quinta-feira, junho 03, 2004

A PJ “mete medo a muita gente”...


Adelino Salvado afirma que há “forças” que tentam impedir a eficácia das investigações...
Realmente, já não posso com este pessoal que só sabe falar sobre sí na 3ª pessoa...

E quem é AS?
Salvado é amigo da Cardona, a Cardona é amiga do Portas, o Portas amigo dos Laranjas, os Laranjas são amigos do Valentim. Demitiu a directora adjunta Maria José Morgado. Ah, o gajo é também Director Nacional da PJ, mas isso não deve ser importante... o Adelino “Forças” Salvado.


O Director da PJ para a Directoria do Porto apresentou demissão do cargo, devido a uma investigação da PJ de Coimbra que envolve o seu pai e irmão. O cargo em aberto foi ocupado pelo Director da PJ para a Directoria de Coimbra, responsável pela investigação que levou à demissão do primeiro. Os subdirectores colocaram o cargo à disposição após este facto. Conclusão... a cabeça da investigação “Apito Dourado” foi decapitada. São apenas coincidências, mais nada (espero!!!)... mas da dúvida ninguém se livra.
“à mulher de César não basta ser séria...”
(...) "ontem à noite, Teófilo Santiago e João Massano, os homens que pensaram e dirigiram a operação "Apito Dourado", ainda nem sequer tinham sido oficialmente informados do afastamento. Souberam-no pelos jornais, nomeadamente pelo JN, que ontem dava conta da nova equipa. Teófilo Santiago deverá agora pedir transferência para Aveiro, na qualidade de coordenador superior. Massano deverá aceitar uma comissão de serviço fora do país.
A substituição está longe de ser pacífica e não é encarada como um procedimento normal na PJ. Tratando-se de um assunto do foro pessoal de Artur Oliveira (que apresentou a demissão depois de o pai e do irmão terem sido detidos), nada faria supor que os subdirectores fossem substituídos. Não foi assim noutros momentos da vida da PJ, designadamente na directoria do Porto, onde não há memória de um subdirector ter sido "despromovido" e colocado como coordenador numa inspecção.
Aliás, o último caso conhecido de despromoção aconteceu precisamente com a direcção de Adelino Salvado e o alvo foi o número dois de Maria José Morgado. Carlos Farinha está hoje à frente da secção que investiga o fogo posto, em Coimbra, depois de ter sido sido subdirector do combate à criminalidade económica.
Refira-se ainda que, no mesmo dia em que os subdirectores da PJ do Porto souberam da sua substituição pelos jornais, Almeida Rodrigues, subdirector de Coimbra, foi reconduzido. A saída de Ataíde das Neves daquela directoria e a entrada de Mouraz Lopes, um juiz do Centro de Estudos Judiciários, não pôs em causa a sua continuidade."
Jornal de Notícias.

O facto do Director Nacional da PJ ser nomeado pelo Ministro da Justiça permite que este episódio das demissões na PJ do Porto possa ter variadas interpretações.
E quem dirige supostamente um inquérito (diz a lei que é o Ministério Público) e, em particular, a Procuradoria-Geral da República, assiste, serenamente e de braços cruzados, à decapitação de uma equipa que investiga o caso “Apito Dourado”, em que os interesses envolvidos são extremamente poderosos? Diz a lei que os órgãos de polícia criminal actuam, no processo, sob a orientação das autoridades judiciárias e na sua dependência funcional. É evidente que a constituição e afectação de equipas de investigação a essas autoridades tem a ver com a orgânica das polícias. Mas, uma vez constituídas, será que a substituição dessas equipas por outras, sem motivos sérios e ponderosos, não afecta também aquela dependência funcional e, sobretudo, a eficácia da investigação?

A única certeza é o descontentamento de Adelino Salvado, por nunca ter sido informado da investigação “Apito Dourado”, sabendo da sua existência quando este processo já fazia abertura dos telejornais....

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