasteira a ensombra-lo. O sol da manhã tinha sido roubado, algo privava a alegria de despertar, mas não, era apenas a tristeza nostalgica da noite que se elevava aos ceús para se diluir.
O dia está cinzento, mas eu apenas afago as gotas de chuva que batem contra o rosto e inspiro o cheiro a terra molhada.
Hoje sinto-me bem, satisfeito, repleto. Arrebatador. Sinto-me edificado no meu castelo e nada será capaz de o desmoronar. Não hoje.
Não é de agora este estado, mas nesta desordem matinal liberto-me da escravidão dos dias, sinto o tédio esbater-se. Não é d’hoje, mas mais hoje.
Normalmente sobrevivemos, mas hoje não pretendo o Sobre, quero elever-me na minha loucura, hoje apenas pretendo o Vivemos. Não é d’hoje, mas mais hoje.
Sinto-me capaz de pintar sonhos a florescerem rebeldes, soltos, livres, meus.
Respirar o ar.
Ver a luz.
Sentir a energia.
Viver o momento.
O amparo da minha loucura. Mas no fundo somos todos loucos, melancólicos ou energéticos, mas loucos por viver.
Porquê? Sempre as questões, os porquês. Não aceitamos apenas existir... existe, sinto. Porque sim, não por ninguém, apenas por mim. Essa é a chave, o resto é a vida... minha.

Pontapés e biqueiradas…

Algumas frases do passado…

“ele (o Major) tem outros negócios na área da arbitragem” – Pimenta Machado, 13 de Novembro (olha que outro...)

“Ele que não se meta nem comigo, nem com o Boavista. Não são os Couceiros e os Pimentas que nos vão travar.” – João Loureiro, 10 de Fevereiro (vocês sabem quem eu sou? Eu sou o ex-vovalista dos......)

“o futebol não é um mundo de branqueamento de dinheiro, é uma actividade séria, tão séria como as demais actividades” – Valentim Loureiro, 13 de Fevereiro

“Se alguém tiver provas que as apresente” – Valentim Loureiro, 13 de Fevereiro

Ora, um pedido do Major é uma ordem....



terça-feira, abril 20, 2004

Reflexos II

O que será isto senão o meu próprio Reflexo?
Quem sou Eu para julgar ou criticar?



Apenas sentir vida... vivo.
Respirar... ver... sentir... pensar... viver!

Tormenta da minha perplexidade

Tanto de meu estado me acho incerto,
Que, em vivo ardor, tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.

É tudo quanto sinto um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio;
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando;
Num'hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar um'hora.

Se me pergunta alguém, porque assi ando,
Respondo que não sei; porém suspeito,
....
(Camões)

A última linha omito, porque com essa não me identifico.

O tempo da escravatura

Lembram-se daqueles filmes sobre o Egipto ou sobre o império romano, em que nos dão uma amostra próxima da realidade do que era a escravatura no seu estado mais puro, onde os tresloucados imperadores, reis e rainhas ordenaram que fossem edificados gigantescos monumentos em honra de Deuses que nem sequer existiam, e que nunca sujaram suas reais mãos de palha e lama, para fazer os compostos desses monumentos? Que crueldade humana!
Por detrás da escravatura existia a loucura real, onde os reis e imperadores e todos os senhores nobres apenas de títulos herdados, davam-se ao luxo de materializar todos os desejos visionários, independentemente do sofrimento infligido a um povo, raça, tribo e por inteiro. Era o genocídio muscular, em que os nobres idealizam e os pobres materializam.
Pão e água eram os escassos e suficientes alimentos que os escravos tinham à sua disposição a custo elevado, pois não existiam supermercados naqueles tempos, e salário mínimo era tão desconhecido como ironicamente, e felizmente, a escravatura também o é. Assim parece, pois não partilho desta opinião.
Os tempos são outros, verdade seja dita. A evolução que existiu desde esses tempos desequilibrados até aos nossos dias apenas conturbados com as dificuldades que passamos, foi, à vista da gente que trabalha e suja as mãos, calejando-as na sua rotina laboriosa, uma metamorfose completa.
Pois para mim, não é tanto assim.
Sinto-me afortunado por ter o meu trabalho, do qual advém o meu sustento, a realização material, a manutenção da minha saúde e da minha realização interior, de ser útil à sociedade e não um vírus que a infecta. Graças à minha persistência de o poder ter e à sorte conspirada pelo mundo que a todos nos toca, mas que às vezes nos queixamos por sentirmos a falta de ser tocada por ela, consegui chegar até onde estou. Não é um trono, mas dá para me sentir rei no meu pequeno mas grandioso reinado. Não dá para comprar o título de Conde, mas dá para viver à minha maneira peculiar no meu condado. Não dá para adquirir o veículo mais rápido que existe para me deslocar para o meu local onde bulo, mas dá bem para ter acesso ao título que me autoriza deslocar em quase todos os transportes que estão dispostos a nós cidadãos. Queixosos como sempre, havendo mesmo a necessidade de nos queixarmos sobre aquilo que achamos motivo de queixa e lamentação, vai dando para viver realmente, mas a velha história de que “uns têm tanto e os outros têm tão pouco, vai para todo o sempre existir, e debato-me com quem disser o contrário, porque esta injustiça como muitas outras, será imortalizada no mundo por haver o desejo que esta verdade absoluta se dissipe.
O tempo da escravatura não acabou, meus caros cidadãos. Existe a ideia de que somos livres, que não somos escravos de ninguém mas, hierarquicamente, somos escravos, e nascemos no berço da servidão com o único propósito na vida: servir e sobreviver.
Felizardo é aquele que não partilha da mesma opinião que eu, por viver em ilusões e fantasiando nos tempos em que a fantasia mentalmente nos visita É realmente a melhor maneira de sobreviver nesta Roma Moderna, neste novo Egipto, nestes campos que, não sendo de algodão o principal cultivo, somos chicoteados mentalmente, ameaçando-nos persistentemente e por vezes, maquiavelicamente utilizando o engenho e artimanha para nos colocarem no olho da rua. O que advém do “ir para o olho da rua”? Eu acho que nem preciso de mencionar o que nos acontece, mas é fácil escrutinar a imagem de que o nosso pequeno reino se desmorono como um simples castelo de cartas, em que os alicerces são frágeis e cedem à tempestade de ser miserável.
É nosso propósito, e para quem não pretende viver com uma filosofia de “nunca mais chega o fim-de-semana” ou um desesperante “nunca mais chega o final do mês”, para lutar pelos direitos de quem trabalha e tem direito a um pequeno reinado, porque o mundo não de uns, mas sim de todos. Quem nasce tem automaticamente o direito de ter direitos e lutar por eles. Falar é fácil, escrever ainda mais. Fazer é uma distância longo para quem se abriga nesta filosofia de vida. Todos são livres de escolherem uma que lhes proporcione o bem-estar e a felicidade. Dê-mos pelo menos liberdade de escolha. Mas que a escravatura ainda existe, que ainda se ouve o silvar do chicote, e que a luta é árdua e perpétua para que esta desumana vida se dissipe como o nevoeiro matinal, mas que no dia seguinte volta a pairar sobre nós, isso não duvidem vós. Ainda há muito, mas mesmo muito para fazer com que a escravatura acabe....

