“E se...” esta é capaz de ser a expressão mais curta e mais terrível que existe, quando pensada e sentida. Sempre que existe um “e se...” é porque falhamos, não agimos de consciência com o queremos, mas sim, fomos levados pelo medo, o medo do julgamento dos outros, o medo da nossa incapacidade de agir, o medo da nossa cobardia.
Existem muitos tipos de “e se...”, quase sempre sem significado, sem importância, mas por vezes, talvez mais do que desejamos ou admitimos, aparecem os “E Se...”, que nos consomem, que nos fazem sentir fracos, pelo simples facto existirem.
A dúvida, a incerteza fazem parte da vida, são uma certeza, a certeza que teremos incerteza. Quase sempre a duvida e a incerteza reside na acção, na escolha da acção a seguir. O problema é quando a duvida surge entre uma acção e uma inacção, entre fazer ou ficar quieto, é aqui que o “e se...” nos consome.
Demasiadas vezes as escolhas que fiz foram induzidas por medo, medo de rejeição, medo de falhar, mas acontece que ao ter medo de falhar, optei por não agir, por não actuar, optei por ser cobarde e por isso falhei. Falhei porque não tive a força suficiente de procurar o que na verdade desejava e tenho a certeza desse falhanço quando penso “e se...”, por se existe, então foi porque não procurei e não lutei pelo meu desejo, o meu objecto. Porque minha escolha na realidade não foi uma escolha, foi antes um deixar passar uma oportunidade de atingir algo, que nem me esforcei por ter... e estava ali ao meu alcance. Será que de alguma forma o teria, o meu objecto? Não sei, porque não tentei e por isso ficará para sempre: “E Se...”
E se... tivesse tido a coragem e a força de fazer o que na verdade mais íntima do meu ser, eu queria. Procurar sem medo. Deste ponto só tenho a ganhar, pois mesmo que falhe, que não conquiste o meu objecto, pior não fiquei, não perdi nada, apenas ganharei o dia seguinte, pois não vai existir a duvida, o “e se...”.
Nesta vida não existem certezas, a não ser a certeza de que se não tentar, se não procurar, então já falhei... já Me falhei. Paradoxal, temos receio, não agimos para não falhar, mas ao não agir falhamos. A questão é que muitas vezes mais do que falharmos interiormente, porque sentimos, não queremos falhar exteriormente, temos medo de que os outros se apercebam dos nossos falhanços. O “e se...” é íntimo, ninguém sabe, apenas sentimos e sentimos de uma forma forte e dura, mas a nossa mascara não cai, o próprio objecto nunca irá saber que foi desejado, mas nunca procurado.
Não quero acordar e pensar “e se...”. Quero crescer, quero procurar os meus objectivos, pois eu sei que ser procurar, se tiver a capacidade de lutar por eles, se agir, em vez de ficar inactivo, então não falharei, pois mesmo que não conquiste, ganharei a convicção de que tentei, de que procurei, de que não tive medo... não fui cobarde... e com isso ganhei... ganhei-me a Mim.
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