segunda-feira, abril 12, 2004

Não me interessa...

Não me interessa...

Quem a mim não me interessa,
Não quero eu perder meu tempo
Queres o quê? Uma promessa,
Provocar a ti o desalento?
Maldiz, se tu quiseres
Por recusar o teu tédio
Não me quero contagiar,
Deixares-me é o meu remédio.

Gostar do que não gosto,
Recuso-me eu solenemente
Amar o que não amo
É enganar-me perfeitamente.
Quem os outros engana esquece
Que em primeiríssimo lugar
É a si que se padece
Por estar a querer enganar

Não me fales. Peço-te eu.
Desvia-te, senhor, do meu caminho,
E se preferires o contrário
Ajudas-me! Quero ficar sozinho.
Chama-me solitário. Pode ser,
Por não querer o teu querer
Chama-me louco, mas com ternura
Por não entenderes minha loucura.

Não me interessa. Não quero saber.
Não me ouves: terás surdez?
Não concordo contigo, amigo
Não partilho dessa mesquinhez.
Não mudo a minha ideia.
Sou assim, que queres que eu faça.
Queres tu, por ventura
Que me transforme numa farsa?

(Que estranha ironia esta
Da gente que a si se engana
Querer mudar a minha alma.
Ó que gente tão profana)
Porque queres tu que eu mude?
Se não te apraz ser como tu, senhor.
Repetindo a ti: não me interessa.
Deixa-me em paz, por favor!

Dedicado à gente que não me aceita e que apenas se conseguem aceitar a elas próprias...................

Edmond

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