segunda-feira, abril 19, 2004

Tá mesmo a custar

Esta segunda-feira está a ser dura de passar.
Ainda não regenerei as células da concentração... ai ai, o fim-de-semana foi uma longa jornada... bem puxadinha.

Ao menos há Massive Attack e Craig Armstrong no PC... Long Live MP3!!!

Reflexos


Entrei na sala, como sempre fizera, mas hoje diferente. Parei, olhei, lá estavas tu imóvel, senti frio. Fitado por um olhar penetrante, que apenas reage aos meus movimentos.
Sentei-me
Sentaste-te.
Olhos castanhos escuros, escuros e perspicazes. Sinto-me observado, analisado, sei que já viste, já sabes. Posso enganar qualquer pessoa, não importa qual, mas não a ti, nunca consegui, já nem tento. Tudo em mim fica à flor da pele, os meus mais profundos segredos tornam-se superficiais.
Estou em agonia e digo que sou feliz, sinto-me apaixonado e faço-me apático. Mas perante os teus olhos não posso, não consigo. Nesse olhar revejo o meu brilho e a minha sombra... nos olhos castanhos.
Hoje não, não me quero mostrar. Apago a luz, já não me vejo. Não quero sentir-te imergir, hoje quero esconder este segredo com um doce sabor a fel.
Ignoro.
Como sempre fizera, mas hoje diferente, apenas.

sexta-feira, abril 16, 2004

The woman of the future

“ó xô agente...”

Hoje ao falar com um amigo ouvi uma estória que realmente do além... uma tipica “Portugal no seu melhor”.
Ele estava a contar-me que recentemente foi assaltado por dois mitras no metro. Estes aproximaram-se muito calmamente, metem conversa a perguntar as horas e antes que o meu amigo pudesse fazer alguma coisa já uma faquita aconchegava o seu sovaco incauto, como quem diz “vou-te aparar a penugem” ou então “passa pra cá essa merda, mano...”. Em menos de nada o relógio, o blusão e a carteira ganharam vida própria e voaram para as ganfias destes dois amigos do alheio. Conforme os dois mitras desatam a correr, o meu amigo conta-me “vejo os gajos a correr e começo a correr atrás deles” e nisto ele passa por um bófia, um sr. Agente da PSP....
“olhe não viu passar por aqui dois tipos a correr com um blusão debaixo do braço... é que eu acabei de ser assaltado”...
“ó meu amigo, agora não... tou na hora de almoço”...
“ah???!!!???”...

O que eu me questiono é: então e os mitras estavam a trabalhar durante a hora de almoço? Todos sabemos que no última concertação social entre a CGTP e o Patronato Mitra foram consignados os direitos ao subsídio de risco e a definição dos horários de expediente. Meus amigos isto é uma vergonha... Carvalho da Silva a tua intermediação impõe-se!

Pensamento do Dia...

Os trabalhadores mais incapazes são sistematicamente promovidos para o lugar onde possam causar menos danos: a chefia.

(Scott Adams )

fAmA...

O meu objectivo é desenvolver/criar uma ideia/ teoria original... algo que revolucione as teorias de dinâmica económica... a dinâmica de clusters na economia... ou mesmo tornar-me alguém de verdadeiro relevo mediático... Algo que me torne famoso...

À partida estou condenado ao fracasso, é que se tenho mesmo de “desenvolver”, se tenho de ser eu mesmo, então quer dizer que das duas uma, ou o meu pai não é já um gajo de sucesso ou eu não tenho cunhas. Logo, devo esquecer Portugal como base de lançamento, já que não preencho os dois únicos requisitos para me tornar um tipo bem sucedido (competência? Dasse, mas que mer#&% é essa?!?).
Ou então posso virar politico? É pá isso não, um gajo só desce até certo ponto...
Portanto, deparo-me já com a primeira barreira... tenho que achar uma base (a cena de não ter qualquer ideia não é relevente...)

PALOP’s é uma hipótese. Mas se vou para lá e tenho sucesso e fico rico sou logo acusado de colonialista explorador e usurpador os recursos locais para benefício próprio... sou linchado.
Em Espanha os gajos não curtem os portugas. E ponto.
Em França ou sou “porteira” ou sou “filho de porteira que bule na estiva”. Se por algum acaso tiver sucesso sou luso-descente e nunca português. Une merde...
Isto na europa é capaz de ser difícil...
Médio Oriente?
Nem pensar. Se tenho êxito, passo a ser um “capitalista judeu que se vendeu aos valores infieis dos EUA”, levo com um suicida. Se digo que até curto árabes, os israelitas prendem-me por financiar e instigar à Intifada... nunca mais vejo o sol!
Avançando no globo.... China! A onda do “para o Estado e do Estado” não é bem a minha. Um par de chinelos e uma bicicleta não são o meu ideal de sucesso.

