Na mesa do restaurante onde hoje me sentei na hora do almoço, estava uma revista sobre viagens a bons preços e a sítios lindíssimos como demonstrava as fotografias. Aí, folheei tentando encontrar aqueles sítios que desejava muito conhecê-los, e lembrei-me que os conheço apenas com a imaginação e não com os meus olhos.
Com os livros que tenho lido nos últimos anos, serviu para dar uma volta ao mundo: pelos sumptuosos Campos Elísios em Paris; viajei por Florença admirando as grandes e imortais obras do período da Renascença; em seguido fui até Roma vêr o Coliseu, onde foi palco de grande barbárie nos tempos do Império Romano. De seguida, queria vêr Atenas com os meus próprios olhos, depois de ter lido o grande Homero; e num estilo "Forest Gamp", estava cansado da Europa e viajei para o continente Americano para satisfazer a curiosidade como era Nova Orleães, terra Natal da escritora americana Anne Rice, sentido o cheiro das Avenidas decorados de carvalhos imponentes, ouvindo as alegres melodias do Jazz genuíno.
E ainda viajei por tantos outros sítios pela minha imaginação, que ainda hoje lhes guardo na minha memória de elefante.
Pena é que conheça apenas pela minha imaginação uma pequena parte do mundo. Gostaria tanto de viajar e conhecer novas culturas; vêr com os meus próprios olhos aqueles sítios que estão cravados na minha memória. É como se passasse para o papel tudo o que tenho na alma, ou fazer uma música que toca furiosamente dentro de mim.
Por vezes fico triste quando alguém me diz que já viu com os seus próprios olhos a abóboda da capela Cestina, e tenha contemplado as pinturas do grande Miguel Ângelo. Há quem me já tenha dito coisas como "não achei nada de especial", mas trocaria se pudesse uma vez só com alguém que tivesse essa oportunidade de ser eu a vêr e não essa pessoa.
Pela colossal "internet", tenho visto passar por e-mail fotografias belíssimas de uma estonteante beleza; tenho lido as maiores descrições do mundo por livro; tenho visto na televisão imagens que não parecem ser reais. Pelo mundo há uma beleza infinita por descobrir que deve ser contemplada, mas as sensações que os olhos nos provocam são muito mais nítidas do que a nossa imaginação, e sou e serei um eterno apaixonado por beleza, porque, embrenhando-me pelas aberrações e crueldades cometidas por esse vasto mundo a fora, da fome, da guerra, do choro aflitivo e constante de mulheres e crianças que morrem a cada segundo que passa, do ódio que raças e nações sentem e impõem coercivamente umas às outras, da perfídia, dos massacrantes noticiários que nos informam da barbárie que pelo mundo se espalha, minado por engenhos de destruição em massa e extingue do planeta tudo o que é de belo, do silvo do chicote psicológico que ainda se ouve nos locais de trabalho, por mais que nos tentem ocultar de todos nós, da inveja e cobiça, da ganância pelo poder por pessoas que sem ele deixam de existir, da maldicência e por tudo o que escurece o mundo; no meio disto tudo, essa beleza ajuda-me a mantêr-me vivo, e chegar ao final do dia e dizer que sobrevivi, e dar-me esperança por mais pequena que ela seja.
Fechando a revista dos belos destinos do mundo, todo o turbilhão de pensamentos cessou no preciso momento em que parei de folhear essas páginas, e olhei ao meu redor, vendo que estava outra vez nesse pequeno e claustrofóbico restaurante.
Se virem o Aladino, digam que quero realizar um desejo que para muitos é ínfimo mas para mim não o é: viajar...........
Adieu
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