Mas calma, estou a ver isto de um prisma errado. Nunca serei famoso por uma ideia positiva ou produtiva. Tenho que mudar a abordagem, uma reviravolta de 360º graus (ah!? Então mas isso....).
A verdade está mesmo à minha frente: TVI
Só tenho que degolar o cão da minha namorada com um arranca-agrafos enquanto oiço um cd de “Sound of The Toilet of the Fuking Devil” e sodomizar a avozinha de 89 anos... aquele granda naco!!!
Mas isso requer planeamento....
.... olha que se lixe, vou continuar a preencher a ficha de inscrição para o Grande Irmão 7....

terça-feira, abril 13, 2004

Espero que sejas atroplelado por uma manada de búfalos...

Estou certo muitas pessoas trabalham em prédios com 20 andares e que albergam várias empresas... não sei, para aí mais duas ou três pessoas!!
Pois bem, eu trabalho num desses prédio e o facto de existir partilha de certos espaços comuns, como o hall de entrada ou o elevador pressupõe a existência de certas regras:
- de boa educção em que nós portugueses somos peritos;
- de restrição de ruídos corporais;
- e evitar odores que acompanhem os ruídos corporais;

Mas não é nada disso que me incomoda ou me causa desconforto, nem tão pouco os aviões que trabalham no 8º andar (é curioso que numa empresa de locação de automóveis só trabalhem “gajas boas como ó milho”... mas a malta agradece)... bem onde é que ia... ah, sim no meu desejo que sejas atropelado. O que me lixa a vida é quando chegamos ao hall e nos dirigimos para o elevador e o tipo que lá está dentro fecha a porta na nossa cara... esta merda já me aconteceu... várias vezes. E sempre que isto acontece eu fico a ver onde é que o elevador para... e não é que o magano para sempre sempre no 3º andar. Grandas filhos de meretrizes... vulgo putas... enrabados por cavalos africanos!!!
Mas o 8º andar, bem ,nem digo nada aquilo é... Ah, voltando ao assunto...
Um gajo a aproximar-se da porta do elevador e aquele ser acéfalo tira a mão do bolso, estica o dedinho e carrega no botão do elevador... a porta fecha e lá vai ele, feliz da vida!

Eu tenho uma teoria: os gajos ficam ali no elevador, quietos, sem se moverem, apenas à espera de algum coitado que ponha o pé no hall de entrada e ... zás... toca a fechar as portas. O ponto alto do dia! (quem já viu o filme “Beleza Americana”? A cena do chuveiro... é a mesma coisa, mas em versão elevador) Lá ficam eles com um enorme sorriso a pensar “eh eh, sou terrível... a seguir vou para os semáforos carregar para ficar verde para os peões. AH AH AH (riso sinistro)!!!”
Como o máximo que um gajo pode fazer é ser mais rápido que o acéfalo, entrar no elevador largar a bela da bufinha (Bufinha- composto orgânico que provoca irritação pelas particulas odoríferas emandas silenciosamente) e numa expressão de espanto perguntar “Á vai para cima? Eu vou para a garagem... deixe estar eu apanho o próximo” e calmamente deixar os dois, o acéfalo e a bufa, no elevador. Mas o que eu sonho mesmo é com búfalos, manadas deles... e com o 8º andar!!

E só mais uma coisa: Sim, ó gordo careca, o pessoal da reunião da tarde vai reparar que tu tiveste a beber! Tu TRANSPIRAS alcool... pá o mitra que está a arrumar carros na rotunda cheira melhor que tu... meu, se eu tivesse que ficar preso no elvador contigo preferia que os cabos se partissem logo, seria menos doloroso... e mais uma cena, ó Baco das catacumbas, a única razão pela qual a tua secretária diz que o “xô doutor, um copinho não é nada...” é para não ser despedida...
Ah, já chegamos ao 3º andar...
... Boa tarde!...
... Boa tarde! Eu sigo para o 6º, ou se calhar vou ao 8º... tenho umas duvidas sobre o meu contrato de locação...

Portanto aqui fica o meu desejo do dia... Espero que sejas atroplelado por uma manada de búfalos... e depois coberto por um Caniche.

segunda-feira, abril 12, 2004

Não me interessa...

Não me interessa...

Quem a mim não me interessa,
Não quero eu perder meu tempo
Queres o quê? Uma promessa,
Provocar a ti o desalento?
Maldiz, se tu quiseres
Por recusar o teu tédio
Não me quero contagiar,
Deixares-me é o meu remédio.

Gostar do que não gosto,
Recuso-me eu solenemente
Amar o que não amo
É enganar-me perfeitamente.
Quem os outros engana esquece
Que em primeiríssimo lugar
É a si que se padece
Por estar a querer enganar

Não me fales. Peço-te eu.
Desvia-te, senhor, do meu caminho,
E se preferires o contrário
Ajudas-me! Quero ficar sozinho.
Chama-me solitário. Pode ser,
Por não querer o teu querer
Chama-me louco, mas com ternura
Por não entenderes minha loucura.

Não me interessa. Não quero saber.
Não me ouves: terás surdez?
Não concordo contigo, amigo
Não partilho dessa mesquinhez.
Não mudo a minha ideia.
Sou assim, que queres que eu faça.
Queres tu, por ventura
Que me transforme numa farsa?

(Que estranha ironia esta
Da gente que a si se engana
Querer mudar a minha alma.
Ó que gente tão profana)
Porque queres tu que eu mude?
Se não te apraz ser como tu, senhor.
Repetindo a ti: não me interessa.
Deixa-me em paz, por favor!

Dedicado à gente que não me aceita e que apenas se conseguem aceitar a elas próprias...................

Edmond

Páscoa

O termo Páscoa deriva do aramaico Pasha , que em hebraico se diz pesach , com um significado discutível: pode ser "saltar", originalmente em referência a uma dança ritual; mas também a passagem do sol pelo seu ponto mais alto numa determinada constelação. No livro do Êxodo, o termo refere-se à noite em que Javé matou os primogénitos do Egipto e poupou ("saltou") as casas de Hebreus, cujas ombreiras e dintel das portas estavam pintadas com o sangue do cordeiro pascal. No entanto, para o Judaísmo a Páscoa, sua principal festa, comemora a libertação dos hebreus no Egipto através da passagem do Mar Vermelho, conduzidos por Moisés. Javé terá dito então a Moisés: "Aquele dia será para vós um memorial, e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra ao Senhor. Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma lei perpétua". Todavia, até à libertação do Egipto, a Páscoa dos Hebreus era a festa dos cordeiros novos (com um ano), entre os pastores, e festa do pão novo, ou dos Ázimos, entre os agricultores.
A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus no domingo após o dia 14 de Nisan, data da Páscoa judaica: é pois a memória do sacrifício de Jesus na Cruz, uma nova vítima pascal e da sua vitória sobre a morte pela ressurreição. Simbolicamente, Cristo, apresentado como o cordeiro de Deus, representa a nova Páscoa, e é o pão novo, que ourifica pelo seu sangue. Jesus, que era judeu, concilia assim as duas tradições judaicas do Antigo Testamento na sua pessoa, eixo central do Novo Testamento. Como a Paixão e morte de Jesus coincidiram com a Páscoa judaica, vários costumes e símbolos foram incorporados às tradições cristãs. Por isso S. Paulo, por exemplo, na sua Epístola aos Hebreus, afirma que rituais como a imolação do cordeiro são imagens de algo que afinal se verificou: o cordeiro de Deus, imolado em sacrifício, é o próprio Cristo, crucificado para expiar os pecados dos homens.
Entre os cristãos, a Páscoa é comemorada no primeiro domingo após a lua cheia seguinte ao equinócio de Março (dia 21). É por isso uma data móvel, que pode ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril. É precedida de quarenta dias de Quaresma (Quadragesima ) e da Semana da Paixão.
No Ocidente a Páscoa tem perdido simbolismo, o que fez com que certos costumes da sua liturgia desaparecessem. Na Península Ibérica, por exemplo, ainda subsistem costumes como o "enterro do Judas", hábito que a Igreja condenou e que consiste no "linchamento" simbólico de um boneco representando Judas Iscariotes em sábado de Aleluia. No domingo anterior à Páscoa, celebra-se os ramos, festa alusiva à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ovacionado por uma turba de gente que alguns dias depois o haveria de condenar e ver crucificado. O sacrifício de Cristo na Cruz é recordado na sexta-feira da Paixão.

N*E*R*D*

De volta ao capitulo da música. Agora numa fase pós- Páscoa, pós-Paixão de Cristo (o filme só me deixou com uma coisa em mente... entremeada!), pós-problemas intestinais (quilos de amêndoas... amêndoas com açucar, caramelizadas, torradas). Venho falar de um grupo que me surpreendeu (pela positiva) com um som revolucionário... os N.E.R.D., com o seu segundo album "Fly or Die".



NERD significa No One Ever Really Dies. Os NERD são compostos pelos Neptunes Chad Hugo e Pharrell Williams (que como produtores, os Neptunes, são responsáveis por muitos dos grandes sucessos dos últimos anos), que se juntaram a Shay (vocalista/MC) para criarem algo que puxa à imaginação e com uma sonoridade sofisticada.

Meu querido papel branco...

Há acontecimentos e aborrecimentos nas nossas vidas que, às vezes, nem com aqueles que me são mais queridos eu os procuro para desabafar. Isto porque neste preciso momento de conter toda a minha ira, tenho preferência de esbofetear o vazio, ou seja, em ti, meu querido papel branco.
Tais como aqueles que pintam, tocam e escrevem num furioso desmedido, assim também o farei agora. Não magoa ninguém, apenas te furto a tua candura, em que a tinta te castiga e grava em ti todo o meu tropel de pensamentos.
Não me alongando mais na minha humilde introdução, devo desabafar a ti, ó papel branco, tudo aquilo que me aconteceu. E vou tentar ser imparcial até para mim mesmo, e não tentando com isto teres pena de mim, tentarei ser o mais literalmente possível nestas palavras que em ti cravo.

Na quinta-feira passada adoeci contra a minha vontade. Isto parece ridículo dizer contra a minha vontade mas, pela poeira levantada no deserto em que me encontro, em que as pessoas munidas de uma língua áspera e bífida prontas para o maldizer de terceiros, obriga-me a rotular a minha vontade sobre o meu estado de convalescência. É que já não se pode adoecer assim sem mais nem menos, e aproveitando estes tempos de modificações e renovações das leis laborais, é legítimo dizer que se o governo ouvisse estas línguas bífidas a murmurarem no escuro e nos mais recônditos sítios, isto porque têm medo de se mostrarem e serem inundados com a luz solar, vivendo assim como os roedores citadinos (mais conhecidos por ratos), inventavam uma nova lei que os trabalhadores para ficarem doentes e em convalescência nos seus lares, só lhes era permitido ao domingo, isto porque Sábado é - dizem eles - descanso complementar. Aos dias da semana é que já é um pouco mais difícil, isto porque quem ficar doente, correrá o forte risco de ser alvo de conversas no escuro e de libertar de sim mesmo uma falsa imagem quanto à sua atitude profissional.

Para ti, papelinho em branco , preciso descrever-te e pintar-te com pouca cor esses espécimes que têm por alimento o maldizer dos outros. Normalmente não se alimentam de qualquer ração. Não, não, não! A ração preferida destas criaturinhas roedoras e mimosas, para olhares ingénuos e inocentes, é a vida dos outros. E isto, na minha magríssima opinião, pois ultimamente não tenho comido muita bolacha Oreo, sentem a pura necessidade de saber de vida alheia por serem carentes e desconhecerem desta mesma palavra que tanto mistério nos revela sobre o seu sentido divino: vida! Talvez me esteja a enganar porque toda a gente tem a sua vida, mas nem todos vivem a sua vida e preferem viver a dos outros. São complexos em todo o sentido da palavra da complexidade. Melhor: até a conseguem superar, porque o trabalho de tentar compreender a mente de um roedor é bastante árduo para aquele que se dedica ao seu estudo. Esboçam um sorriso demasiado perfeito. Pergunto-te a ti, papelinho branco: isto não é de desconfiar logo à partida? Mostram-se muito carinhosas, afectuosas, mimosas, virtuosas e tudo que acabe em ‘osas’ mesmo antes de nos conhecerem e sem saberem à partida as nossas vidas. Ah, ah mas vão querer saber. E não é alguma coisa. São uns ‘filos’ , não só da ‘sofia’, mas também de toda a sua vida pessoal. Pobre coitada da sofia que não sabe que o que lhe espera, é a sua reputação tingida pela tinta expelida por essas líguas, esses falsos, esses escravos de maus vícios, sendo um deles esse maldizer que tanto arruinam e mancham a dignidade e postura daquelas pessoas que apenas querem trabalhar porque precisam, nada mais.

Que triste alimento. Sinceramente.
É porque, provavelmente, ainda não descobriram que o arroz de marisco, por exemplo, é melhor alimento do que as conversas no escuro e que pode sair muito mais barato.

Relendo as minhas palavras que deram origem à história que tenho para te contar, papelinho branco, já podes contemplar melhor a tela que acabei de pintar, se bem que não acabei por dar os meus últimos retoques, visto não haver tempo para o fazer, e estar num sítio impróprio para pintores como é o meu local de trabalho. Se me vissem o que eu estou a fazer neste preciso momento, servia de mais ração para eles. Mas mesmo assim arrisco um pouco de andar na corda bamba.

Como eu tinha contado anteriormente, adoeci na passada quinta-feira que me forçou a permanecer em casa, sentindo-me enfraquecido pela febre e pelos vários sintomas que anunciam sobre o nosso corpo uma tempestade da qual é preciso abrigarmo-nos dela. Logicamente teria que avisar as entidades que me são superiores hierarquicamente do sucedido, telefonando de pronto alertando-os que seria necessário permanecer em minha casa porque sentia-me incapaz de bulir em tal estado. Como tal, do outro lado do telefone ouvia-se uma voz de ganso que se afoga aflitivamente que o facto de eu estar doente, não era suficiente para eu permanecer em casa, e afirmando também ele que estava doente mas que estava a trabalhar. Depois de uma afirmação destas, apeteceu-me dizer: “ora abóbora”, como se dizia no antigamente, mas que hoje na língua portuguesa esta expressão foi substituída por um valente: “FODA-SE!”... interior, claro. Fiquei estupefacto com o que tinha ouvido do outro lado, e assaltou-me uma antítese curiosa que não deixa de ter alguma lógica: se eu recebesse uma chamada do ganso em que ele tivesse em casa, em convalescência ou não, a informar-me da sua falta no escritório, eu poderia ir para casa também porque o ganso afogado queria que eu fizesse o mesmo que ele, segundo conversa da minha chamada telefónica. Espero sinceramente que não conte para a minha avaliação de desempenho profissional, a minha recusa a um hipotético pedido desse ganso agoniado de me lançar da ponte 25 de Abril sem pára-quedas.

Como se isto não bastasse, o ganso agoniado, sua gansa e seus gansinhos, lançaram um bocadinho, por aqui e por além, o facto de estar doente era falso, ao qual uma gansinha desproporcional aos bancos do autocarro por necessitar de dois para se sentar (ou três, não sei bem) rematou que a principal razão era porque era o fecho do ano e que eu não estava para isso. Tristes vozes esganiçadas, meu querido amigo papel. Talvez um dia a vida me conceda uma única oportunidade dessas áspides engolirem o próprio veneno. Coragem tenho e vontade não me falta. Não tenho é oportunidade para me limpar dessas injúrias que proferiram sobre mim. Por agora ignoro-as, não me adiantando de nada converter o meu ódio contido em quezílias desagradáveis para ambas as partes. Seria uma falta de sentido de oportunidade estar a germinar dentro do seio do meio onde trabuco, guerrilhas pequenas que condenam a uma continuidade desnecessária. Como o meu paizinho que andou nisto há muitos anos diria “tens que engolir sapos”. Contrariando a filosofia do meu pai diria talvez: “Pai: Sapos engulo por mais que me custe. Agora gansos e gansas, nem pensar. É que não quero mesmo engolir um ganso e sufocar com as suas penas. Tenho muita pena mas os sapos não as têm...”

Que vergonha teria eu de mim próprio se fosse assim...

Para concluir, gostava de te dizer umas últimas palavrinhas, meu papelinho branco, visto teres sido generoso em gravar em ti o reflexo do meu desabafo que, não importando ser importante para o mundo, é precioso para mim, este espaço em branco que te furto, servindo para descarregar não naqueles que eu amo, toda a minha indignação sobre a gente que eu só posso considerar pequena. É como se socasse no vento e descarregasse sobre ele, aquilo em que sou peremptório recusar-me a guardar dentro de mim. É essa a causa da ausência de cor. Como é que eu posso colorir o mundo e o “meu mundo” se consigo absorver apenas a cor cinzenta, desprovida de luminosidade que me entristece e aborrece, e que me atira para o abismo. Nesta pequena história enalteço a mesquinhez no seu formato mais pequeno, mais minúsculo mas que considero um vírus que infecta qualquer um que não se sinta iluminado, e que se propaga como uma praga. O meu antídoto para este vírus é esperar pacientemente que a maré me traga utensílios que me sirvam para construir uma defesa inexpugnável. E sabes o que é mais curioso, meu querido papel branco? É que hoje nem sequer me olhavam nos olhos. Mas eu consegui...sem saber bem porquê.

Adieu, mon papier blanc

By Edmond

quarta-feira, abril 07, 2004

Re-enganar

Ressuscitar...
Regenerar...
Renovar...
Reabrir...
Recomeçar...
Ressurgir...
Relembrar...
Reviver...
Renascer...
... Repetir!

Deve ser da época,
não dos sentidos.
Que dizes?
Que digo?

Que pretendo?
Não procuro...
Medusas...
Harpias...
...Quimera!

Que procuro então, perguntas?
Busco...
Pretendo...
Tento...
Desejo...
Serei...
... Pegasus!
Compreendes? Talvez não, talvez nunca venhas.

Mas por ora...
Não...
Ainda não...
Na devida a altura alcançarás
Compreendes? Talvez não, talvez nunca venhas.

Mas por ora...
Apenas sou...
...BELEROFONTE.
Compreendes? Talvez não, talvez nunca venhas.
Não importa...

Musica... Será?

Hoje, como em grande parte das minhas manhãs, fiz algo que já se tornou uma tradição... consagrada na lei (da empresa) tal qual os touros de Barrancos... fui manjar o 2º pequeno almoço do dia. algo que já não posso viver sem... respirar o ar, sentir o sol na cara, ver pessoas, por breves instantes. Sabe bem e o corpo já reclama!
Tal como muitas vezes faço nestas ocasiões, dei um salto à VC, para comprar uns cd's (eu estou convicto que devo pagar o ordenado a um ou dois bacanos da loja - à pessoal que é drogas, eu cá é mais cd's!), entro na loja e está a tocar um cd com um som porreiro, no estilo New Age/ Alternativo, peço para ouvir uma ou duas faixas e aquilo parece muito "cool". Compro. O Nome do Grupo... não sei, aquilo são apenas uns simbolos estranhos... mas como acontece na maioria de grupos deste estilo, o desing gráfico é suberbo... caga se não sei pronunciar o nome dos gajos e do album...
De volta ao trabalho e "vamos ouvir um sonzinho"... 1ª faixa muito cool, som agressivo, 2ª faixa tb de muito boa qualidade, mas mais calma... chego à 4ª e... ah, o que é esta mer&%... bem deve ser só esta, passa para a próxima... dasse, que badum é este. Começo a ler o livrinho que vem com o cd e diz qualquer coisa como (mas em inglês) "das energias dispersas e da agitação deste caos, um apelo ao nosso interior, à calma, à reflexão" AH??? Mas que mer#%... quando chego à última faixa é indescritível, são 11 minutos com o som de àgua a correr, interrompido ocasionalmente pelo bater de duas peças metálicas ou o cantar de um pássaro... ????????
11 Minutos? Um apelo à calma? Isto deu-me vontade de matar...
Esta é sem duvida a Excepção que confirma a regra... porque já descobri grandes bandas desta forma... poucas vezes me enganei....
MAS 11 minutos de água a correr???
Já estou a imaginar o próximo sucesso deste grupo: "Sons do Aparelho Digestivo", do preparar do alimento à defecação venha viagar connosco ao mundo da introspecção do nosso ser. Até consigo imaginar a última faixa... condenada a ser uma verdadeira epopeia... ONZE minutos de traques... estridentes e poderosos sons do esfincter, subtilmente misturados com o despejar do autoclismo
11 minutos... Não, quer dizer eu deixei de ouvir aos 5m23s... quer dizer, aquilo pode ter mais qualquer coisa aí pelos 7/8 minutos... vou ouvir de novo...

Com a Pascoa mesmo à porta...

"- Pai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é ...... bem . é uma festa religiosa!
- Igual ao Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!
- Sim?
- Explica a esta criança o que é ressurreição para eu poder ler o meu jornal descansado.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido.Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendido?
- Mais ou menos ........ Mamã, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me diga uma coisa destas! Coelho! Jesus Cristo é o Pai do Céu! Nem parece que este menino foi baptizado!Jorge, este menino não pode crescer assim, sem ir à missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele diz uma asneira destas na escola? Deus me perdoe! Amanhã vou matricular este fedelho na catequese!
- Mamã, mas o Pai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Vai estudar isso na catequese. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Fátima?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que na Trindade fica o Espírito Santo?
- Não é o Banco Espírito Santo que fica na Trindade, meu filho. É o Espírito Santo de Deus. É uma coisa muito complicada, nem a mamã entende muito bem, para falar a verdade nem ninguém, nem quem inventou esta asneira a compreende. Mas se perguntar à catecista ela explica muito bem!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- (gritando) Eu sei lá! É uma tradição. É igual ao Pai Natal, só que em vez de presentes, ele traz ovinhos.
- O coelho põe ovos?
- Chega! Deixa-me ir fazer o almoço que eu não aguento mais!
- Pai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era, era melhor, ou então peru.
- Pai, Jesus nasceu no dia 25 de Dezembro, não é? Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na sexta-feira santa.
- Que dia e que mês?
- ??????? Sabes que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
- Um dia depois portanto!
- (gritando) Não, filho - três dias!
- Então morreu na quarta-feira.
- Não! Morreu na sexta-feira santa... ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, miúdo, já me confundis-te! Morreu na sexta-feira e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como!?!? Como!?!?
- Pergunte à tua professora da catequese!
- Pai, então por que amarraram um monte de bonecos de pano na rua?
- É que hoje é sábado de aleluia, e a aldeia vai fingir que vai bater em Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
- Então por que eles não lhe batem no dia certo?
- É, boa pergunta.
- Pai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele tinha no apelido Coelho. Só assim esta coisa do coelho da Páscoa faz sentido, não achas?
- Coitada!
- Coitada de quem?
- Da tua professora da catequese !!!"

Sim, sr. Cherne...

Para a segunda metade do mandato deste Governo, a nova prioridade será a justiça social.
Acho bem, só uma coisa me intriga... a palavra "nova"... pressupõe que anteriormente já existia alguma!!!

Ah!, já sei... devia ser o desemprego. Claro, só pode... daí as mais de 2800 nomeações em dois anos de mandato.

Apenas

Aqui somos visíveis.
Aqui vemo-nos. A nós próprios e aos outros.
Aqui somos.
Para lá do que somos.
Aqui bailam palavras e ouvimos o silêncio.
Aqui podemos ser tudo ou não ser nada.
Adoro as palavras.
Aqui ou onde quer que seja.
Adoro silêncios partilhados.
O silêncio que me rodeia enquanto amorno em palavras.
A sensação de ser ouvido e sentido.
A sensação de não ser invisível.
Nunca os vimos.
Nunca os vamos esquecer.
Imortalidade.
Pés no chão.
Sonho com a terra.
Esta noite, definitivamente não sou do céu.
Do chão menos ainda.
Acordar. Adormecer.
Tenho sono.
Não tenho sono.
Vivo.
Estou vivo.
Quero viver.

terça-feira, abril 06, 2004

Vou fechar a loja... por hoje... com um sorriso!

Estúpido à solta no Google

1. Abram o www.google.pt

2. Procurem "estúpido" nas páginas em português

3. Cliquem no "Sinto-me com sorte"


Belerofonte

Calor...

Sinto algo a fervilhar em mim...
... será o coração a sentir a inquietação da paixão,
... o meu Eu a pulular incessantemente, clamando pela luz da vida,
... será o meu desejo de viver a brotar de mim em opulência,
... um agitar, no anseio da tomada de consciência carnal...
Não... é a porra da água do banho que está a escaldar...
Dasse que estou à assar!!!

Andamos a observar? O que seja que procures, não encontrarás aqui.
Isto agora vai ficar mais colorido. Temos imagens...

Conheces?

segunda-feira, abril 05, 2004

E se...

“E se...” esta é capaz de ser a expressão mais curta e mais terrível que existe, quando pensada e sentida. Sempre que existe um “e se...” é porque falhamos, não agimos de consciência com o queremos, mas sim, fomos levados pelo medo, o medo do julgamento dos outros, o medo da nossa incapacidade de agir, o medo da nossa cobardia.
Existem muitos tipos de “e se...”, quase sempre sem significado, sem importância, mas por vezes, talvez mais do que desejamos ou admitimos, aparecem os “E Se...”, que nos consomem, que nos fazem sentir fracos, pelo simples facto existirem.
A dúvida, a incerteza fazem parte da vida, são uma certeza, a certeza que teremos incerteza. Quase sempre a duvida e a incerteza reside na acção, na escolha da acção a seguir. O problema é quando a duvida surge entre uma acção e uma inacção, entre fazer ou ficar quieto, é aqui que o “e se...” nos consome.

Demasiadas vezes as escolhas que fiz foram induzidas por medo, medo de rejeição, medo de falhar, mas acontece que ao ter medo de falhar, optei por não agir, por não actuar, optei por ser cobarde e por isso falhei. Falhei porque não tive a força suficiente de procurar o que na verdade desejava e tenho a certeza desse falhanço quando penso “e se...”, por se existe, então foi porque não procurei e não lutei pelo meu desejo, o meu objecto. Porque minha escolha na realidade não foi uma escolha, foi antes um deixar passar uma oportunidade de atingir algo, que nem me esforcei por ter... e estava ali ao meu alcance. Será que de alguma forma o teria, o meu objecto? Não sei, porque não tentei e por isso ficará para sempre: “E Se...”

E se... tivesse tido a coragem e a força de fazer o que na verdade mais íntima do meu ser, eu queria. Procurar sem medo. Deste ponto só tenho a ganhar, pois mesmo que falhe, que não conquiste o meu objecto, pior não fiquei, não perdi nada, apenas ganharei o dia seguinte, pois não vai existir a duvida, o “e se...”.

Nesta vida não existem certezas, a não ser a certeza de que se não tentar, se não procurar, então já falhei... já Me falhei. Paradoxal, temos receio, não agimos para não falhar, mas ao não agir falhamos. A questão é que muitas vezes mais do que falharmos interiormente, porque sentimos, não queremos falhar exteriormente, temos medo de que os outros se apercebam dos nossos falhanços. O “e se...” é íntimo, ninguém sabe, apenas sentimos e sentimos de uma forma forte e dura, mas a nossa mascara não cai, o próprio objecto nunca irá saber que foi desejado, mas nunca procurado.

Não quero acordar e pensar “e se...”. Quero crescer, quero procurar os meus objectivos, pois eu sei que ser procurar, se tiver a capacidade de lutar por eles, se agir, em vez de ficar inactivo, então não falharei, pois mesmo que não conquiste, ganharei a convicção de que tentei, de que procurei, de que não tive medo... não fui cobarde... e com isso ganhei... ganhei-me a Mim.

Estou um pouco mais velho...

A cada segundo que passa vou ficando mais velho
... a cada segundo novas oportunidades
… novas oportunidades para cometer novos erros
... a cada segundo novas questões por responder.

Mas é como diz a letra:
In every life we have some trouble
When you worry you make it double
Don't worry, be happy......


SIMPLICIDADE... não é pedir muito, pois não?

Já são 9h da manhã?!?

Mais um fim-de-semana passou.
Três militares da GNR ficaram feridos durante uma emboscada no Iraque, em mais um fds sangrento.
Em Espanha a guerra ao terrorismo não é feita apenas de palavras.
Por cá, numa mega operação, mais de uma centena foi “dentro”... operação ornitorrinco!
Ritto passou o fim-de-semana em casa a ver o canal Disney.
O Benfica empatou.

sábado, abril 03, 2004

Fosgasse...

São 3 e meia da manhã... acabei de chegar a casa. Tenho a mão inchada... acho que parti um dedo. Não sei bem... estou anestesiado...

Boa noite para ti e desculpa qualquer coisinha (prometo pensar na questão.... pelo menos tentar)

sexta-feira, abril 02, 2004

Invisíveis…

Fiquei sem carro, por um dia apenas.
Por um dia apenas voltei a utilizar os transportes públicos, um circuito que conheci de perto durante quase toda a minha vida, todos os dias... autocarro, metro, barco... no despertar da manhã, ao final do dia... 1h30 em cada jornada.
Nunca gostei deste ritual admito, posso até dizer que abomino os transportes públicos, em hora de ponta particularmente. Mas é uma boa altura para ler aquele livro, o jornal, para conversar com os amigos. Muitas boas horas passei com quem gosto de partilhar e admiro, a conversar, de tudo... desde o frango do Moreira até ao despedaçar de sonhos e projectos de vida e ao despontar de novos. Abomino os transportes públicos, mas nunca as conversas do barco (uma versão margem sul das conversas de café).
Ontem, subitamente, fiquei privado das minhas pernas sobre rodas. Sem livro, sem jornal, sem música, sem aquela companhia que tanto aprecio, no entanto estava num momento high. Nestas alturas, por vezes, dá-me para observar, olhar o que me rodeia, as pessoas nos seus mundos paralelos (tal como eu), sem ser intrusivo.

São 19h30 e embrenho-me no circuito, rumo ao conforto.
Vejo o tipo de fato com ar abatido e cansado, um outro a olhar pela janela para todo aquele nada escuro lá fora, casais a namorar ou a discutir, mas ambos refundidos, ou mesmo indiferentes, uma outra pessoa, muito parecida comigo, mas “à civil”(ai o fato, o fato!!!) com phones nos ouvidos – que saudades tive naquele momento desse meu pequeno grande companheiro de viagens, o mini-disk... 340 minutos de música sem paragens – vejo tudo isso, mas no fundo não vejo nada, nada me toca, não existem caras. Vejo tanto como quem olha pela janela do metro. Estou ali, invísivel a olhar para outros tantos invisíveis.

Nada me toca, nada me tocou... pelo menos até aquele semáforo. Ao verde avanço, atravesso a estrada, e faço a curva, à minha frente um entulho de cartão... uma casa! Com uma PESSOA! Deixei de observar, olhar, passei a ver... as pessoas passavam ao lado como se nada existisse, pisavam os cartões a roupa, ali a um canto na lama.
Estava de frente com a miséria humana e a pensar “não é possível que não se possa fazer nada” Como é possível chegar-se a este ponto de degradação da condição humana e como é possível semos tão indiferentes.

Vi algo que tinha visto durante anos, mas ao qual me tornei indiferente, insensível, imune.
Por momentos aquela imagem tocou-me... deixou de ser invisível. Foi a falta de treino do circuito diário que me deixou assim. Por momentos, breves instantes, um lapso de tempo, mas apenas isso. Numa passada foi-se, voltou a ser invisível, a rotina de muitos anos ressurgiu, reaprendi a ignorar (se alguma deixei de o fazer...).
Segui indiferente ao que me é invisível, mas mais ainda incompreensível...

Sentei-me, 30 minutos de barco. Mais 30 minutos de invisibilidade com tantos outros corpos, suspensos em si mesmos. Nada de novo, uma rotina tão conhecida, apenas abalada por um fugaz cruzar de olhos, uma fugaz troca de olhares, uma carinha laroca, um sorriso comprometido. Uma subita e momentânea perda de invisibilidade.

Pensamento do dia!

Por vezes choras e ninguém repara nas tuas lágrimas, outras vezes estás feliz e ninguém repara no teu sorriso.

Agora experimenta dar um peido...

Estreia hoje neste blog a secção "Pensamento do Dia".
O Pensamento do dia será uma rubrica semanal a publicar quinzenalmente.

Ora repita lá isso?

Ainda todos nos lembramos do Manifesto do 40? Não, não é isso... isso era o manifesto das Mães de Bragança. Este manifesto foi uma concertação de vários e imponentes empresários portugueses em defesa dos centros de decisão nacionais. Uma espécie de a nós o que é nosso, ou se é para fazer badum que sejamos nós!
Pois bem, José Manuel de Mello, um dos promotores desta iniciativa, se não mesmo "O" promotor, vendeu a Soponata a americanos...
Um cheque de 342 milhões de euros em nome do patriotismo!
"Ó chefe, ó sashavor, repita lá o que disse há uns mesitos?"

Desemprego

A taxa de desemprego em Portugal permanece nos 6,8% em Fevereiro, segundo o instituto de estatistica da Comissão Europeia, o Eurostat. Como nota refira-se que em Fevereiro do ano passado o valor era de 6,2%.
A taxa da Zona Euro também não alterou, ficando pelos 8,8%. Na Alemanha, Bélgica e Luxemburgo aumentou...
Na tá mal... pelo menos nesta estatistica não temos de alienar desempregados. Mas não sei porquê, isto não me faz sentir feliz por ser Tuga...

quinta-feira, abril 01, 2004

1ª vez...

Do you reALLy belIEve thar LoVe
WiLL KEep you From geTTing hurt?
BecauSe when You find tHe ONE
you'LL oPen YouR HeaRt and thEn
OnCE iT's oPEn it'LL
tAkE a LiTTle RaiNDRop
to GeT iT BRokeN, tO GiVe
and ThEn yOU'll Know WHat IS huRTing
You'RE HurTing
You're Hurt

(David Fonseca)